Timostimulina
Ações terapêuticas.
Imunoestimulante.
Propriedades.
A timostimulina é um complexo hormonal de origem tímica com atividades imunomodulares e imunorrestauradoras da resposta imune mediada pelas células. A timostimulina aumenta a produção de IL-2 e promove a liberação de fatores estimulantes das colônias celulares hematopoiéticas (CSF). A timostimulina é um fator polipeptídico imunoestimulante, extraído do timo do bezerro. Está bem caracterizado tanto físico-química como biologicamente, e é purificado e preparado por um método de extração especial. Sua atividade se avalia mediante ensaios biológicos normatizados, e se expressa em unidades roseta (UR), das que existem, no mínimo, 80 por miligrama. O sistema imune se compõe de células diferentes que circulam constantemente pelos vasos sangüíneos e linfáticos; cada linha celular possui funções diferentes, porém integram um sistema de comunicação que regula as suas atividades. Os linfócicos constituem as células básicas para a defesa contra elementos estranhos ao organismo. Os linfócitos B, encarregados da imunidade humoral, ao detectar um só antígeno estranho produzem os anticorpos ou marcam o antígeno para que outros elementos do sistema o destruam. Existem vários subtipos de células T, entre os quais as "helper" e as "killer", que modulam a reação imunitária. Também os linfócitos T reconhecem um só antígeno e quando entram em contato se ativam e se reproduzem. As células cancerosas às vezes apresentam antígenos diferentes das células sãs e podem ativar células T que possuem receptores sensíveis a estes. O descobrimento da interleucina 2 (IL-2), uma citocina que possui a propriedade de acelerar a reprodução dos linfócitos T ativados, possibilitou a cultura de clones de células T. Os hormônios tímicos são um grupo de peptídeos sintetizados por células epiteliais do timo que atuam sobre os processos de proliferação, maturação e ativação das células T. O timo desempenha um papel importante na imunidade celular. Este órgão induz a diferenciação e maturação de linfócitos T a partir de células precursoras e por intermédio de fatores humorais dos próprios linfócitos, e da criação, em seu meio, de um microambiente apropriado. A diferenciação e maturação das células T pela timostimulina estão relacionadas ao incremento da produção de interferona gama (INF-c) e interleucina-2 (IL-2). Em diferentes ensaios imunológicos e mediante observações clínicas, a timostimulina se manifestou como normalizadora da atividade dos linfócitos T e indutora da diferenciação e maturação das células precursoras (timócitos) a células imunocompetentes (linfócitos T). Adicionalmente, restaura a imunidade celular e normaliza o déficit funcional e numérico destes linfócitos.
Indicações.
Distúrbios imunitários atribuídos a um déficit funcional ou numérico dos linfócitos T; deficiências primárias da imunidade celular, deficiências secundárias de processos infecciosos de etiologia virótica, bacteriana e micótica, ou outras enfermidades que se caracterizam por redução de linfócitos T.
Posologia.
A via de administração é IM. Tratamento inicial: 1 a 1,5 mg/kg/dia durante 1 semana. Manutenção: 1 a 1,5 mg/kg/dia 2 a 3 vezes por semana.
Efeitos secundários.
Ocasionalmente podem aparecer reações cutâneas leves e passageiras (prurido, edema e eritema) no local da injeção. Raramente foram descritas reações generalizadas como urticária, febre e calafrios. Em caso de ocorrência de reações alérgicas, o tratamento deve ser suspenso.
Precauções.
Em caso de suspeita de sensibilização às proteínas bovinas, antes de iniciar o tratamento deve-se proceder à devida prova intercutânea diagnóstica: se o resultado for positivo, contraindicará a terapêutica.
Contraindicações.
Lúpus eritematoso. Terapêuticas imunossupressoras simultâneas. Gravidez. Sensibilização às proteínas bovinas.