Linezolida

Ações terapêuticas.

Antibiótico.

Propriedades.

Trata-se de um moderno antibiótico, pertecente a uma nova classe de antimicrobianos, as oxazolidinonas, com notável ação bactericida sobre grande variedade de microrganismos Gram-positivos e certas variedades de Gram-negativos e anaeróbios. Seu mecanismo de ação envolve o ribossoma bacteriano, inibindo a fração funcional 70S do ribossoma e portanto a síntese proteica. Após sua administração por via oral, a linezolida é rápida e completamente absorvida, alcançando uma biodisponibilidade em torno de 100%, sem sofrer interferência de refeições. Após sua administração no trato digestório, alcança concentração plasmática máxima (Cmáx) em cerca de 2 horas. Sua taxa de ligação com proteínas plasmáticas é baixa (31%), distribuindo-se amplamente para os mais diferentes tecidos e fluidos biológicos. A linezolida sofre biotransformação metabólica por processo não-enzimático, pois não há participação das isoenzimas do citocromo P-450 (CYP), razão pela qual não há necessidade de modificar a dose em pacientes com disfunção hepática. Foi detectada ocorrência de oxidação metabólica com a liberação de dois metabólitos carboxílicos (A e B). Sua principal via de eliminação é a renal, sua meia-vida média é de 5 a 7 horas, e praticamente não se detectou eliminação fecal. Não há necessidade de reajustar-se a dose em pacientes com insuficiência renal (leve, moderada ou grave), pois sua depuração é independente do clearance de creatinina; não obstante, aproximadamente 30% da dose pode ser removida durante as 3 horas de hemodiálise.

Indicações.

Infecções das vias respiratórias baixas (pneumonia adquirida na comunidade e pneumonia hospitalar). Infecções da pele e tecidos moles (celulites, foliculite, piodermite, abscessos). Infecções por enterococos (Streptococcus faecalis e faecium).

Posologia.

Recomenda-se 600 mg por via oral ou intravenosa (IV), duas vezes ao dia. Em infecções de pele e tecidos moles indicam-se 400 mg a 600 mg, 2 vezes ao dia. A dose relativa ao peso corporal em pediatria é de 10 mg/kg ao dia, divididos em 2 tomadas diárias. Sua eficácia e segurança em crianças com idade inferior a 3 meses ainda não foram estabelecidas.

Superdosagem.

Em casos de superdose recomendam-se medidas de manutenção, hidratação, oxigenoterapia, aminas vasoativas. A hemodiálise pode eliminar cerca de 30% da dose de linezolida administrada.

Reações adversas.

De forma global este antibiótico tem boa tolerância e aceitação; ocasionalmente (menos que 1%) foram assinalados náuseas, vômitos, diarreias, cefaleia, alterações do paladar, dores abdominais, dispepsia, neutrofilia, alterações humorais da função hepática.

Precauções.

Assim como para outros antibióticos de amplo espectro, houve relatos de colite pseudomembranosa, razão pela qual é muito importante ter esta possibilidade em conta no diagnóstico diferencial de diarreias subseqüentes à administração de antibióticos capazes de propiciar o crescimento de microrganismos não-suscetíveis. Sua indicação durante a gravidez somente se justifica caso o possível benefício supere os riscos potenciais para o feto. Visto não haver informação sobre se a linezolida é eliminada pelo leite materno, deve-se ter precaução na mulher em fase de amamentação e avaliar sempre a relação risco/benefício.

Interações.

O emprego concomitante da linezolida com aminas vasopressoras como a efedrina e similares (pseudoefedrina, isoefedrina) e fenil-propanolaminas pode potencializar a resposta pressora destes fármacos. Este aumento da ação vasoconstritora-hipertensora destas aminas é de caráter leve e reversível, sendo explicado pela ação inibitória da linezolida sobre monoaminoxidase (MAO).

Contraindicações.

Hipersensibilidade ao fármaco.