Moexipril
Ações terapêuticas.
Anti-hipertensivo.
Propriedades.
Trata-se de uma pró-droga do moexiprilato, que atua diminuindo a pressão arterial por inibição da enzima conversora de angiotensina (ECA). A angiotensina II é um potente vasoconstritor que, além disso, estimula a secreção de aldosterona pelo córtex suprarrenal e produz um feedback negativo na liberação de renina. A ECA é idêntica à cininase II, uma enzima que degrada a bradicinina, um vasodilator endotelial. O moexiprilato é aproximadamente 1.000 vezes mais potente que o moexipril quanto à inibição da ECA e da cininase II. A inibição de ECA induz a diminuição da angiotensina II, o que causa diminuição da vasodilatação, aumento da atividade da renina plasmática e diminuição da secreção de aldosterona. Essas ações culminam em diurese, natriurese e um aumento menor da potassemia. Não se sabe se o aumento de bradicinina contribui para o efeito farmacológico do moexipril. Como ocorre com outros inibidores de ECA, o efeito anti-hipertensivo é menor em indivíduos de raça negra (população com renina diminuída). A atividade do moexipril é devida a seu metabólito desesterificado, moexiprilato. Administrado por via oral, a biodisponibilidade do moexipril é aproximadamente de 13% em comparação com a administração intravenosa, e é afetada pela presença de alimentos. Apresenta união a proteínas plasmáticas de aproximadamente 50% e é rapidamente convertido a moexiprilato, porém permanece mais tempo como pró-droga que outros inibidores de ECA. Ambos os fármacos, moexipril e moexiprilato, são metabolizados dando origem a outros derivados. A eliminação se faz principalmente pelas fezes (50% moexiprilato, 1% moexipril), com uma excreção muito discreta de moexiprilato na urina (7%).
Indicações.
Hipertensão arterial.
Posologia.
Dose inicial: via oral, 7,5 mg por dia uma hora antes das refeições. A dose deve ser ajustada segundo a pressão arterial do paciente. A faixa de doses recomendada é de 7,5 até 30 mg diários, administrados em uma ou duas doses uma hora antes das refeições. Em pacientes com depuração de creatinina < 40 ml/min/1,73 m2, a dose inicial recomendada é de 3,75 mg ao dia.
Superdosagem.
Em caso de superdosagem, o efeito adverso mais importante é a hipotensão arterial. Recomenda-se administrar infusão de solução salina. Controlar a função renal e os níveis séricos de potássio.
Reações adversas.
As principais reações adversas compreendem: tosse, vertigens, diarreia, mialgia, dores de cabeça, náuseas, edema periférico, constipação, reações de hipersensibilidade manifestas como urticária, rash cutâneo, prurido, sonolência, angioedema, sudorese.
Precauções.
Suspender o tratamento naqueles pacientes que manifestem icterícia ou aumento das enzimas hepáticas. Dado que alguns pacientes sob tratamento com moexipril podem desenvolver aumentos de uréia e creatinina no sangue, especialmente quando o fármaco é administrado juntamente com diuréticos tiazídicos, recomenda-se realizar um ajuste de dose de moexipril ou suspender a administração do diurético tiazídico. É recomendável realizar monitoramento da uréia e creatinina séricas durante as primeiras semanas para aqueles pacientes com hipertensão associada a estenose das artérias renais. Administrar com precaução a pacientes que desenvolvem hiperpotassemia; os fatores de risco são a insuficiência renal, diabetes mellitus e o uso concomitante de diuréticos poupadores de potássio, suplementos de potássio, e/ou sais que contêm potássio. Ocasionalmente, pode observar-se uma tosse não-produtiva persistente, provavelmente devida à inibição da degradação de bradicinina endógena. Não administrar durante a gravidez e a amamentação. A segurança e a eficácia do moexipril não foi avaliada em pacientes pediátricos. Administrar com precaução a pacientes geriátricos.
Interações.
O uso concomitante com diuréticos pode potencializar a hipotensão arterial, caso em que se recomenda diminuir a dose do diurético por vários dias ou aumentar a quantidade de sal administrada antes de iniciar o tratamento com moexipril. Dado que o moexipril pode causar hiperpotassemia por inibição da secreção de aldosterona, o uso concomitante com diuréticos poupadores de potássio (espironolatona, triantereno, amilorida) pode aumentar este risco. Caso esta associação seja necessária, recomenda-se administrar com precaução e controlar o potássio no sangue durante o tratamento. Administrar com precaução a pacientes sob tratamento com lítio. Caso administrado juntamente com outro fármaco diurético, o risco de toxicidade por lítio aumenta.
Contraindicações.
Hipersensibilidade ao fármaco e naqueles com histórico de angioedema relacionado a outras substâncias inibidoras de ECA.