Miltefosina

Ações terapêuticas.

Antineoplásico.

Propriedades.

É um derivado fosfolipídico estruturalmente relacionado aos fosfolipídeos que compõem a membrana celular; seu mecanismo de ação consiste na interferência e bloqueio das funções da membrana celular: inibição da proteína-quinase C, da fosfolipase C e alteração da biossíntese de fosfatidilcolina. Mostra uma acentuada atividade citotóxica sobre tecidos tumorais animais e humanos, mas não atua sobre células normais como macrófagos e células da medula óssea. É empregado de forma tópica para o tratamento das metástases epiteliais do câncer de mama. Atualmente estuda-se sua administração por via oral para tratamento de neoplasias malignas de diferentes origens; a administração oral de miltefosina a ratos com carcinoma mamário induzido por dimetilbenzantraceno causou regressão completa do tumor. A absorção sistêmica do fármaco é muito discreta.

Indicações.

Tratamento, na forma de agente único ou como adjuvante, de lesões cutâneas malignas relacionadas com o câncer de mama, infiltrações superficiais ou nodulares em que outros tratamentos não se mostraram eficientes.

Posologia.

Adultos: tópica, 0,05 ml de solução a 6% para cada 10 cm2 de superfície epitelial, 1 ou 2 vezes ao dia. Cerca de 3 cm em torno da zona afetada devem ser tratados com miltefosina.

Superdosagem.

Os sintomas de superdose incluem náuseas, vômitos, perda de apetite, diminuição da função hepática e renal, lesões cutâneas (ressecamento, atrofia, prurido, esfoliação, parestesia, tensão da pele, ulceração). Em caso de ingestão acidental o tratamento é sintomático.

Reações adversas.

Reações cutâneas locais como eritema, prurido, ressecamento da pele, tensão, escarificação ou queimação (especialmente em lesões ulcerosas). Muito ocasionalmente observaram-se reações mais graves na pele (dermatite, atrofia, úlceras e lesões necrotizantes), alteração de parâmetros laboratoriais (elevação da creatinina, das transaminases, de leucócitos e plaquetas), náuseas, vômitos e anorexia.

Precauções.

Não administrar em lesões muito extensas ou em áreas ulceradas. Evitar contato com regiões sadias de pele, mucosas ou olhos; em caso de contato acidental, lavar imediatamente com água ou água e sabão em abundância. Em vista da falta de estudos em seres humanos sobre possíveis efeitos teratogênicos ou embriotóxicos, durante a gestação este fármaco somente deverá ser administrado quando o benefício para a mãe superar o risco potencial para o feto. Da mesma maneira, recomenda-se não administrar miltefosina durante o período de amamentação. Não se pode descartar um possível efeito sobre a fertilidade em pacientes do sexo masculino.

Interações.

Não se conhecem.

Contraindicações.

Hipersensibilidade ao fármaco.