Quinina

Ações terapêuticas.

Antimalárico. Tratamento da cãibra.

Propriedades.

É um alcaloide natural extraído da cortiça dessecada de certas plantas rubiáceas (Cinchona calisaya). É um antimalárico de ação supressiva sobre o Plasmodium falciparum, porém, sua ação é muito menos potente que os derivados das 4-aminoquinolinas (cloroquina), portanto, somente é empregada em pacientes com malária resistente à cloroquina. Não tem ação profilática causal já que não atua sobre os esporozoítos nem sobre as formas preeritrocíticas ou exoeritrocíticas. Desenvolve sinergismo ao ser associada com a pirimetamina; desenvolve, além disso, um efeito hipotérmico em indivíduos febris com produção de termólise, perda de calor ao atuar sobre o centro termorregulador. Os efeitos da quinina sobre o musculoesquelético são produzidos segundo três mecanismos: 1) incremento do período refratário (ação direta sobre a fibra muscular); 2) diminuição da excitabilidade da placa neuromuscular (ação similar à do curare); e 3) alteração da distribuição de cálcio dentro da fibra muscular. É rapidamente absorvida por via oral e degrada extensamente (somente 5% são excretados inalterados na urina). Liga-se em alto grau às proteínas plasmáticas e é excretada na urina ácida com o dobro da velocidade que na urina alcalina. Meia-vida: 4-5 horas. No LCR a quinina atinge somente 2% a 5% da concentração plasmática. Atravessa a barreira placentária e ocasiona danos ao feto.

Indicações.

Malária provocada por cepas de P. falciparum resistentes à cloroquina. Prevenção e tratamento das cãibras musculares dos membros inferiores (pernas, pé), associadas com o descanso noturno.

Diagnóstico.

Como antimalárico: 600 mg cada 8 horas. Dose média em crianças: 25 mg/kg/dia.

Posologia.

Tratamento da cãibra noturna: 260 a 520 mg de sulfato de quinina por dia, com suspensão periódica do tratamento e observar se esse deve ser continuado ou não.

Superdosagem.

A superdose de quinina produz efeitos similares aos enumerados em Reações adversas; em doses de 2 a 8 gramas pode provocar a morte. Tratamento: lavagem gastrintestinal e medidas de sustento e sintomáticas.

Reações adversas.

Hemólise aguda, coagulação intravascular disseminada, trombocitopenia, agranulocitose. Distúrbios visuais, visão turva, fotofobia, diplopia, vertigem, dor de cabeça, náusea, vômito, febre. Erupções cutâneas, sudorese, edema. Sintomas asmáticos e de angina do peito.

Precauções.

Suspender a medicação se aparecer qualquer evidência de hipersensibilidade. Suspender a amamentação se a mãe receber quinina.

Contraindicações.

Não usar em mulheres grávidas, é teratogênica e pode provocar aborto. Hipersensibilidade à quinina. Pacientes com deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase. Pacientes com neurite óptica ou tinido.

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