Tioridazina
Ações terapêuticas.
Ansiolítico, neuroléptico.
Propriedades.
Em doses elevadas, possui uma ação farmacológica básica similar à de outras fenotiazinas, porém, no espectro clínico, observam-se diferenças significativas com efeitos extrapiramidais mínimos e ação antiemética débil. Sua absorção é rápida e completa. Sua concentração plasmática máxima é alcançada após 2 a 4 horas de sua ingestão. Sua fixação às proteínas é de 95%. Metaboliza-se no fígado e alguns de seus metabólitos possuem propriedades farmacodinâmicas similares às da droga-base (fenotiazina). A meia-vida de eliminação plasmática é de aproximadamente 10 horas. Atravessa a placenta e passa ao leite materno. Em sua forma de liberação lenta, a absorção é prolongada.
Indicações.
Ansiedade, estados de tensão, agitação, distúrbios emocionais e do sono. Geriatria: estados de confusão, ansiosos, depressivos e insônia. Pediatria: dificuldade de concentração, distúrbios de conduta como hiperatividade ou agressividade. Pacientes psicóticos internados ou ambulatoriais.
Posologia.
A dose deverá ser adequada individualmente para cada paciente, de acordo com a natureza e gravidade dos sintomas. Recomenda-se que a dose inicial seja inferior à sugerida abaixo e aumentada gradualmente até atingir o nível eficaz. As doses diárias serão divididas em 2 a 4 administrações. As gotas e suspensão são recomendadas para o tratamento de crianças e pacientes geriátricos. Terapêutica ansiolítica - adultos: 10 a 75 mg/dia. Crianças: 0,5 a 2 mg/kg/dia. Terapêutica neuroléptica - adultos: pacientes psicóticos internados: 100 a 600 mg/dia, pacientes psicóticos ambulatoriais: 50 a 300 mg/dia; depressão e pacientes geriátricos: 25 a 200 mg/dia. Distúrbios mentais graves não-psicóticos: 25 a 150 mg/kg/dia. Dose máxima diária: 800 mg. Crianças: 1 a 4 mg/kg/dia.
Reações adversas.
Sedação, vertigem, hipotensão ortostática, secura na boca, distúrbios da acomodação visual, galactorreia, irregularidade do ciclo menstrual, erupção cutânea, fotossensibilidade. Náuseas, constipação, icterícia. Em casos isolados, com doses elevadas de tioridazina, observaram-se rigidez muscular e sintomas extrapiramidais, arritmias ou parada cardíaca. Em tratamentos a longo prazo, com doses superiores a 800 mg/dia, foram descritas retinopatias pigmentárias.
Precauções.
Em pacientes com glaucoma de ângulo fechado, hipertrofia prostática ou doença cardiovascular grave. Devem ser realizadas contagens leucocitárias regularmente durante o tratamento, por possível leucopenia ou agranulocitose, e controle da função hepática em doentes com antecedentes. Durante a gravidez, deverá ser prescrita somente em casos estritamente indicados.
Interações.
Aumenta os efeitos depressivos do álcool sobre o SNC, dos depressores do SNC e anti-histamínicos, os efeitos antimuscarínicos dos anticolinérgicos e dos inibidores da quinidina sobre a contratilidade miocárdica. Diminui os efeitos antiparkinsonianos da L-dopa e baixa o limiar do ataque convulsivo em pacientes epilépticos. Reduz o efeito pressor dos vasoconstritores adrenégicos. O uso junto com IMAO prolonga e aumenta o efeito sedativo e antimuscarínico das fenotiazinas. As drogas antiácidas e antidiarreicas inibem a absorção das fenotiazinas. O uso junto ao lítio agrava sintomas extrapiramidais e a neurotoxicidade dos agentes neurolépticos.
Contraindicações.
Estados comatosos ou depressão do SNC grave, hipersensibilidade a outras fenotiazinas e antecedentes de discrasias sanguíneas. Doença vascular grave. Lactação.