Sunitinibe

Ações terapêuticas.

Antineoplásico.

Propriedades.

Trata-se de uma substância que inibe vários receptores de tirosina quinase (RTK), envolvidos no desenvolvimento tumoral, angiogênese e progressão metastática de tumores. O sunitinibe inibe a atividade de aproximadamente 80 quinases diferentes e bloqueia a quinase dos receptores de fatores de crescimento plaquetário (VEGFR1, VEGFR2 e VEGFR3), receptores de fatores de células-tronco (KIT), tirosina quinase-3 símile Fms (FLT3), receptor de fator de estimulação de colônias tipo 1 (CSF-1R), e o receptor do fator neurotrófico derivado de linhagens celulares gliais. Sua biodisponibilidade não é afetada pela presença de alimentos. A união a proteínas plasmáticas é de aproximadamente 90%. A metabolização ocorre pela enzima CYP3A4 do sistema enzimático do citocromo P-450 e se transforma no primeiro metabólito ativo que continua sendo degradado pela enzima CYP3A4. A atividade deste metabólito é de aproximadamente 23 a 37% do total da dose administrada. A eliminação é realizada principalmente por via fecal (61%) e, em menor proporção, por via renal.

Indicações.

Tumores do trato gastrintestinal após progressão da doença ou intolerância a imatinibe. Carcinoma renal avançado.

Posologia.

Dose: via oral, 50 mg uma vez ao dia durante 4 semanas, seguidas de duas semanas sem tratamento. Recomenda-se aumento ou redução de 12,5 mg conforme a tolerabilidade ou segurança individual. Caso seja administrado juntamente com substâncias que inibem a isoenzima CYP3A4, recomenda-se diminuir a dose de sunitinibe para 37,5 mg ao dia. Caso a administração coincida com o uso de substâncias indutoras da isoenzima CYP3A4, deve-se considerar um aumento da dose de sunitinibe até um máximo de 87,5 mg diários em GIST e MRCC ou 62,5 mg diários em pNET.

Superdosagem.

Os sinais e sintomas de superdosagem compreendem descoordenação motora, cefaleia, hipoatividade, piloereção, desconforto gastrintestinal, alterações oculares. Não há antídoto específico. Em caso de superdosagem, aplicar medidas terapêuticas de suporte.

Reações adversas.

Os principais efeitos adversos incluem fadiga, febre, diarreia, náuseas, vômitos, mucosite/estomatite, constipação, dor abdominal, hipertensão, rash cutâneo, descoloração da pele, síndrome pés-mãos, alteração do paladar, cefaleia, artralgia, mialgia, dispneia, tosse, anorexia, astenia, hemorragias.

Precauções.

Recomenda-se realizar controles periódicos da atividade cardíaca. Administrar com precaução a pacientes com antecedentes de fenômenos hemorrágicos. Caso o paciente apresente hipertensão arterial, recomenda-se suspender temporariamente o tratamento. Recomenda-se realizar controles sobre a função adrenal em pacientes que tenham sofrido cirurgia, trauma ou infecção adrenal grave. A segurança e eficácia do sunitinibe não foram avaliadas em pacientes pediátricos.

Interações.

Estudos in vitro indicam que o sunitinibe não induz nem inibe as enzimas do citocromo P-450 (CYP1A2, CYP2A6, CYP2B6, CYP2C8, CYP2C9, CYP2C19, CYP2D6, CYP2E1, CYP3A4/5, e CYP4A9/11). As substâncias que inibem a isoenzima CYP3A4 (cetoconazol, itraconazol, claritromicina, atazanavir, indinavir, nefazodona, nelfinavir, ritonavir, saquinavir, telitromicina, voriconazol) produzem aumento da concentração plasmática de sunitinibe. Recomenda-se evitar esta associação ou reduzir a dose administrada de sunitinibe. Substâncias que induzem a atividade de CYP3A4 (rifampicina, dexametasona, fenitoína, carbamazepina, rifabutina, rifapentina, fenobarbital, erva de São João) produzem uma diminuição da quantidade circulante de sunitinibe. Recomenda-se evitar esta associação ou ajustar a dose a ser administrada.

Contraindicações.

Gravidez e amamentação. Hipersensibilidade ao fármaco.

Princípios ativos que interagem com Sunitinibe