Vecurônio, brometo
Ações terapêuticas.
Bloqueador neuromuscular.
Propriedades.
É um relaxante do musculoesquelético, não-despolarizante e de duração intermediária, que se liga competitivamente aos receptores colinérgicos da placa neuromuscular e antagoniza a ação da acetilcolina, resultando em um bloqueio neuromuscular. Seus efeitos são antagonizados pelos inibidores da acetilcolinesterase (neostigmina), que permitem que a elevação dos níveis de acetilcolina desloquem o vecurônio dos receptores. O vecurônio possui uma potência 30% superior ao pancurônio. A duração da ação é maior em doses inicialmente equipotentes. Após a administração de 0,08 a 0,10 mg/kg obtêm-se excelentes condições de intubação em 2,5 a 3 minutos; o tempo de ação máxima é de 3 a 5 minutos e a recuperação de 90% consegue-se aproximadamente após 45-60 minutos. Os anestésicos voláteis (isoflurano, enflurano) potencializam levemente sua ação, portanto requer-se uma redução de dose de somente 15%. Diferentemente de outros agentes bloqueadores neuromusculares não-despolarizantes, o vecurônio não afeta de maneira clinicamente significativa os parâmetros hemodinâmicos. Como outros agentes miorrelaxantes curariformes somente é empregado por via IV.
Indicações.
Bloqueio muscular coadjuvante da anestesia geral, para facilitar a intubação traqueal e para prover relaxamento do musculoesquelético durante a cirurgia ou ventilação mecânica.
Posologia.
Adultos: para a intubação traqueal recomenda-se 0,08 a 0,10 mg/kg em bolus intravenoso. A infusão contínua de vecurônio a uma velocidade de 1 mg/kg/min pode ser usada para manter o bloqueio neuromuscular. Dose de manutenção: nos procedimentos prolongados podem ser necessários 0,01 0,015 mg/kg administrado entre 25 e 40 minutos depois da injeção inicial ou a cada dose de reforço. Crianças de 1 a 10 anos: dose inicial levemente superior à do adulto e dose de manutenção mais freqüente. Nota: doses expressas em brometo de vecurônio.
Superdosagem.
Bloqueio neuromuscular. Tratamento: manutenção da ventilação enquanto seja necessário. Os antagonistas dos bloqueadores neuromusculares (neostigmina) aceleram a recuperação do bloqueio neuromuscular.
Reações adversas.
Avermelhamento, hipotensão, taquicardia, bradicardia, arritmia, flebite, broncospasmo, hipoxemia, erupção, urticária, eritema, bloqueio neuromuscular prolongado, tonturas, espasmo muscular, apneia.
Precauções.
Deve ser administrado somente por médicos com experiência no uso de bloqueadores neuromusculares. Não deve ser administrado até que o paciente esteja inconsciente. A doença hepática pode prolongar o efeito farmacológico. Por não existirem provas conclusivas, recomenda-se não usar em mulheres grávidas a menos que o benefício para a mãe supere o risco potencial para o feto. A dose em neonatos não foi estabelecida.
Interações.
Potencialização do bloqueio neuromuscular: aminoglicosídeos, tetraciclina, bacitracina, polimixina, clindamicina, lincomicina, colistina e colistimetato sódico, sais de magnésio e lítio, anestésicos locais, procainamida e quinidina. Outros bloqueadores neuromuscuclares: efeitos aditivos.
Contraindicações.
Hipersensibilidade ao vecurônio.