Tiotrópio
Ações terapêuticas.
Broncodilatador.
Propriedades.
Trata-se de um agente anticolinérgico antimuscarínico específico, de ação prolongada, que se une de modo competitivo e reversível a vários subtipos de receptores muscarínicos M1 a M5 (antagonista). Nas vias aéreas, a inibição dos receptores muscarínicos M3 presentes no músculo liso induz relaxamento. A broncodilatação observada após a inalação do tiotrópio deve-se principalmente a um efeito local (sobre as vias aéreas), sem ação sistêmica. O tiotrópio é um composto de amônio quaternário não-quirálico, muito pouco solúvel em água. É administrado na forma de um pó seco para inalação e a maior parte da dose liberada é depositada no trato gastrintestinal, e o restante no pulmão. Como apresenta pouca solubilidade em água, o tiotrópio é muito pouco absorvido em nível de trato digestório; assim, os alimentos não exercem influência sobre sua absorção. As concentrações plasmáticas máximas são atingidas 5 minutos após a inalação. O tiotrópio une-se em cerca de 72% às proteínas plasmáticas. O grau de biotransformação é reduzido. Experimentos in vitro sugerem que menos de 20% da dose administrada são metabolizados por oxidação dependente do citocromo P450 e conjuga-se com glutationa, dando origem a uma variedade de metabólitos sem atividade farmacológica. Parte do tiotrópio administrado é metabolizado pelas vias dependentes de CYP450 2D6 (e 3A4). O tiotrópio que não é absorvido pela mucosa digestória é eliminado nas fezes; por outro lado, o fármaco inalado é eliminado, principalmente na forma de droga intacta, por via renal.
Indicações.
Tratamento de manutenção dos pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), incluindo a bronquite crônica e o enfisema.
Posologia.
Dose usual: via inalatória, 18 mg por dia.
Superdosagem.
Considera-se pouco provável a intoxicação aguda com a ingestão oral de tiotrópio, devido a sua reduzida biodisponibilidade.
Reações adversas.
Relatam-se boca seca, constipação, tosse, irritação local incluindo irritação da garganta, taquicardia, dificuldade para urinar e retenção urinária (particularmente em pacientes com fatores predisponentes) e reações de hipersensibilidade, incluindo casos isolados de angioedema.
Precauções.
Não administrar mais de uma vez por dia. Não é necessário realizar reajustes na posologia em pacientes de idade avançada e naqueles com insuficiência renal leve. Recomenda-se realizar controles periódicos dos pacientes com insuficiência renal moderada a grave. Os pacientes com insuficiência hepática podem utilizar tiotrópio na dose recomendada. Aconselha-se não utilizar este fármaco para o tratamento inicial de episódios agudos de broncospasmo. Administrar com precaução a pacientes com glaucoma de ângulo fechado, hiperplasia prostática ou com obstrução do colo da bexiga.
Interações.
Em função de não haverem sido realizados estudos de interação com outras drogas anticolinérgicas, recomenda-se evitar sua administração simultânea. Não se conhecem interações com broncodilatadores simpatomiméticos, metil-xantinas ou esteroides.
Contraindicações.
História de hipersensibilidade à droga, à atropina ou a seus derivados (como ipratrópio e oxitrópio). Gravidez e amamentação. Crianças ou lactantes.