Nilotinibe
Ações terapêuticas.
Antineoplásico.
Propriedades.
Trata-se de um potente inibidor da atividade da enzima tirosina-quinase Abl da oncoproteína Bcr-Abl tanto em linhagens celulares como em células leucêmicas primárias cromossomo filadelfia-positivo. O nilotinibe liga-se com elevada afinidade ao sítio de união do ATP de tal forma que é um inibidor potente do Bcr-Abl de tipo germinal e mantém a atividade frente a 32/33 formas mutantes de Bcr-Abl resistentes ao imatinibe. Esta é a razão pela qual o nilotinibe inibe seletivamente a proliferação e induz a apoptose em linhagens celulares leucêmicas primárias em pacientes com leucemia mieloide crônica. Após sua administração oral a absorção do fármaco é de aproximadamente 30% alcançando seu pico plasmático 3 horas após ingestão. Possui uma elevada união proteica (98%) e sua principal via metabólica consiste em oxidação e hidroxilação via sistema CYP3A4. A eliminação é feita especialmente por via fecal (94%).
Indicações.
Leucemia mieloide crônica (LMC) cromossomo filadelfia positivo em fase crônica ou acelerada com resistência ou intolerância ao imatinibe.
Posologia.
400 mg 2 vezes ao dia longe das refeições. Caso ocorra toxicidade medular (neutropenia, trombocitopenia) pode ser necessária a suspensão temporária do tratamento e/ou uma redução da dose. O fármaco pode ser associado com fatores de crescimento hematopoiético (eritropoetina) ou fator estimulante de colônias (G-CSF).
Reações adversas.
Foram relatados cefaleia, náuseas, vômitos, dor abdominal, prurido, enjoos, erupção cutânea, mialgias, artralgias, constipação, alopecia, anorexia, astenia, vertigens, edemas periféricos, hiperamilasemia, aumento da bilirrubina e enzimas hepáticas. Alterações no QT do ECG, palpitações, neutropenia, parestesias, hiperglicemia, hipertensão, hipercalemia.
Precauções.
Deverão ser realizados controles hematológicos a cada 2 semanas no início do tratamento e, a seguir, a cada mês. Deve realizar-se monitoramento eletrocardiográfico pela possibilidade de ocorrer prolongamento do intervalo QT; em função disto, deve-se exercer vigilância em pacientes que apresentem alterações cardíacas ou arritmias.
Interações.
Deve-se evitar sua coadministração com agentes inibidores potentes do CYP3A4 (cetoconazol, ritonavir, claritromicina, itraconazol). Sua associação com indutores potentes do CYP3A4 (fenitoína, carbamazepina, rifampicina, fenobarbital, erva de São João) não é recomendada. A biodisponibilidade do nilotinibe é reduzida pela ação de antiácidos, bloqueadores histaminérgicos H2 e inibidores da bomba de prótons; por outro lado, aumenta com a administração de alimentos (não deve ser administrado junto às refeições).
Contraindicações.
Crianças com idade inferior a 18 anos; hipersensibilidade ao fármaco; evitar a amamentação durante o tratamento.