Glibenclamida
Ações terapêuticas.
Hipoglicemiante oral.
Propriedades.
Derivado da sulfonilureia. Promove o aumento da secreção de insulina por parte das células beta das ilhotas do pâncreas, mediante um mecanismo ainda não definido. Diminui a glicogenólise e a gliconeogênese hepática. Aparentemente, aumenta a sensibilidade à insulina dos tecidos extrapancreáticos. Ocorre uma diminuição da glicemia somente naqueles pacientes capazes de sintetizar insulina; não influi na produção de insulina pelas células beta, porém parece potencializar sua liberação destas células pancreáticas. Sua meia-vida é de 10 horas e o tempo até a concentração máxima é de 4 horas; a absorção é rápida e sua união às proteínas é muito elevada (90%). Metaboliza-se no fígado e seus metabólitos inativos são excretados por via biliar em 50% e o restante pelo rim.
Indicações.
Diabetes mellitus do adulto não-complicado, estável, leve ou moderado, não-cetótico, que não pode ser controlado somente com a dieta.
Posologia.
Adultos: no início, 2,5 a 5 mg 1 vez ao dia; a dose deve ser ajustada com aumentos que não ultrapassem os 2,5 mg em intervalos semanais, até o controle do diabetes ou até que a dose diária total seja de 20 mg. Em pacientes idosos, debilitados ou mal nutridos, ou com disfunção renal ou hepática, deve-se iniciar com 1,25 mg 1 vez ao dia. Não é eficaz no tratamento do diabetes juvenil (dependente de insulina).
Reações adversas.
Os sinais de superdosagem (hipoglicemia) são ansiedade, calafrios, confusão, pele pálida e fria, sonolência, taquicardia, cefaleias, náuseas, agitação, nervosismo, cansaço ou debilidade não habituais.
Precauções.
É importante continuar a dieta prescrita. Em menor grau que com outras sulfonilureias pode produzir reações semelhantes às do dissulfiram, quando se ingere álcool. Pode produzir fotossensibilidade. É excretada no leite materno, razão pela qual que deve ser avaliada a relação risco-benefício de sua prescrição durante o período de lactação. Os pacientes geriátricos são mais sensíveis aos efeitos da glibenclamida, razão pela qual dado que o metabolismo e a excreção são reduzidos. Nestes pacientes, é preferível evitar os hipoglicemiantes orais de ação prolongada. Os efeitos leucopênicos trombocitopênicos dão lugar a uma maior incidência de infecções microbianas, atraso na cicatrização e hemorragia gengival.
Interações.
Aumenta a concentração de glicose no sangue e, portanto, obriga a modificar a dose de glibenclamida, dos corticoides, de ACTH, de epinefrina, danazol, difenilidantoína, hormônios tireóideos, triamtereno. O uso simultâneo de álcool pode produzir uma reação semelhante à do dissulfiram (cólicas abdominais, náuseas, vômitos, cefaleias). O alopurinol pode inibir a secreção tubular renal. Os AINE, cloranfenicol, clofibrato, insulina, IMAO, probenecida, salicilatos ou sulfamidas potencializam o efeito hipoglicemiante. Os bloqueadores betadrenérgicos, inclusive os oftálmicos, podem aumentar o risco de hipoglicemia. Pode diminuir a eficácia hipoglicemiante quando se administram anticoncepcionais orais que contenham estrogênios. Não é recomendado o uso simultâneo com cetoconazol, porque pode ocorrer hipoglicemia grave. A rifampicina diminui o efeito hipoglicemiante da glibenclamida.
Contraindicações.
Acidose importante, queimaduras graves, coma diabética, infecção grave, cetoacidose, traumatismos graves. A relação risco-benefício deverá ser avaliada na presença de insuficiência suprarrenal, debilidade geral, má nutrição, náuseas, vômitos, insuficiência hipofisária, disfunção renal e disfunção tireóidea.