Nefazodona

Ações terapêuticas.

Antidepressivo.

Propriedades.

Derivado sintético, pertencente ao grupo das fenilpiperazinas. O seu efeito antidepressivo decorre do bloqueio da neurotransmissão seratoninérgica por competição com os receptores de tipo II da serotonina (5HT) e por um bloqueio parcial leve na neurotransmissão alfa-adrenérgica. Não apresenta efeitos anticolinérgicos e nem anti-histamínicos. Em pacientes com mais de 65 anos, a nefazodona não provoca alterações na condução cardíaca e nem hipotensão ortostática. Provoca leve interferência na duração dos estágios do sono o que causa pequeno retardo na instalação da fase MOR ou REM. Administrada por via oral, é rapidamente absorvida e alcança o pico plasmático em 1 a 3 horas. O equilíbrio cinético plasmático ocorre em 3 ou 4 dias com as doses terapêuticas usuais. A presença de alimentos retarda sua absorção e reduz sua biodisponibilidade em 20% (clinicamente não-significativo). A nefazodona é bastante lipossolúvel, distribuindo-se por todos os tecidos (volume de distribuição 0,23 a 0,68l/kg). Metaboliza-se no fígado, originando dois metabólitos ativos, a hidroxinefazodona e a dietil-hidroxinefazodona, e um metabólito com atividade serotoninérgica, a m-clorofenilpiperazina. A meia-vida de eliminação no estado de equilíbrio cinético é de 2 a 4 horas, sendo os metabólitos eliminados, principalmente, pelos rins. Apresenta elevada ligação às proteínas plasmáticas: > 99%. Recomenda-se a redução da dose em pacientes com disfunção hepática ou renal. A resposta clínica máxima instala-se após 4 semanas de tratamento.

Indicações.

Síndromes depressivas. Depressão grave não psicótica.

Posologia.

Inicial: 200 mg/dia, subdivididos em duas doses; a dose pode ser aumentada gradualmente até atingir 600 mg/dia, dependendo da resposta clínica. Manutenção: a dose é determinada no início do tratamento: ensaios laboratoriais devem ser realizados durante o período de tratamento, que poderá estender-se por até um ano. Os pacientes com disfunção hepática ou renal devem ser observados cuidadosamente desde o início do tratamento.

Superdosagem.

Aumento de incidência e gravidade das reações adversas, em especial, sonolência e vômitos. O tratamento deve ser sintomático e de manutenção, em especial para hipotensão e sedação excessiva. Recomenda-se a lavagem gástrica, se a ingestão for recente.

Reações adversas.

Secura da boca, náuseas, sonolências, enjoos, astenia, constipação, cefaleia, diplopia e insônia, o que causa a interrupção do tratamento em cerca de 10% dos pacientes.

Precauções.

Possibilidade de tentativa de suicídio, exarcebação da mania/depressão em pacientes tratados com outros antidepressivos. Evitar funções onde a falta de atenção aumenta o risco de acidentes (operar máquinas pesadas, dirigir veículos etc.). O risco/benefício deve ser avaliado durante a gravidez e o aleitamento.

Interações.

Triazolam: reduzir sua dose quando se associa com nefazodona. Anti-hipertensivos: ocorrência de hipotensão ortostática e síncope (bloqueio alfa-adrenérgico). Anestésicos gerais: suspender a nefazodona vários dias antes da cirurgia.

Contraindicações.

Hipersensibilidade aos antidepressivos fenilpiperazínicos. Pacientes menores de 18 anos.