Desvenlafaxina

Ações terapêuticas.

Antidepressivo.

Propriedades.

Trata-se de um moderno antidepressivo com estrutura química correlata de seu predecessor, a venlafaxina (em sua metabolização), porém totalmente distinto de outros agentes antidepressivos (tricíclicos, tetracíclicos). Estima-se que sua ação terapêutica esteja vinculada com a potencialização dos efeitos de neurotransmissores (serotonina, norepinefrina) no sistema nervoso central. A desvenlafaxina é um agente inibidor seletivo da recaptura de serotonina e norepinefrina e não possui atividade sobre outros tipos de receptores (histaminérgicos, colinérgicos, adrenérgicos e colinérgicos), como ocorre com outros antidepressivos tradicionais. Sua administração é feita por via oral em uma faixa posológica de 100 a 600 mg/dia e a absorção é entérica (80%). Possui uma prolongada meia-vida: 11 horas. Sua taxa de ligação a proteínas plasmáticas é baixa (30%) e independe da concentração da droga. Sua eliminação é urinária na forma inalterada (45%); a biotransformação ocorre por conjugação e em menor grau por metabolismo oxidativo, por meio do sistema da isoenzima CYP3A4 do citocromo P450.

Indicações.

Síndrome depressiva. Transtornos obsessivos-compulsivos. Transtorno depressivo maior (TDM).

Posologia.

A dose média recomendada é de 50 mg em uma única tomada diária longe das refeições. A dose máxima não deverá superar os 200 mg/dia. Em pacientes com insuficiência renal a dose é de 50 mg em dias alternados. Em caso de necessidade a suspensão do tratamento deverá ser feita de modo gradual.

Reações adversas.

Foram descritos náuseas, enjoos, visão turva, cefaleia, midríase, sonolência, astenia, irritabilidade, constipação, palpitações, taquicardia, insônia, ansiedade, hiperidrose, sensação de sufocamento, transtornos do sono, anorexia, secura de boca, agitação, acatisia.

Precauções.

Em pacientes com hipertensão ocular, a midríase eventualmente produzida pela desvenlafaxina poderia desenvolver quadro de glaucoma agudo de ângulo fechado. Recomenda-se o monitoramento periódico da pressão arterial, dados os relatos de casos de hipertensão arterial durante o tratamento, e também controle dos lipídeos séricos (colesterol, triglicerídeos). Recomenda-se evitar a suspensão brusca do tratamento, que deve ser feita de forma lenta e gradual. Dado o risco de sonolência, os pacientes devem ser alertados para cuidados referentes à condução de veículos ou operação de máquinas. Caso seja considerada alteração do tratamento para um inibidor da monoaminoxidase (IMAO), deve-se aguardar um intervalo de 7 a 14 dias. Em alguns pacientes relatou-se agravamento da depressão com ideação e potencialidade suicida. O consumo de álcool etílico durante o tratamento não é recomendado. A administração deverá ser feita com precaução em pacientes com antecedentes de mania, hipomania ou patologias convulsivantes.

Contraindicações.

Hipersensibilidade ao fármaco ou aos derivados anti-serotoninérgicos. Não deve ser associado com agentes IMAO. Para iniciar o tratamento com IMAO deve-se respeitar o intervalo de pelo menos 7 dias desde a suspensão da desvenlafaxina. A segurança deste fármaco em pacientes com idade inferior a 18 anos não está estabelecida.