Piroxicam, cinamato
Ações terapêuticas.
Anti-inflamatório não esteroide. Antirreumático.
Propriedades.
É um derivado dibenzotiazínico que pertence à família farmacológica dos oxicanos (piroxicam, tenoxicam, sudoxicam) e, como todos eles, possui atividade analgésica, anti-inflamatória e antirreumática. Sua ação é atribuída ao bloqueio da biossíntese prostaglandínica ao inibir a enzima cicloxigenase (protaglandinasintetase). Estes fármacos, além disso, inibem a migração celular e o quimiotaxismo de leucócitos e macrófagos ao foco flogogênico, o que também diminui a produção de complexos celulares e fator reumatóideo sérico e sinovial, especialmente em pacientes com artrite reumatoide seropositiva. Também desenvolve um efeito antiagregante plaquetário e, como o piroxicam, diminui a hipertonia e hipercontratilidade uterina. O cinamato de piroxicam é bem absorvido no trato gastrintestinal e alcança rapidamente a circulação sanguínea, aos 60 minutos após sua ingestão, com seu pico sérico máximo em 4 horas. Apresenta uma longa meia-vida e um grau elevado de união às proteínas plasmáticas. Com 72 horas, a eliminação é praticamente completa por via renal (82%) e fecal (12%), sem que tenham sido achados fenômenos de acúmulo medicamentoso, dada sua ampla metabolização no nível hepático.
Indicações.
Afecções que requeiram ação anti-inflamatória e analgésica como a artrite reumatoide, artrose, espondilite anquilosante, distúrbios musculoesqueléticos agudos e gota aguda. Dismenorréia primária em pacientes maiores de 12 anos.
Posologia.
Administra-se 1 dose de 30 mg/dia de cinamato de piroxicam. Em pacientes com patologias rebeldes ou refratárias, pode-se aumentá-la para 60 mg/dia.
Reações adversas.
Ocasionalmente, podem ser observadas manifestações gastrintestinais como hiperacidez, epigastralgia, dispepsia, náuseas, anorexia, vômitos, diarreia, flatulência, constipação. Raramente, edemas maleolares e efeitos sobre o SNC; cefaleia, tonturas, nervosismo, insônia. Em indivíduos hiperérgicos, fenômenos de hipersensibilidade alérgica como erupção cutânea, urticária, vasculite medicamentosa, broncospasmo.
Precauções.
O uso do fármaco deverá ser controlado em pacientes com antecedentes de patologia esofagogastroduodenal e, como com todos os antiinflamatórios não esteroides que inibem a biossíntese renal de prostaglandinas, também deverá ser controlado nos indivíduos com hipoperfusão renal, ou volume circulatório ou fluxo plasmático renais insuficientes. Este fenômeno é mais evidente em pacientes nefropatas, idosos ou com cirrose hepática, insuficiência cardíaca congestiva ou síndrome nefrótica. Controlar periodicamente os parâmetros humorais hepáticos e hematológicos, especialmente em tratamentos prolongados. Por sua ação antiagregante plaquetária, não deve ser associado com ácido acetilsalicílico, porque o tempo de coagulação seria prolongado. Deverá ser empregado com precaução em indivíduos que dirigem maquinárias ou veículos, pelo possível aparecimento de tonturas ou vertigem. Na gravidez avançada, pode haver um maior índice de distocias uterinas e retardamento do parto.
Interações.
Não associar com outro AINE ou ácido acetilsalicílico, pois aumentaria o risco de produzir efeitos colaterais indesejáveis. Por ter uma elevada união às proteínas séricas, a prescrição de fármacos que interagem nesse nível deverá ser evitada, porque os parâmetros metabólicos do fármaco seriam modificados.
Contraindicações.
Hipersensibilidade aos oxicanos. Doença ulcerosa gastroduodenal ativa; hemorragias gastrintestinais, insuficiência hepática grave. Pacientes que recebem outros anti-inflamatórios não esteroides, inclusive ácido acetilsalicílico, com antecedente de asma brônquica, rinite, edema angioneurótico com estes fármacos.