Hidrocodona
Ações terapêuticas.
Analgésico. Antitussígeno.
Propriedades.
É um derivado opiáceo que se liga a receptores em vários lugares do sistema nervoso central (SNC) e altera processos que afetam tanto a percepção da dor como a resposta emocional à mesma. Mesmo não tendo sido determinados precisamente o lugar e o mecanismo de ação, as alterações na liberação de vários neurotransmissores dos nervos aferentes sensíveis aos estímulos dolorosos podem ser parcialmente responsáveis pelo efeito analgésico. A hidrocodona também suprime o reflexo da tosse mediante uma ação direta central, provavelmente no talo cerebral ou na protuberância. O começo da ação analgésica depende da via de administração utilizada e oscila entre 15 e 90 minutos; a duração da ação analgésica e antitussígena da hidrocodona é de 4 a 5 horas. O metabolismo da hidrocodona é principalmente hepático e os metabólitos formados são eliminados por via renal.
Indicações.
Tratamento da dor moderada e grave. Algias refratárias. Dores graves e não-tratáveis. Tratamento da tosse.
Posologia.
Adultos (analgésico): oral, 5 a 10 mg com intervalos de quatro a seis horas. Antitussígeno: oral, 5 mg com intervalos de quatro a seis horas. Dose pediátrica: oral, 0,15 mg por kg de peso corporal cada seis horas.
Superdosagem.
Os sinais de superdose são os seguintes: pele fria, pegajosa e úmida, confusão, convulsões, tonturas graves, sonolência grave, pressão arterial baixa, nervosismo ou inquietude severos, pupilas puntiformes, bradicardia, respiração lenta ou difícil, perda da consciência, debilidade grave. O tratamento recomendado consiste em esvaziar o estômago por indução do vômito ou por lavagem gástrica, estabelecer um intercâmbio respiratório adequado mediante a provisão de uma via aérea permeável instaurando respiração controlada ou assistida, administrar naloxona (antagonista opiáceo) 0,01 mg por kg de peso corporal ou 0,4 a 2 mg como dose única por via intravenosa, administrar líquidos intravenosos ou vasopressores.
Reações adversas.
Cansaço ou debilidade não-habituais, tonturas, sonolência, aumento da sudorese, avermelhamento ou sufoco da face, confusão (pode incluir ilusões e sensações de despersonalização e irrealidade), batimentos cardíacos lentos, palpitações, respiração difícil (atelectasia, broncoconstrição, edema laríngeo, depressão respiratória), visão turva, constipação, diminuição da quantidade de urina, micção dolorosa, urgência miccional, secura da boca, falsa sensação de bem-estar, dor de cabeça, perda de apetite, náuseas, vômitos, nervosismo ou inquietude.
Precauções.
Seu emprego regular durante a gravidez pode produzir dependência física no feto, pois o fármaco atravessa a placenta. Os sintomas de supressão observados no neonato são convulsões, irritabilidade, choro excessivo, tremores, reflexos hiperativos, febre, vômitos, diarreia, espirros e bocejos. Não foram realizados estudos em seres humanos sobre o efeito teratogênico da hidrocodona; no entanto, sabe-se que em ratos as doses elevadas desse medicamento são teratogênicas. Os neonatos e os pacientes geriátricos podem ser mais sensíveis aos efeitos da hidrocodona, especialmente os efeitos depressores respiratórios.
Interações.
Antidiarreicos, anticolinérgicos, como difenoxina e atropina, difenoxilato e atropina, caulim, peptina, alcaloides da belladona e ópio, loperamida, tintura de ópio, paregórico; anti-hipertensivos, especialmente os bloqueadores ganglionares como guanadrel, guanetidina e mecamilamina, diuréticos, medicamentos que produzem hipertensão, antimuscarínicos e outros medicamentos com ação antimuscarínica.
Contraindicações.
Não utilizar em presença de diarreia associada com colite pseudomembranosa causada por cefalosporinas, lincomicinas ou penicilinas, diarreias causadas por intoxicação, até que o material tóxico do trato gastrintestinal tenha sido eliminado. Depressão respiratória aguda. A relação risco-benefício deve ser avaliada nas seguintes situações clínicas: abdome agudo, ataque agudo de asma, alteração ou doença respiratória crônica, arritmias cardíacas, convulsões, abuso ou dependência de fármacos, instabilidade emocional, ideias ou tentativas de suicídio, doença ou litíase da vesícula biliar, cirurgia recente do trato gastrintestinal, lesão da cabeça, aumento da pressão, aumento da pressão intracraniana, lesões intracranianas, disfunção hepática, hipotireoidismo, doença inflamatória intestinal grave, hipertrofia ou obstrução prostática, estenose uretral, cirurgia recente do trato urinário, disfunção renal.