Pramipexol

Ações terapêuticas.

Antiparkinsoniano.

Propriedades.

É um agonista dopaminérgico <196> não-ergotínico <196> que possui uma elevada afinidade pelos receptores D2 da dopamina e, em menor grau, pelos receptores D3 e D2 ou D4, respectivamente. Seu mecanismo de ação é similar ao de outros fármacos antagonistas da dopamina, pois estimula os receptores desta amina biogênica localizados no corpo estriado do SNC. Atualmente sua indicação mais precisa é como monoterapia no tratamento da doença de Parkinson idiopática precoce, caso em que pode postergar a administração de levodopa, ou na doença de Parkinson avançada, em associação com a levodopa. Após sua administração por via oral, o pramipexol é rapidamente absorvido (90%) sem sofrer interferência dos alimentos, alcançando seu pico plasmático máximo (Cmáx) em cerca de 2 horas. Apresenta ampla distribuição por todo o organismo, circulando em maior proporção na forma de droga livre, já que sua união a proteínas plasmáticas é baixa (inferior a 20%). Sua meia-vida plasmática é prolongada: 8 horas em adultos sadios e 17 horas em idosos ou anciões. Este novo agente antiparkinsoniano não sofre biotransformação metabólica no organismo, sendo eliminado em alta concentração (acima de 90%), sem modificações, pela urina. Não é necessário realizar reajuste de dose em função da idade ou do sexo, porém em pacientes com insuficiência renal pode haver uma menor taxa de eliminação. A dose deverá ser iniciada com doses subterapêuticas, sendo aumentada gradual e progressivamente, na dependência da tolerância do paciente. Do mesmo modo, a retirada do fármaco deverá ser feita de modo gradual, se bem que haja informações a respeito da interrupção súbita do tratamento sem outros problemas.

Indicações.

Como agente único na doença de Parkinson incipiente, ou na forma avançada em associação com levodopa, de forma a reduzir a dose desta última.

Posologia.

Como monoterapia: 1,5 a 4,5 mg/dia, divididos em 3 tomadas diárias. Em associação com levodopa: 1,5 a 4,5 mg/dia divididos em 3 tomadas diárias, juntamente com cerca de 800 mg de levodopa por ida, levando em consideração que em estudos clínicos foi observado que a introdução do pramipexol induz redução de aproximadamente 27% da dose requerida de levodopa. Recomenda-se iniciar o tratamento com 0,375 mg/dia (dividido em 3 tomadas iguais), aumentando a dose, se necessário, em incrementos de 0,375 mg a intervalos de 5 a 7 dias, até alcançar a dose mínima eficaz. Em pacientes com depuração de creatinina maior ou igual a 60 ml/min, a dose máxima é de 4,5 mg/dia; com depuração de creatinina entre 35 e 59 ml/min, a dose máxima é de 3 mg/dia, e com depuração de creatinina entre 15 e 34 ml/min, a dose máxima é de 1,5 mg/dia de pramipexol. Recomenda-se não administrar o fármaco em insuficiência renal grave, pois não há estudos realizados em pacientes nestas condições.

Superdosagem.

Em caso de superdose deve instaurar-se tratamento sintomático, que pode incluir administração de antagonistas dopaminérgicos (neurolépticos, metoclopramida).

Reações adversas.

Hipotensão ortostática, síncope, taquicardia, dores precordiais. Em pacientes com doença de Parkinson precoce, são freqüentes sonolência, enjoos e insônia, ao passo que em pacientes com doença de Parkinson avançada submetidos a tratamento combinado com pramipexol-levodopa o efeito adverso mais comum é a discinesia. Alucinações (em 10% dos pacientes em qualquer estado). Agitação: frequente em pacientes com depressão grave.

Precauções.

Pode produzir sonolência, e portanto devem tomar-se precauções em tarefas com manuseio de maquinaria pesada e condução de veículos. A dose deve ser reduzida em pacientes com distúrbios da função renal. Administrar com precaução a pacientes com doença cardiovascular em função do risco de taquicardia, hipotensão ortostática e hipertensão. Administrar com precaução a pacientes com antecedentes de hipersensibilidade a fármacos correlatos (talipexol, ropinirol). A administração a pacientes com desordens psicóticas e demência (por multi-infarto ou degenerativa primária) somente deve ser realizada cuidadosamente, devido ao risco de exacerbação. Não administrar durante a gravidez (risco de teratogênese) e a lactação (inibição da lactação). Em pacientes com Parkinson avançado pode haver incremento da discinesia.

Interações.

Neurolépticos (fenotiazínicos, butirofenonas, tioxantenos), metoclopramida, sulpirida, antagonistas dopaminérgicos: redução do efeito terapêutico por antagonismo farmacológico; quando possível, evitar a administração conjunta. Levodopa: pode haver aumento das discinesias; reduzir a dose da levodopa. Probenecida, selegilina, amantadina: podem ser administradas conjuntamente. Fármacos que inibem a secreção tubular renal de drogas catiônicas e fármacos que são eliminados pelo sistema tubular renal (cimetidina, ranitidina, diltiazem, triantereno, verapamil, quinidina, quinina): redução da eliminação do pramipexol. Penicilina, hidroclorotiazida, indometacina: possível redução da eliminação do pramipexol; administrar com precaução. Agonistas dopaminérgicos: evitar a administração conjunta. Álcool: evitar a administração conjunta. Anti-hipertensivos: administrar com suma precaução, dado o risco de hipotensão grave. Antiarrítmicos: administrar com suma precaução, dado o risco de bradicardia e arritmias.

Contraindicações.

Hipersensibilidade ao pramipexol. Gravidez, lactação.

Princípios ativos que interagem com Pramipexol