Clopidogrel
Ações terapêuticas.
Antiagregante plaquetário.
Propriedades.
É um inibidor seletivo da união da adenosina-difosfato (ADP) a seu receptor plaquetário. Esta inibição é de caráter irreversível, portanto, a restauração da função plaquetária normal depende da gênese de plaquetas novas (aproximadamente 7 dias). O clopidogrel não inibe a fosfodiesterase. Para que o fármaco se torne ativo, é necessária sua metabolização, entretanto, não se conhece qual é o metabólito ativo. Duas horas após a administração em dose de 75 mg/dia já se observa inibição da agregação plaquetária, sendo que o estado estacionário é alcançado entre o 3° e o 7° dia de administração. Neste estado é possível determinar inibição entre 40% e 60% da agregação plaquetária. Após sua absorção o clopidogrel é extensivamente metabolizado, de tal modo que a molécula original só é encontrada na circulação em quantidades mínimas. A união do clopidogrel a proteínas in vitro é de 98%. O clopidogrel e seus metabólitos são eliminados por via renal (50%) e por via fecal (46%). A meia-vida de eliminação do metabólito principal é de 8 horas; seus níveis plasmáticos são mais elevados em paciente com mais de 65 anos; não obstante, este fato não resulta em aumento da inibição da agregação plaquetária nem do tempo de sangramento nessa faixa etária.
Indicações.
Profilaxia do infarto do miocárdio, de acidente vascular cerebral e de outros eventos vasculares isquêmicos em pacientes com antecedentes de aterosclerose sintomática.
Posologia.
Adultos: via oral, 75 mg/dia. Não são necessários ajustes de dose em idosos ou em pacientes com insuficiência renal.
Superdosagem.
A experiência clínica com doses até 14 vezes superiores às normais não mostraram reações adversas associadas, apenas detectando-se um aumento do tempo de sangramento que não chegou ao dobro do tempo obtido com a dose normal de clopidogrel.
Reações adversas.
Em geral é bem tolerado, apresentando efeitos adversos similares ou levemente mais brandos do que o ácido acetilsalicílico. Hemorragia gastrintestinal (2%), hemorragia intracraniana (0,35%). Úlceras gástrica, péptica ou duodenal (0,68%). Diarreia (4,46%). Erupção cutânea (4,2%).
Precauções.
Administrar com precaução em pacientes sob risco de hemorragia. Em caso de cirurgia eletiva, é desejável suspender a administração do clopidogrel com 7 dias de antecipação. O clopidogrel prolonga o tempo de sangramento. Administrar com precaução em pacientes com doença hepática grave, devido ao risco de diátese hemorrágica. Estudos em animais sugeriam ausência de teratogenicidade; não obstante, ante a falta de estudos adequados em seres humanos, deve-se evitar sua administração a gestantes, a menos que os benefícios superem os riscos potenciais. É prudente suspender a amamentação caso a lactante esteja sob tratamento com clopidogrel.
Interações.
Ácido acetilsalicílico, anti-inflamatórios não-esteroidais: administrar com precaução, devido ao risco de efeitos sinérgicos sobre a agregação plaquetária. Heparina: administrar com precaução, devido ao risco de efeitos sinérgicos sobre a coagulação. Ativador tecidual do plasminogênio recombinante: administrar com precaução, devido ao risco de efeitos sinérgicos sobre a coagulação. Atenolol, nifedipina, fenobarbital, cimetidina, estrógenos: podem ser administrados de forma conjunta, pois não foram observadas interações farmacodinâmicas entre estes fármacos e o clopidogrel. Antiácidos: não modificam a absorção do clopidogrel. Digoxina, teofilina: comprovou-se que o clopidogrel não afeta a farmacocinética destes fármacos. Fenitoína, tolbutamida e outros fármacos metabolizados pelo CYP2C9: possível aumento dos níveis plasmáticos dessas drogas, pois o clopidogrel inibe a enzima CYP2C9 do citocromo P-450. Não foram registradas interações clinicamente significativas entre o clopidogrel e os seguintes fármacos: diuréticos, b-bloqueadores, inibidores da ECA, bloqueadores de cálcio, hipocolesterolêmicos, vasodilatadores coronarianos, antidiabéticos e antiepilépticos.
Contraindicações.
Hipersensibilidade ao clopidogrel. Hemorragia ativa (úlcera péptica, hemorragia intracraniana).