Oprelvecina
Ações terapêuticas.
Imunoestimulante.
Propriedades.
Este agente hematoimunoestimulante é um fator de crescimento hematopoético que atua diretamente sobre a megacariopoese e a trombopoese, estimulando sua proliferação e maturação. A oprelvecina é produzida pela Escherichia coli por métodos de DNA recombinante e é conhecida como interleucina-11 (IL-11). Exibe similaridade com outros fatores de crescimento celular como o fator estimulante de colônia de granulócitos (G-CSF). Do ponto de vista químico trata-se de uma proteína de 19.000 daltons e contém 177 aminoácidos (diferentemente da IL-11 nativa, que possui 178 aminoácidos, faltando-lhe a aminoprolina terminal). Em modelos experimentais de mielodepressão e trombocitopenia a IL-11 mostrou ativa eficácia mieloestimulante, com rápida recuperação da população celular e produção de plaquetas morfológica e funcionalmente idênticas às originalmente nativas. Além disso, este agente citoquímico mostrou outras ações não-hematológicas desejáveis como a estimulação do epitélio intestinal (aumentando a cicatrização de lesões gastrintestinais), a inibição da produção de citocinas pró-inflamatórias, a inibição da adipogênese etc. De acordo com os estudos clínicos realizados em pacientes oncológicos submetidos à quimioterapia com fenômenos de mielodepressão e trombocitopenia, a administração da oprelvequina por via subcutânea (SC) em doses de 50 mg/kg provocou aumento do volume plasmático, celular, trombocítico e uma diminuição para indicação de transfusões de sangue ou de hemácias ou plaquetas. A biodisponibilidade do fármaco é superior a 80%, sua meia-vida é de 6,9 horas e seu pico plasmático (Cmáx) de 17,4 ng/ml. Sua eliminação renal é discreta e a distribuição tecidual é ampla para tecidos de alta perfusão.
Indicações.
Prevenção da trombocitopienia grave após quimioterapia oncológica (sessões de quimioterapia) em pacientes com neoplasias não-mieloides.
Posologia.
Adultos: 50 mg/kg uma vez ao dia, aplicados por via subcutânea. Em dose única, entre a 6ª e a 24ª hora após finalizada a sessão de quimioterapia. Em crianças, uma dose de 75 a 100 mg/kg mostrou comportamento semelhante ao de uma dose de 50 mg/kg em adultos. As contagens de plaquetas devem ser realizadas periodicamente, e a medicação deve continuar até que se atinjam valores acima de 50.000 plaquetas/ml. Os ciclos de oprelvecina recomendadas são de 10 a 21 dias, não sendo aconselhável superar este limite. A aplicação da oprevelcina deve ser suspensa 2 dias antes de iniciar um novo ciclo de quimioterapia.
Superdosagem.
Não foram relatados casos de superdose. Doses elevadas (250 mg/kg) poderiam provocar aumento de eventos cardiovasculares em adultos. Diante desta eventualidade estaria indicada terapia depletora (diuréticos) e de suporte hemodinâmico.
Reações adversas.
Entre os fenômenos detectados em mais de 10% dos pacientes aparecem: astenia, calafrios, anorexia, mialgias, nervosismo, constipação, alopecia, febre, síndrome gripal, neutropenia. Humoralmente, ocorre diminuição da concentração de hemoglobina em decorrência da expansão plasmática, e hipoproteinemia.
Precauções.
Pode ocorrer retenção de líquido com edemas periféricos, razão pela qual em pacientes com problemas mecânicos do coração esta situação deverá ser acompanhada ou indicada a administração de diuréticos. Foram detectadas arritmias atriais transitórias em 10% dos pacientes; assim, deve-se realizar um cuidadoso monitoramento naqueles pacientes com patologias cardiovasculares ou arritmias, ou com insuficiência cardíaca congestiva.
Interações.
A maioria dos pacientes recebem simultaneamente filgrastima (fator estimulante de colônias, G-CSF), sem que tenham havido interações. Não são previstas interações com fármacos que tenham biotransformação metabólica via sistema do citocromo P-450.
Contraindicações.
Hipersensibilidade ao princípio ativamente.