Etoricoxibe
Ações terapêuticas.
Antiartrítico. Analgésico.
Propriedades.
Trata-se de um fármaco anti-inflamatório não-esteroidal (AINE), do grupo dos coxibes (rofecoxibe, celecoxibe), que atua por inibição "seletiva" da enzima cicloxigenase-2 (COX-2). A isoforma COX-2, diferentemente da COX-1, é uma enzima induzível que é expressa principalmente em áreas inflamatórias e sua inibição é a responsável pelo efeito analgésico e anti-inflamatório dos AINES. O fármaco é absorvido rapidamente e de modo quase completo (80% da dose administrada). Seu metabolismo é realizado em cerca de 90% no fígado, sendo sua principal via metabólica a 6'-metil-hidroxilação que é realizada pelo citocromo P-450 (CYP)-3A4. Outras enzimas envolvidas em seu metabolismo, porém em menor escala, são CYP-2D6, CYP-2C9, CYP-1A2 e CYP-2C19. Nenhum dos metabólitos formados exerce atividade inibitória sobre a COX-2. A excreção dos metabólitos é realizada preferentemente por via renal e, em menor escala, pelas fezes.
Indicações.
Dores agudas ou crônicas em pacientes com: artrite reumatoide, artrite gotosa, artroses, osteoartrites, espondilartroses, discopatias. Dismenorreia primária.
Posologia.
A dose recomendada varia com as diferentes patologias a tratar: osteoartrite: 60 mg uma vez ao dia por via oral. Artrite reumatoide: 90 mg uma vez ao dia por via oral. Artrite gotosa aguda: 120 mg uma vez ao dia por via oral. Dor aguda e dismenorreia primária: 120 mg uma vez ao dia. Dor crônica: 60 mg uma vez ao dia. Em pacientes com insuficiência hepática leve (pontuação de Child-Pugh de 5 a 6), recomenda-se não exceder a dose diária de 60 mg. Em pacientes com insuficiência hepática moderada (pontuação de Child-Pugh de 7 a 9), recomenda-se não exceder uma dose de 60 mg a cada dois dias.
Superdosagem.
Em caso de superdosagem, recomenda-se instaurar medidas de suporte, como lavagem gástrica e monitoração clínica do paciente. O etoricoxibe não é dialisável por hemodiálise; não se sabe também se é dialisável por diálise peritoneal.
Reações adversas.
As principais reações adversas compreendem astenia, fadiga, tontura, edema de membros inferiores, hipertensão, dispepsia, pirose, náuseas, cefaleia, aumento de enzimas hepáticas.
Precauções.
Não administrar para pacientes com doença renal avançada. Em pacientes com clearance de creatinina inferior a 30 ml/min, recomenda-se vigiar atentamente a função renal. Administrar com precaução a pacientes com hipertensão, infarto de miocárdio recente, angina ou outras doenças cardiovasculares, em função da possibilidade de exercer atividade protrombótica, e também em pacientes com idade superior a 65 anos ou com história prévia de doença ulcerosa gastroduodenal. Recomenda-se reidratar os pacientes com desidratação importante antes de iniciar a terapia com etoricoxib e controlar a possibilidade de retenção hidrossalina quando o fármaco for usado em pacientes com edema, hipertensão ou insuficiência cardíaca preexistentes. É relevante lembrar que o etoricoxibe não substitui o ácido acetilsalicílico em sua função de profilaxia cardiovascular, em função de sua falta de efeito antiagregante plaquetário. Administrar com precaução a pacientes com insuficiência hepática leve ou moderada, pois existe a possibilidade de ocorrer aumento importante da alanina-aminotransferase (ALT) e/ou da aspartato-aminotransferase (AST). Nestes pacientes recomenda-se suspender a administração. Administrar com precaução em pacientes com antecedentes de crises asmáticas, urticária ou rinites precipitadas por salicilatos ou inibidores não-específicos da cicloxigenase. Não administrar durante o último período da gravidez, pois a inibição da síntese de prostaglandinas pode ocasionar o fechamento prematuro do ducto arterioso. Nos primeiros dois períodos da gravidez, em função de ausência de estudos clínicos adequados e bem controlados, recomenda-se administrar a mulheres grávidas apenas se o benefício potencial justificar o possível risco para o feto. Recomenda-se suspender a amamentação ou sua administração a mulheres no período de lactação, pois desconhece-se se a droga é excretada pelo leite materno. Não administrar este fármaco a crianças, pois não se conhece sua eficácia e segurança nesta faixa etária.
Interações.
Os antiácidos (carbonato de cálcio, hidróxido de magnésio ou alumínio) não modificam a absorção do etoricoxibe. Recomenda-se administrar com precaução juntamente com varfarina, pois observou-se que o uso simultâneo de ambos os fármacos produz um aumento de aproximadamente 13% na taxa normalizada internacional do tempo de protrombina. A co-administração com rifampina, que é um potente indutor do metabolismo hepático, causa considerável diminuição da concentração plasmática de etoricoxibe. Recomenda-se ajustar a dose. É necessário monitorar a toxicidade relacionada com o metotrexato quando são empregados simultanemante etoricoxibe com doses superiores a 90 mg e metotrexato, pois pode haver aumento dos níveis séricos e diminuição da eliminação renal deste último. O etoricoxibe pode diminuir o efeito anti-hipertensivo dos inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA). Recomenda-se administrar com precaução quando o fármaco é associado com lítio, visto poder ocorrer um aumento da litemia. A administração concomitante com ácido acetilsalicílico, mesmo em doses baixas, pode aumentar a incidência de úlceras gastroduodenais ou outras complicações em comparação com o uso de etoricoxib isoladamente. A administração concomitante com etinilestradiol produz um aumento significativo na concentração plasmática do estrógeno. O etoricoxibe não afetou a farmacocinética de prednisona, prednisolona ou digoxina, e por sua vez sua farmacocinética não se modifica pelo uso concomitante com antiácidos e cetoconazol.
Contraindicações.
Pacientes com hipersensibilidade ao fármaco.