Manitol

Ações terapêuticas.

Diurético, anti-hemolítico.

Propriedades.

O manitol é um diurético osmótico; eleva a osmolalidade do plasma sanguíneo e produz um aumento do fluxo de água a partir dos tecidos, inclusive o encéfalo e LCR, até o líquido intersticial e o plasma. Dessa forma, pode-se reduzir o edema cerebral, a pressão intracraniana elevada e o volume de pressão do LCR. Induz a diurese, já que não é reabsorvido no túbulo renal, e aumenta a osmolalidade do filtrado glomerular; facilita a excreção de água e inibe a reabsorção tubular renal de sódio, cloretos e outros solutos. Dessa forma, promove a excreção urinária de tóxicos com um efeito protetor na nefrotoxicidade, ao evitar a concentração de substâncias tóxicas no líquido tubular. Quando usado como solução para irrigação na ressecção prostática transuretral, as soluções diluídas de manitol podem minimizar o efeito hemolítico da água isolada. Assim, pode-se reduzir a entrada de sangue hemolisado na circulação e a hiper-hemoglobinemia resultante. Metaboliza-se somente em uma pequena proporção e, nesta medida, o faz no fígado a glicogênio. Sua meia-vida é de 100 minutos, porém pode aumentar a 36 horas em caso de insuficiência renal grave. O início da diurese efetiva-se em 1 a 3 horas e elimina-se por via renal.

Indicações.

Alívio sintomático do edema, oligúria em insuficiência renal grave, edema cerebral, hemólise e hipertensão ocular (para reduzir a pressão intraocular elevada, após terem fracassado outros métodos).

Posologia.

Adultos - como diurético: infusão IV, 50 a 100 g em solução de 5% a 25% para manter um fluxo urinário de, pelo menos, 30 a 50 ml por hora; edema cerebral, hipertensão endocraniana, glaucoma: infusão IV, 1,5 a 2 g/kg em solução de 15% a 25% durante 30 a 60 minutos; como anti-hemolítico: solução a 2,5% para irrigação de bexiga durante a ressecção prostática transuretral; como coadjuvante da terapêutica para a eliminação de substâncias tóxicas: infusão IV, 50 a 200 mg em solução de 5% a 25%, para manter um fluxo urinário de 100 a 500 ml/hora; dose máxima: 6 g/kg/dia. Doses pediátricas usuais - como diurético: infusão IV, 2 g/kg em solução de 15% a 20% durante um período de 2 a 6 horas; edema cerebral, pressão intracraniana elevada ou glaucoma: infusão IV, 1 a 2 g/kg em solução de 15% a 20% durante 30 a 60 minutos; para a eliminação de substâncias tóxicas: infusão IV, até 2 g/kg em solução de 5% a 10%.

Reações adversas.

A mais grave é o desequilíbrio de líquidos e eletrólitos. A administração rápida de grandes doses pode ocasionar acúmulo de manitol, sobrexpansão de líquido extracelular, hiponatremia por diluição e hiperpotassemia ocasional e sobrecarga circulatória. O extravasamento pode ocasionar edema e necrose da pele. Podem ocorrer taquicardia, confusão, cãibras, dores musculares, cansaço ou debilidade não-habituais e dispnéia.

Precauções.

Deve ser administrado somente por infusão IV. Em pacientes com oligúria acentuada ou possível alteração da função renal, é recomendável administrar uma dose de teste antes do tratamento com manitol.

Interações.

O uso simultâneo com glicosídeos digitálicos pode potencializar a possibilidade de toxicidade digitálica associada com hipopotassemia. Os efeitos diuréticos em associação com outros diuréticos podem ser potencializados, incluindo os inibidores da anidrase carbônica.

Contraindicações.

Anúria com necrose tubular aguda, desidratação grave, hemorragia intracraniana ativa, congestão pulmonar ou edema pulmonar graves. A relação risco-benefício deverá ser avaliada na presença de disfunção cardiopulmonar significativa, hiperpotassemia ou hiponatremia, hipovolemia e disfunção renal significativa.