Quinapril

Ações terapêuticas.

Anti-hipertensivo.

Propriedades.

É um moderno inibidor da enzima conversora de angiotensina (ECA). Como outros derivados desta família de fármacos (enalapril, lisinopril, cilazapril, perindopril), é inibidor específico e seletivo da angiotensina II (AT II) a qual, por ser um octapeptídeo ativo, comporta-se como um potente vasoconstritor e, consequentemente, produz hipertensão arterial em grau variável. O quinapril diminui os níveis séricos e teciduais de angiotensina II e reduz os valores de pressão sistólicos e diastólicos em pacientes com diferentes graus de hipertensão arterial. A par destes efeitos, melhora o desempenho cardíaco em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva, pelo fato de reduzir a pós-carga. Além destes efeitos farmacológicos, reconhece-se uma ação restaurada no nível de endotélio vascular na disfunção endotelial, de grande interesse também no desenvolvimento inicial da patologia ateromatosa trombogênica. É administrado por via oral, sendo absorvido rapidamente no trato digestivo; o metabólito quinaprilato possui potente e alta afinidade pela ECA de membrana tecidual. Como todos os derivados inibidores da ECA, sofre biotransformação hepática e é eliminado por via renal.

Indicações.

Hipertensão arterial de diferentes graus (leve, moderada, grave) e tipos (essencial ou secundária). Insuficiência cardíaca congestiva, concomitante com diurético ou digoxina.

Posologia.

A dose média como anti-hipertensivo é de 10 mg por dia em tomada única. Na insuficiência cardíaca congestiva, a dose inicial recomendada é de 5 mg. Em indivíduos com hipertensão arterial refratária ou em pacientes que não respondem, pode-se aumentar a dose (20 a 80 mg) ou associar com diuréticos tiazídicos (hidroclorotiazida etc.). Uma vez normatizados os valores tensionais, aconselha-se continuar com uma dose mínima de manutenção (5 mg ao dia).

Reações adversas.

Sua tolerabilidade é muito boa; assinalaram-se alguns efeitos secundários de caráter leve e transitório com astenia, fadiga, cãibras, tosse seca, erupção cutânea, hipotensão ortostática, cefaleia, sensação de instabilidade e edema angioneurótico.

Precauções.

Em pacientes com insuficiência renal, com a supressão do tratamento pode-se observar aumento reversível da uremia e da creatininemia. Em pacientes tratados com diuréticos, indivíduos idosos ou com insuficiência cardíaca pode ocorrer hipotensão sintomática após a dose inicial. Na gravidez, só deverá ser empregado se o benefício justificar o risco potencial para o feto, já que este pode ser afetado.

Interações.

Em pacientes que recebem potássio ou estão sob tratamento com diuréticos poupadores de potássio (amilorida, triantereno), podem apresentar-se fenômenos de hiperpotassemia. Os diuréticos podem potenciar a resposta hipotensora.

Contraindicações.

Hipersensibilidade aos inibidores da ECA. Gravidez. Estenose unilateral ou bilateral da artéria renal.