Bortezomibe

Ações terapêuticas.

Antineoplásico.

Propriedades.

O bortezomibe é um agente inibidor reversível do proteossoma 26S, que é uma proteína complexa que degrada ubiquindos proteínas. A cascata ubiquitina-proteossoma desempenha um papel essencial na regulação da concentração intracelular de proteínas específicas importantes para a manutenção da correta homeostasia celular. A alteração desta cascata homeostática normal pode acarretar a morte celular. O bortezomibe é um fármaco com efeito citotóxico diante de uma variedade de diferentes tipos de células neoplásicas in vitro e produz uma diminuição do crescimento do tumor in vivo em vários tipos de cânceres, incluindo o mieloma múltiplo. Após sua aplicação por via intravenosa em dose de 1,3 mg/m2, a concentração plasmática máxima alcançada foi de 509 mg/ml (109-1.300 mg/ml). Sua meia-vida de eliminação é de 9 a 15 horas em pacientes neoplásicos tratados com um intervalo posológico de 1,45 a 2 mg/m2. Apresenta uma elevada taxa de ligação com as proteínas plasmáticas (83%). Sofre biotransformação metabólica hepática através do citocromo P450 (enzimas 3A4, 2D6, 2C19, 2C9 e 1A2). Libera dois metabólitos após sofrer desboronatação; sua forma de eliminação não foi determinada.

Indicações.

Mieloma múltiplo em pacientes que hajam recebido pelo menos duas terapêuticas previamente sem resultado.

Posologia.

A dose recomendada é de 1,3 mg/m2 em bolo intravenoso duas vezes por semana durante 2 semanas, seguido de um período livre de 10 dias.

Reações adversas.

As reações mais referidas consistiram de: fadiga, astenia, cansaço, debilidade, diarreia, náuseas, constipação, perda do apetite, neuropatias periféricas, anemia, trombocitopenia, febre, hipotensão ortostática, reações de hipersensibilidade.

Precauções.

O emprego deste fármaco não é recomendado durante a gravidez e a amamentação. Podem ocorrer parestesias, hiperestesias, dor, queimação e polineuropatias, que obrigarão a modificar o esquema terapêutico. Caso ocorra hipotensão postural (12%), o paciente deve ser acompanhado de perto, especialmente se estiver sendo medicado com anti-hipertensivos. Realizar controles hematológicos periódicos, visto que a trombocitopenia em geral se apresenta em torno do 12° dia de tratamento e é relativamente frequente (30%-40%). Os pacientes com insuficiência hepática devem ser rigorosamente vigiados, visto que o bortezomibe é metabolizado por enzimas hepáticas. Como se detectaram fenômenos de hipo e hiperglicemia, em pacientes diabéticos tratados com bortezomibe e que façam uso de hipoglicemiantes orais é preciso instituir atenta monitoração de suas glicemias.

Interações.

Não foram registradas.

Contraindicações.

Hipersensibilidade conhecida ao fármaco.