Temozolomida

Ações terapêuticas.

Antineoplásico.

Propriedades.

É um antineoplásico do tipo dos alquilantes. Uma vez ingerido o fármaco, a absorção é completa e, por biotransformação, origina-se o composto ativo MC (monometiltriaceno carboxamida). O mecanismo de ação seria devido ao efeito alquilante do MC sobre as bases de guanina nas posições O6 E N7, e a uma posterior reparação aberrante destes agregados metílicos. A temozolomida atravessa a barreira hemato-encefálica. A Cmáx do fármaco administrado por via oral é alacançada após 30 a 90 minutos. União a proteínas plasmáticas: 10% a 20%. O fármaco é eliminado na forma inalterada na urina na extensão de 5% a 10% da dose; o restante é eliminado na forma de um metabólito, a 4-amino-5-imidazol-carboxamida.

Indicações.

Gliomas malignos em pacientes que já tenham recebido quimioterapia ou naqueles em que a quimioterapia convencional não foi eficaz.

Posologia.

Pacientes não tratados com quimioterapia prévia: 200 mg/m2 por dia, durante 5 dias, em ciclos de 28 dias. Pacientes tratados com quimioterapia prévia: primeiro ciclo, 150 mg/m2 por dia, durante 5 dias; a seguir, pode-se avaliar a possibilidade de aumentar a dose nos ciclos seguintes até 200 mg/m2 em ciclos de 28 dias.

Superdosagem.

Pode manifestar-se mielossupressão. Recomenda-se tratamento de suporte sintomático.

Reações adversas.

Alterações gastrintestinais, vômitos (42%) e náuseas (35%) que em geral podem ser controladas sem interrupção do tratamento. Mielossupressão severa (predominantemente trombocitopenia), 7%. Não se observou mielossupressão acumulativa. Também podem apresentar-se fadiga, constipação, cefaleia, anorexia, diarreia, erupções, febre e sonolência. Com baixa frequência informou-se: astenia, dores abdominais, enjoos, perda de peso, dispneia, dispepsia, alopécia, tremores, prurido, mal-estar, alterações do paladar e parestesias.

Precauções.

Pacientes que apresentem vômitos graves podem requerer antieméticos antes de sua administração. Monitorar a contagem de neutrófilos nos pacientes que recebem este fármaco; se a contagem cai abaixo de 1 x 109 células/1, a dose seguinte deverá ser reduzida em 50 mg/m2 por dia (por exemplo, de 200 mg/m2 para 150 mg/m2). Recomenda-se que o homem sob tratamento com temozolomida utilize métodos contraceptivos eficazes. Não se dispõe de experiência com este fármaco em crianças com idade inferior a 3 anos. Em pacientes maiores de 70 anos o risco de mielossupressão é maior.

Interações.

Alimentos, ranitidina: não se registrou alteração da absorção. Dexametasona, proclorperazina, fenitoína, carbamazepina, ondansetrona, antagonistas dos receptores H2, fenobarbital: não se observou alteração da temozolomida. Ácido valproico; redução leve da depuração da temozolomida; administrar com precaução. Agentes alquilantes: evitar a administração conjunta, dado o aumento do risco de mielossupressão.

Contraindicações.

Hipersensibilidade à temozolomida e à dacarbazina. Gravidez e amamentação.