Hidroxiureia

Ações terapêuticas.

Antineoplásico.

Propriedades.

É um agente antineoplásico que parece atuar de maneira específica na fase S do ciclo celular, afetando a divisão das células. Acredita-se que interfere na síntese de DNA, sem produzir efeitos sobre a síntese de RNA ou das proteínas. É bem absorvida por via gastrintestinal; seu metabolismo é principalmente hepático e se elimina por via renal aproximadamente 50% inalterados e o resto como dióxido de carbono por via respiratória. A hidroxiureia atravessa a barreira hematoencefálica.

Indicações.

Carcinoma ovárico (recorrente, metastásico ou não-cirúrgico), leucemia mielocítica crônica e melanoma.

Posologia.

Dose habitual para o adulto. Tumores sólidos: oral, 60 a 80 mg por kg de peso corporal ou 2.000 a 3.000 mg por m2 de superfície corporal, em uma dose única cada três dias, isoladamente ou em associação com radioterapia, ou 20 a 30 mg por kg de peso corporal ao dia, em uma dose única. Leucemia mielocítica crônica resistente: oral, 20 a 30 mg por kg de peso corporal ao dia, em uma dose única ou em duas tomadas diárias. A administração deve ser iniciada pelo menos sete dias antes de começar a radioterapia e continua durante a radioterapia e indefinidamente a partir desse momento. As doses são baseadas na massa corporal magra dos pacientes (peso seco). Dose habitual pediátrica. Crianças menores de 12 anos: oral, a dose não foi estabelecida.

Reações adversas.

Febre, calafrio, dor de garganta, úlceras na boca e nos lábios, hemorragias ou hematomas não-habituais devidos à trombocitopenia, confusão, tonturas, alucinações, dor de cabeça, crises convulsivas, artralgias, edema dos pés ou da parte baixa das pernas.

Precauções.

Foi demonstrado que a hidroxiureia é carcinogênica em animais e pode estar associada com um aumento do risco de desenvolvimento de carcinomas secundários em seres humanos. Os pacientes submetidos ao tratamento podem sofrer amenorreia ou azoospermia devido à supressão gonadal, que parece estar relacionada com a dose e a duração do tratamento e podem ser irreversíveis. Também produz toxicidade reversível nas células germinativas. Recomenda-se evitar seu uso durante o primeiro trimestre da gravidez, já que é teratogênica em animais e além disso o feto pode sofrer os efeitos adversos observados no adulto. Recomenda-se não utilizar durante a lactância devido aos riscos para a criança (efeitos adversos, mutagenicidade, carcinogenicidade), apesar de se desconhecer se ocorre excreção do fármaco no leite materno. As crianças e idosos podem ser mais sensíveis aos efeitos adversos.

Interações.

Alopurinol, colchicina, probenecida, sulfimpirazona, medicamentos que produzem discrasias sanguíneas, depressores da medula óssea, vacinas de vírus vivos, radioterapia.

Contraindicações.

Não deve ser utilizada na presença dos seguintes transtornos: varíola existente ou recente e herpes-zóster. A relação risco-benefício deve ser avaliada nos seguintes problemas clínicos: anemia, depressão da medula óssea, gota, cálculos renais de urato, infecção, disfunção renal.