Adalimumabe
Ações terapêuticas.
Inibidor do fator de necrose tumoral (FNT).
Propriedades.
Trata-se de um anticorpo monoclonal de imunoglobulina humana (IgG1) recombinante que contém somente sequências peptídicas humanas. É produzido pela tecnologia do DNA recombinante em um sistema de expressão de células de mamíferos. O adalimumabe liga-se especificamente ao TNF-alfa, neutraliza sua função biológica por bloqueio de sua interação com os receptores p55 e p75 para TNF da superfície celular. Não liga-se à linfotoxina beta (TNF-beta). Como é sabido, o TNF é uma citocina natural que participa das respostas imunológicas e inflamatórias, e observou-se que em pacientes com artrite reumatoide moderada ou grave os níveis desta citocina estão elevados no líquido sinovial e desempenham um papel fundamental no processo reumático e na destruição articular próprios dessa patologia. Este anticorpo monoclonal modularia as respostas biológicas induzidas pelo TNF, incluindo-se neste efeito as modificações no nível das moléculas de adesão responsáveis pela migração leucocitária, como também a diminuição da hemossedimentação, da proteína C reativa e das citocinas séricas (IL-G). Sua administração por via subcutânea (SC) proporciona uma absorção e distribuição lentas, alcançando seu pico ao 5° dia. Sua biodisponibilidade foi estimada em cerca de 64% e sua meia-vida foi de 14 dias aproximadamente (10 a 20 dias). Sua concentração no líquido sinovial destes pacientes reumatoides é de 31% a 96% com relação aos níveis medidos no plasma.
Indicações.
Artrite reumatoide moderada ou grave ou artrite psoriásica que não apresentou resposta satisfatória a outros agentes antirreumáticos ou modificadores de doença.
Posologia.
Por via subcutânea, 40 mg por semana, em semanas alternadas. Durante o tratamento, a medicação habitual com corticoides, AINEs, metotrexato, salicilatos etc. poderá ser continuada. Os sítios de aplicação em coxa ou abdome deverão ser rodiziados. Este fármaco não deve ser misturado com qualquer outro fármaco na seringa de aplicação.
Superdosagem.
Não foram observados casos de superdosagem durante os estudos clínicos. Caso ocorra superdosagem, recomenda-se instituir tratamento sintomático e de suporte.
Reações adversas.
Em geral o adalimumabe possui uma boa tolerância e, nos estudos clínicos, somente cerca de 6% dos pacientes em tratamento necessitou abandoná-lo. Entre as reações indesejáveis relatou-se o seguinte: dores leves no sítio da aplicação ou erupção cutânea na área, com prurido e eritema leve (20%), cefaleias, enjoos, náuseas, astenia, reações de hipersensibilidade, vasculite cutânea, trombocitopenia.
Precauções.
Em pacientes com patologias neurológicas desmielinizantes, a relação risco-benefício deverá ser ponderada, visto que o adalimumabe em casos isolados provocou piora da sintomatologia destas doenças. Na gravidez deverá ser avaliado o benefício para a mãe e o feto, recomendando, no caso de mulheres férteis, evitar a gravidez durante o tratamento. Na amamentação, deve-se decidir segundo a necessidade, isto é, ou se suspende o fármaco ou a amamentação.
Interações.
Não foram observadas interações com sulfassalazina, hidrocloroquina, leflunomida e metotrexato.
Contraindicações.
Hipersensibilidade ao princípio ativo, sepse, infecções ou tuberculose ativa; vacina à base de vírus vivos.