Vincristina
Ações terapêuticas.
Antineoplásico.
Propriedades.
A vincristina bloqueia a mitose, detém as células em metáfase e também interfere no metabolismo dos aminoácidos; sua ação é específica da fase M do ciclo de divisão celular. Não cruza a barreira hematoencefálica em quantidades significativas. Metaboliza-se no fígado e se excreta por via renal e biliar. Sua união às proteínas é elevada (75%).
Indicações.
Leucemia linfoblástica aguda, neuroblastoma, tumor de Wilms, linfoma de Hodgkin, linfomas não-Hodgkin, rabdomiossarcoma, sarcoma de Ewing.
Posologia.
Adultos: IV, de 0,01 mg a 0,03 mg/kg ou 0,4 a 1,4 mg/m2 por semana como dose única. Doses pediátricas: IV, de 1,5 mg a 2 mg/m2/semana como dose única.
Reações adversas.
Muitas das reações adversas são inevitáveis e representam a ação farmacológica do medicamento; algumas delas, como a leucopenia e a trombocitopenia, são usadas como indicadores da eficácia da medicação. São de incidência mais frequente: queda de cabelo, visão dupla e turva, dificuldade para andar, cefaleias, debilidade, constipação, edemas dos membros inferiores. São de incidência menos frequente: enjoos, confusão, alucinações, anorexia, crises convulsivas, micção dolorosa ou difícil. Requerem atenção médica se persitirem ou são nocivos: distensão abdominal, diarreia, perda de peso, náuseas e vômitos, erupções cutâneas.
Precauções.
É importante ingerir líquidos em abundância para aumentar a produção de urina a excreção do ácido úrico. Evitar as imunizações, salvo por indicação médica. Os efeitos secundários neurotóxicos podem ser mais frequentes nos idosos. Nos pacientes com disfunção hepática pode ser necessário reduzir a dose. O aparecimento de nefropatia devido ao ácido úrico em pacientes com leucemia ou linfoma pode ser evitado em alguns casos administrando alopurinol. Pode-se alterar a incidência ou gravidade dos efeitos secundários, uma vez que a vincristina pode ser utilizada em associação com outros fármacos em protocolos distintos. Não se recomenda a sua utilização no primeiro trimestre da gravidez, nem no período de lactação. Pode produzir supressão gonadal com sintomas de amenorréia e azoospermia.
Interações.
A vincristina aumenta as concentrações de ácido úrico, razão pela qual, em pacientes tratados com medicação antigotosa, pode ser necessário ajustar a dose (alopurinol, colchicina e probenecida). O uso simultâneo de asparaginase pode provocar neurotoxicidade aditiva. A administração com doxorrubicina e prednisona pode produzir mielossupressão. Os medicamentos que causam depressão da medula óssea, a radioterapia e os fármacos que produzem discrasias sanguíneas, podem aumentar os efeitos depressores sobre a medula óssea.
Contraindicações.
Herpes-zóster, varicela existente ou recente. A relação risco-benefício deve ser avaliada na presença de antecedentes de gota, disfunção hepática, leucopenia, doença neuromuscular.