Rilpivirina
Ações terapêuticas.
Fármaco antiviral.
Propriedades.
Propriedades farmacológicas: mecanismo de ação: a rilpivirina é um inibidor não nucleosídico da transcriptase reversa (INNTR) do vírus da imunodeficiência humana do tipo 1 (HIV-1), e inibe a replicação do HIV-1 pela inibição não competitiva da transcriptase reversa. A rilpivirina não inibe a DNA polimerase celular humana a, b, e c. Farmacocinética: mediante administração por via oral, a máxima concentração plasmática (Cmáx) de rilpivirina geralmente é alcançada dentro de 4-5 horas. Sua biodisponibilidade absoluta é desconhecida. A exposição a rilpivirina é aproximadamente 40% menor quando o fármaco é administrado em jejum, em comparação com sua ingestão juntamente com alimentos. Quando a rilpivirina é administrada somente com uma bebida rica em proteínas, a exposição é 50% menor que quando ingerida com alimentos. A rilpivirina liga-se em cerca de 99,7% a proteínas plasmáticas, principalmente albumina. A distribuição de rilpivirina em outros compartimentos diferentes do plasmático não foi avaliada em seres humanos. A rilpivirina é metabolizada pelo sistema de citocromos P450 (CYP3A). A meia-vida de eliminação é de aproximadamente 50 horas. Nas fezes detectam-se aproximadamente 25% da dose administrada sem alterações, enquanto somente traços de rilpivirina ( < 1% da dose) sem alterações são detectados na urina.
Indicações.
Está indicado, em associação com outros agentes antirretrovirais, para o tratamento de pacientes infetados com HIV-1, virgens de tratamento.
Posologia.
Um comprimido de 25 mg, administrado uma vez ao dia com as refeições.
Reações adversas.
Náuseas, dor abdominal, vômitos, fadiga, cefaleia, enjoo, sintomas depressivos, insônia, sonhos incomuns, "rash" cutâneo, colecistite, colelitíase, diminuição do apetite, sonolência, alterações do sono, ansiedade, glomerulonefrite membranosa, glomerulonefrite mesangioproliferativa. Alterações em parâmetros de laboratório: aumento da creatinina, transaminases (GPT, GOT), bilirrubina, colesterol total, LDL e triglicerídios.
Precauções.
No início da terapia com rilpivirina devem-se tomar em conta as seguintes precauções: houve maior número de pacientes tratados com rilpivirina que iniciaram terapia com cargas virais de HIV acima de 100.000 copias/ml experimentaram falha virológica em comparação com os que iniciaram a terapia com menos de 100.000 copias/ml. Nos pacientes em que houve fracasso virológico, aqueles que fizeram uso de rilpivirina foram mais suscetíveis a desenvolver resistência geral ao tratamento e resistência cruzada a outros fármacos da classe dos INNTR do que aqueles que receberam efavirenz. O número de pacientes tratados com rilpivirina que desenvolveram mutações de resistência a entricitabina/lamivudina foi maior do que nos indivíduos que receberam efavirenz. Síndromes depressivos: efeitos adversos relacionados com depressão (alterações do humor, depressão, disforia, depressão maior, pensamentos negativos, tentativas de suicídio, ideação suicida) foram relatados com rilpivirina. Os pacientes com sintomas depressivos graves devem buscar imediata avaliação médica, para avaliar se os sintomas estão relacionados com rilpivirina, e eventualmente determinar os riscos e benefícios de continuar a terapia. Distribuição de gordura: a redistribuição ou acúmulo da gordura corporal, incluindo a obesidade central, a corcova de búfalo, o emagrecimento periférico e facial, aumento de mamas e a apariência cushingoide foram associados ao tratamento antirretroviral. Síndrome de reconstituição imune: a síndrome de reconstituição imune foi relatada em pacientes tratados com combinações de antirretrovirais, inclusive com a rilpivirina. Durante a fase inicial do tratamento antirretroviral, pacientes cujos sistemas imunes respondem, podem desenvolver uma resposta inflamatória a infecções oportunistas latentes ou residuais (como Mycobacterium avium complex, citomegalovírus, Pneumocystis jiroveci e tuberculose). Gravidez: não há dados disponíveis sobre o uso de rilpivirina em mulheres grávidas. Não se observaram efeitos sobre o embrião ou o feto em animais. A rilpivirina deve ser usada durante a gravidez somente se o potencial benefício justifica o potencial risco sobre o feto. Amamentação: em animais observou-se eliminação de rilpivirina no leite materno, porém não se sabe se isto ocorre em mulheres. A recomendação é que não se deve amamentar durante tratamento com rilpivirina. Crianças: a segurança e eficácia da rilpivirina não foram estabelecidas em pacientes com idade inferior a 18 anos. Insuficiência hepática: não é necessário ajuste de dose em pacientes com disfunção hepática leve ou moderada (Child-Pugh Classe A o B). A rilpivirina não foi estudada em pacientes com disfunção hepática grave (Child-Pugh Classe C). Insuficiência renal: não é necessário ajuste de dose em pacientes com insuficiência renal leve ou moderada. Em pacientes com insuficiência renal grave ou doença renal terminal, a rilpivirina deve ser usada com precaução e com um monitoramento escrupuloso dos efeitos adversos, já que as concentrações de rilpivirina podem estar aumentadas devido à alteração da absorção da droga, a distribuição e o metabolismo devido à disfunção renal. Como a união de rilpivirina a proteínas plasmáticas é alta, é pouco provável que seja removida de forma significativa por diálise peritoneal ou por hemodiálise.
Interações.
Didanosina: não é necessário o ajuste de dose quando a rilpivirina é coadministrada com didanosina. Esta última deve ser administrada com o estômago vazio e pelo menos duas horas antes ou pelo menos quatro horas após a rilpivirina (a qual deve ser administrada com as refeições). Não se recomenda a administração de rilpivirina com delavirdina ou outros INNTR. O uso concomitante de rilpivirina com lopinavir-ritonavir pode causar aumento nas concentrações plasmáticas de rilpivirina por inibição do CYP3A. Não é necessário um ajuste de dose neste caso. O uso concomitante de rilpivirina com darunavir-ritonavir pode causar um aumento nas concentrações plasmáticas de rilpivirina por inibição do CYP3A, mas não é necessário um ajuste de dose em função deste efeito. O uso concomitante de rilpivirina com inibidores de protéase (IP) com "booster" (atazanavir/ritonavir, fosamprenavir/ritonavir, saquinavir/ritonavir, tipranavir/ritonavir) pode causar aumento nas concentrações plasmáticas de rilpivirina por inibição do CYP3A. Não se espera que rilpivirina afete as concentrações do IP. O uso concomitante de rilpivirina com inibidores de protéase sem "booster" (atazanavir, fosamprenavir, indinavir, nelfinavir) pode causar aumento nas concentrações plasmáticas de rilpivirina por inibição do CYP3A. Não se espera que a rilpivirina afete as concentrações do IP. A combinação de rilpivirina e antiácidos (hidróxido de alumínio ou magnésio, carbonato de cálcio) deve ser usada com precaução já que a coadministração pode causar diminuição significativa nas concentrações plasmáticas de rilpivirina (por aumento no pH gástrico). Os antiácidos devem ser somente administrados pelo menos 2 horas antes ou no mínimo 4 horas após a rilpivirina. O uso concomitante de rilpivirina com antimicóticos azólicos (fluconazol, itraconazol, cetoconazol, posaconazol, voriconazol) pode causar aumento nas concentrações plasmáticas de rilpivirina por inibição do CYP3A. Não é necessário o ajuste de dose quando a rilpivirina é coadministrada com estes fármacos. Por outro lado, deve-se monitorar clinicamente a evolução das infecções micóticas quando estes fármacos estiverem sendo usados juntamente com a rilpivirina. O uso concomitante de rilpivirina com antagonistas do receptor H2 (cimetidina, nizatidina, ranitidina) deve ser realizado com precaução, já que pode haver diminuição significativa das concentrações plasmáticas de rilpivirina (aumento do pH gástrico). Os antagonistas do receptor H2 devem ser administrados pelo menos 12 horas antes ou no mínimo 4 horas após a rilpivirina. O uso concomitante de rilpivirina com claritromicina, eritromicina e troleandomicina pode causar aumento das concentrações plasmáticas de rilpivirina por inibição do CYP3A. Se possível, considerar alternativas a esses macrolídios, como a azitromicina. A administração concomitante de metadona com a rilpivirina não requer ajuste de dose. Não obstante, recomenda-se a monitoração clínica, já que a terapia de manutenção com metadona pode necessitar de ajuste em alguns pacientes. A rilpivirina deve ser usada com cautela em pacientes que recebem fármacos que prolongam o intervalo QT (por aumento do risco de torsades de pointes).
Contraindicações.
A rilpivirina não deve ser coadministrada com os seguintes fármacos, já que se pode produzir redução nas concentrações plasmáticas de rilpivirina pela indução enzimática do CYP3A ou pelo aumento do pH gástrico, que pode resultar em perda da resposta virológica e em possível resistência a rilpivirina ou a todo o grupo de INNTR: anticonvulsivantes: carbamazepina, oxcarbazepina, fenobarbital, fenitoína. Antimicobactérias: rifabutina, rifampicina, rifapentina. Inibidores da bomba de prótons: esomeprazol, lansoprazol, omeprazol, pantoprazol, rabeprazol. Dexametasona sistêmica (mais de uma dose). Erva-de-são-joão (Hypericum perforatum).