Vardenafila

Ações terapêuticas.

Inibidor da enzima fosfodiesterase tipo 5 (PDE-5).

Propriedades.

A ereção do pênis é um processo hemodinâmico que se baseia no relaxamento da musculatura lisa nos corpos cavernosos e suas arteríolas. Durante a estimulação sexual, a partir das terminações nervosas nos corpos cavernosos, libera-se óxido nítrico (NO) que ativa a enzima guanilato ciclase. Esta enzima produz aumento dos níveis de monofosfato cíclico de guanosina (GMPc), o qual induz a relaxamento da musculatura lisa vascular, o influxo de sangue aos vasos do pênis e a ereção. Através da inibição da PDE-5, enzima responsável pela degradação do GMPc nos corpos cavernosos, a vardenafila aumenta os níveis de GMPc nos corpos cavernosos. Desta forma, a vardenafila potencializa a resposta natural à estimulação sexual. Não tem efeitos sobre a acuidade visual, os campos visuais, a pressão intraocular, a latência palpebral e tampouco houve achados em exame de fundo de olho nem durante a avaliação com a lâmpada de fenda. Não exerce alterações nas pressões sistólica e diastólica em posição supina, nem tampouco modifica os traçados eletrocardiográficos. Sua absorção entérica é rápida, alcançando concentrações máximas no plasma 0,5 a 2 horas após a administração oral. A biodisponibilidade oral média absoluta é da ordem de 15% e não existe interação clinicamente relevante com alimentos. Quando se administra junto com alimentos ricos em gorduras, a faixa de absorção se reduz, com uma média de retardo na tmáx de 1 hora e uma redução média na Cmáx de cerca de 20%. A biotransformação ocorre principalmente no fígado, através do sistema P450, via CYP3A4, com alguma contribuição da CYP3A5 e isoformas da CYP2C9. Sua eliminação é feita na forma de metabólitos com predomínio nas fezes (em torno de 91-95% da dose administrada) e em menor grau na urina (aproximadamente 2-6%). Sua meia-vida terminal é de cerca de quatro horas. Em seres humanos há um metabólito maior circulante (M1) que mostra um perfil de seletividade para PDE similar ao da vardenafila e uma potência in vitro para PDE-5 de aproximadamente 28% comparada com aquela, resultando em uma contribuição para a eficácia de cerca de 7%. O metabólito está sujeito a outro processo metabólico, com uma meia-vida terminal de cerca de 4 horas. Sua farmacocinética não se altera significativamente em pacientes idosos nem naqueles com insuficiência renal (incluindo depuração de creatinina < 30 ml/min.). Em pacientes com insuficiência hepática, a eliminação se reduz em proporção ao grau da disfunção; não há estudos referentes a sua farmacocinética em pacientes com insuficiência hepática grave (Child-Pugh C).

Indicações.

Tratamento da disfunção erétil.

Posologia.

Dose usual: via oral, 10 mg, administrada aproximadamente entre 25 e 60 minutos antes da atividade sexual. Dose máxima: 20 mg ao dia. Dose máxima em combinação com cetoconazol, itraconazol, indinavir e ritonavir: 5 mg ao dia. Dose máxima em combinação com eritromicina: 10 mg ao dia. Dose inicial em pacientes com insuficiência hepática moderada (Child-Pugh B): 5 mg ao dia.

Superdosagem.

Em casos de superdosagem, recomenda-se instaurar medidas de suporte. Dado que a vardenafila apresenta alta taxa de ligação a proteínas plasmáticas e não se elimina significativamente por via urinária, a diálise é considerada um recurso útil.

Reações adversas.

As principais reações adversas são geralmente leves a moderadas e de natureza transitória, e incluem cefaleia, rubor facial, dispepsia, náuseas, enjoos e rinite. Com menor frequência se observa reação de fotossensibilidade e hipotensão.

Precauções.

Não recomenda-se seu uso naqueles pacientes nos quais a atividade sexual não é recomendável devido a seu estado cardiovascular implícito. Os agentes para o tratamento da disfunção erétil devem ser utilizados com precaução em pacientes com deformidade anatômica do pênis, tais como angulação, fibrose cavernosa ou doença de Peyronie e/ou naqueles com transtornos que possam predispor a priapismo (anemia de células falciformes, mieloma múltiplo ou leucemia). Dado que não foram estudadas a segurança e a eficácia de combinações de vardenafila com outros tratamentos para a disfunção erétil, recomenda-se não realizar tais associações medicamentosas. A segurança e eficácia não foram estudadas em pacientes com insuficiência hepática grave, insuficiência renal terminal que requeira diálise, hipotensão (pressão arterial sistólica < 90mmHg), história recente de doença vascular cerebral ou infarto do miocárdio (dentro dos últimos 6 meses), angina instável e alterações de retina degenerativas hereditárias como a retinite pigmentosa. O uso de vardenafila neste grupo de pacientes não se encontra atualmente recomendado. Visto que a vardenafila não foi empregada em pacientes com alterações da hemostasia ou com úlcera péptica ativa significativa, recomenda-se não administrar exceto após uma cuidadosa avaliação risco-benefício. Não tem efeito sobre o tempo de sangramento isoladamente ou em combinação com ácido acetilsalicílico, nem inibe o efeito antiagregante plaquetário induzido por uma variedade de antagonistas plaquetários. Ao utilizar altas doses, observou-se apenas um pequeno aumento, concentração-dependente, do efeito antiagregante do nitroprussiato de sódio. Está indicado exclusivamente em pacientes adultos maiores de 18 anos do gênero masculino com disfunção erétil. Em estudos pré-clínicos demonstrou-se não possuir efeitos carcinogênico, mutagênico ou teratogênico, nem altera a fertilidade.

Interações.

Dado que a vardenafila é metabolizada predominantemente via citocromo P450 (CYP) isoforma 3A4, com alguma contribuição das isoformas CYP3A5 e CYP2C9, os fármacos inibidores destas enzimas, tais como eritromicina, cetoconazol, indinavir, ritonavir e itraconazol, aumentam suas concentrações plasmáticas. Recomenda-se administrar com precaução estas associações e realizar um ajuste da dose de vardenafila administrada (ver Posologia). A cimetidina, inibidor inespecífico do citocromo P450, não interfere na biodisponibilidade (AUC) nem na concentração máxima (Cmáx) da vardenafila. Dado que não há informação sobre os potenciais efeitos hipotensores da vardenafila quando administrada a pacientes em combinação com nitratos, o uso concomitante destas substâncias está contraindicado. Não há interação farmacocinética relevante quando se administra de forma conjunta glibenclamida, nifedipina, varfarina e digoxina com vardenafila. Sua biodisponibilidade não é afetada pela coadministração com antagonistas H2, tais como ranitidina e cimetidina. As dose únicas de hidróxido de alumínio e magnésio não afetam a biodisponibilidade ou a concentração máxima de vardenafila. Este fármaco não potencializa o efeito hipotensor do álcool etílico nem se altera sua farmacocinética pela ingesta de álcool. Não tem influência sobre o tempo de sangramento quando usado isoladamente ou em combinação com ácido acetilsalicílico em doses baixas. Por outro lado, não se observam efeitos sobre a farmacocinética da vardenafila quando administrada conjuntamente com ácido acetilsalicílico, inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), b-bloqueadores, inibidores fracos do CYP3A4, diuréticos e fármacos utilizados para o tratamento do diabetes, tais como sulfonilureias e metformina.

Contraindicações.

Pacientes com hipersensibilidade à substância, ou sob tratamento com nitratos ou doadores de óxido nítrico.

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