Tetracosactida

Ações terapêuticas.

Análogo da corticotrofina.

Propriedades.

A tetracosactida é um polipeptídeo de origem sintética cuja sequência reproduz os aminoácidos 1 a 24 da corticotrofina humana (polipeptídeo de 39 aminoácidos). A tetracosactida carece do fragmento peptídico de 25 a 39 da corticotrofina, que possui atividade imunogênica e precipita o aparecimento de anticorpos neutralizantes, portanto pode ser utilizada sem risco elevado de reações de hipersensibilidade. A tetracosactida estimula a síntese de esteróides adrenais (hidrocortisona, cortisona, andrógenos e, em menor grau, aldosterona) nos pacientes com função adrenal normal, enquanto que não é eficaz quando o paciente é portador de uma insuficiência adrenal primária ou secundária. Prefere-se seu uso ao da corticotrofina para o diagnóstico de insuficiência adrenal primária devido ao menor risco de geração de alergia. Entre 45 e 60 minutos após sua administração por via parenteral registra-se um pico de concentração plasmática de hidrocortisona no paciente com funcionamento adrenal normal; 1 mg de tetracosactida possui a mesma atividade que 100UI de ACTH. No tratamento das patologias que requerem uma elevação dos níveis circulantes de glicocorticoides aplica-se como preparado de depósito.

Indicações.

Adjuvante no diagnóstico da insuficiência adrenocortical. Tratamento de patologias que requerem uma elevação dos níveis circulantes de glicocorticóides (doenças do colágeno, artrite reumatoide, pênfigo, dermatite herpetiforme, dermatite exfoliativa, eczema crônico, colite ulcerativa, mal de Crohn, hiperbilirrubinemia, síndrome nefrótica). Tratamento das exacerbações de esclerose múltipla, síndrome de Lennox e síndrome de Guillain Barré. Tratamento paliativo do câncer em estado terminal. Asma brônquica quando os corticoides não são recomendados (crianças que podem ter seu crescimento afetado). Substituto dos glicocorticoides em pacientes adrenalectomizados ou afetados pelo mal de Addison.

Posologia.

Diagnóstico. Adultos: 0,25 mg por via SC, IV ou IM. Crianças: 0,125 mg por via IM. Tratamento de deficiência de glicocorticóides. Adultos: 0,5 a 1 mg (preparado de depósito), duas vezes por semana. Em casos agudos pode aplicar-se 1 mg/dia, durante 3 dias; crianças menores de 6 anos: ¼ da dose para adultos; crianças de 6 a 12 anos: metade da dose para adultos.

Reações adversas.

Náuseas, febre, vômitos. Reações de hipersensibilidade: choque anafilático.

Precauções.

Administrar com precaução em pacientes com insuficiência cardíaca latente, úlcera gástrica ou duodenal, epilepsia, hipertensão, antecedentes psicóticos. O tratamento com tetracosactida pode diminuir a resistência às infecções. Os diabéticos insulinodependentes podem requerer um aumento da dose de insulina. Vigiar os níveis sanguíneos de glicose e o balanço eletrolítico de sódio e potássio. A corticotrofina tem sido vinculada com efeitos teratogênicos na administração prolongada; pela semelhança existente, embora não existam provas conclusivas, recomenda-se não usar tetracosactida em mulheres grávidas a menos que o benefício para a mãe supere o risco potencial para o feto. O aleitamento deve ser suspenso se a mãe receber o fármaco.

Interações.

É inativada pelas enzimas contidas no sangue total e no plasma, portanto não é recomendável adicionar tetracosactida a esses elementos.

Contraindicações.

Hipersensibilidade à tetracosactida. Hipersensibilidade à corticotrofina. Pacientes com antecedentes alérgicos. Síndrome de Cushing. Herpes genital. Varíola.