Valdecoxibe
Ações terapêuticas.
Analgésico.
Propriedades.
O valdecoxibe atua inibindo a síntese de prostaglandinas, em consequência de sua atividade bloqueadora da cicloxigenase 2 (Cox-2). Nas concentrações terapêuticas utilizadas, o valdecoxibe não inibe a cicloxigenase 1 (Cox-1). O valdecoxibe pode reduzir a necessidade de opioides quando usado concomitantemente com estes últimos para o tratamento da dor aguda. Devido à ausência de efeito sobre a função plaquetária, podem ser também administrados 40 mg antes da cirurgia (1 hora antes) para auxiliar no controle da dor pós-cirúrgica. O valdecoxibe possui uma boa absorção digestiva e sua união a proteínas plasmáticas é de aproximadamente 98% da dose administrada. O valdecoxibe é metabolizado principalmente em nível hepático pelas enzimas CYP3A4, CYP2C9, e os metabólitos formados se conjugam com ácido glicurônico e se eliminam por via urinária e fecal. Somente 5% da dose administrada se excreta por urina como droga sem metabolizar.
Indicações.
Prevenção e tratamento da dor aguda. Tratamento da dismenorréia primária.
Posologia.
Dose usual: via oral, 40 mg uma vez ao dia. No primeiro dia de tratamento, pode-se fazer uma tomada adicional de 40 mg, se necessário.
Superdosagem.
Até o presente não foram detectados casos de superdosagem.
Reações adversas.
Os principais efeitos adversos incluem boca seca, hipertensão, edema periférico, dor abdominal, diarreia, dispepsia, náuseas, prurido, rash, agravamento de alergia, trombocitopenia, fotossensibilidade e leucopenia. Os seguintes efeitos adversos foram detectados por farmacovigilância e incluem reações anafiláticas, angioedema, eritema multiforme, dermatite esfoliativa, síndrome de Stevens-Johnson e necrose epidérmica tóxica.
Precauções.
Em idosos, particularmente naqueles com peso corporal inferior a 50 kg, deve-se iniciar o tratamento com a metade da dose usual. Recomenda-se administrar com precaução a pacientes com disfunção hepática moderada (Child-Pugh escala 7-9); a dose recomendada é 20 mg por dia. Como não há conhecimento suficiente a respeito de sua eficácia e segurança em pacientes com insuficiência hepática (escala 10), seu uso está contra-indicado nesses pacientes. Recomenda-se começar o tratamento com precaução em pacientes com insuficiência renal severa (clearance de creatinina < 30 ml/min) ou pacientes que possam estar predispostos a retenção hidrossalina. O valdecoxibe deve ser administrado com precaução em pacientes com antecedentes de patologias gastrintestinais. A retenção de fluidos e o edema são dois efeitos adversos observados pelo uso de valdecoxibe decorrentes de sua atividade inibitória da síntese de prostaglandinas. Deste modo, deve ser administrado com precaução em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão, edemas. O valdecoxibe deve ser usado com precaução em pacientes com insuficiência renal severa (depuração de creatinina < 30ml/min) ou insuficiência hepática moderada (escala 7-9). Não está recomendado para mulheres que desejam engravidar, dada a inibição da Cox-2. Está contraindicado no último trimestre de gravidez, visto poder causar um fechamento prematuro do duto arterioso devido à inibição na síntese de prostaglandinas. Nos primeiros meses da gestação, o valdecoxibe deve ser usado apenas se o potencial benefício para a paciente sobrepuja o potencial risco para o feto. Como não se conhece se o valdecoxibe é excretado pelo leite humano, não é recomendado o seu uso durante a amamentação.
Interações.
A administração concomitante com ácido acetilsalicílico exacerba o risco de aparição de úlceras e outras complicações gastrintestinais. O valdecoxibe diminui os efeitos anti-hipertensivos dos inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA). O valdecoxibe reduz o efeito natriurético da furosemida e das tiazidas, pois inibe a síntese de prostaglandinas renais. Como algumas drogas anticonvulsivantes são metabolizadas pela mesma via que o valdecoxibe, recomenda-se realizar a monitoração da concentração plasmática dos anticonvulsivantes quando se inicia ou se finaliza um tratamento com valdecoxibe. A administração conjunta com dextrometorfano induz a um aumento dos níveis plasmáticos deste último fármaco, pois o valdecoxibe inibe a enzima CYP2D6, a qual intervém no metabolismo do dextrometorfano. A concentração plasmática de lítio deve ser monitorada quando se inicia ou se interrompe o tratamento com valdecoxibe, pois este último diminui a excreção renal de lítio. O cetoconazol e o fluconazol aumentam a concentração plasmática de valdecoxibe; o cetoconazol inibe a enzima CYP3A4 e o fluconazol a CYP2C9, ambas enzimas envolvidas no metabolismo de valdecoxibe. O grau de anticoagulação (INR-International Normalized Ratio) aumenta levemente quando o valdecoxibe é administrado concomitantemente com varfarina. Em função deste efeito, recomenda-se realizar a monitoração dos níveis plasmáticos de varfarina, especialmente durante as primeiras semanas do tratamento.
Contraindicações.
Hipersensibilidade à droga e pacientes com antecedentes de broncoespasmo, rinite aguda, pólipos nasais, edema angioneurótico, urticária ou reações alérgicas devido ao uso de ácido acetilsalicílico ou AINEs ou outros inibidores específicos da Cox-2 e sulfonamidas. O valdecoxibe não deve ser administrado a mulheres durante o terceiro trimestre de gestação e na amamentação, e tampouco a pacientes com úlcera péptica ativa ou sangramento gastrintestinal, enfermidades inflamatórias intestinais, insuficiência cardíaca congestiva severa, disfunção hepática grave (10 na escala Child-Pugh). Crianças com idade inferior a 18 anos.