Hidroclorotiazida + amilorida

Ações terapêuticas.

A amilorida é um diurético anti-hipertensivo poupador de potássio. A hidroclorotiazida é um diurético anti-hipertensivo tiazídico.

Propriedades.

Ação farmacológica: a combinação de amilorida/hidroclorotiazida possui efeitos diuréticos e anti-hipertensivos. A amilorida atua por bloqueio, no túbulo distal renal, da troca de sódio por potássio, o que causa aumento na eliminação de água e sódio e retenção de potássio. A amilorida é sinérgica com os efeitos natriuréticos e reduz os efeitos caliuréticos de outros diuréticos, sendo usada principalmente como coadjuvante no tratamento com tiazídicos. A hidroclorotiazida atua sobre o mecanismo tubular renal de absorção de eletrólitos, aumenta a eliminação urinária de sódio e água por inibição da reabsorção de sódio na porção inicial dos túbulos distais e aumenta a eliminação urinária de potássio por aumento da secreção de potássio no túbulo contorcido distal e em tubos coletores. Farmacocinética: a absorção da amilorida é incompleta (15% a 25%) no trato gastrintestinal; a velocidade de absorção aumenta após 4 horas de jejum, apesar de não aumentar necessáriamente a quantidade total absorvida. Sua ligação a proteínas é mínima, não sofre biotransformação e sua meia-vida é de 6 a 9 horas; sua concentração máxima (Cmáx) é alcançada em 3 a 4 horas. Sua eliminação ocorre por via renal de 20% a 50% na forma inalterada e, por via fecal, 40%-50% inalterados. A hidroclorotiazida é absorvida com relativa rapidez após a administração oral e tem uma biodisponibilidade de 60%-80%. Sua meia-vida normal é de 15 horas, e o efeito diurético tem início dentro de 2 horas após a administração. O efeito máximo é obtido dentro de 4 horas aproximadamente, e sua ação dura de 6 a 12 horas. A eliminação é feita por via renal em forma inalterada.

Indicações.

Insuficiência cardíaca congestiva, quando se deseja um efeito diurético sem hipocalemia. Hipertensão.

Posologia.

Doses para adultos: o ajuste será feito a critério médico. Para hipertensão recomenda-se uma dose diária desde 2,5 mg/25 mg de amilorida/hidroclorotiazida até 10 mg/100 mg/dia em dose única. Como diurético a dose ótima é resultado da resposta diurética e da concentração sérica de potássio, sendo a dose máxima de amilorida/hidroclorotiazida de 20 mg/200 mg ao dia.

Reações adversas.

Gerais: cefaleia, fraqueza, dor torácica, dor dorsal, síncope, anorexia, sede. Metabólicas: hipercalemia, desequilíbrio eletrolítico, hiponatremia, desidratação, glicosúria, hiperuricemia, Cardiovasculares: arritmias, taquicardia, toxicidade digitálica, hipotensão ortostática, angina de peito. Digestivas: secura de boca, náuseas, vômitos, diarreia, constipação, dor abdominal, hemorragia gastrintestinal, distensão abdominal, flatulência, função hepática anormal. Cutâneas: "rash" cutâneo, prurido, fotossensibilidade. Musculoesqueléticas: cãimbras musculares, artralgias. Nervosas: atordoamento, parestesias, vertigens, estupor. Psiquiátricas: nervosismo, insônia, confusão mental, depressão. Respiratórias: dispneia. Sensoriais: sabor desagradável, transtornos visuais, congestão nasal. Urogenitais: impotência, disúria, nictúria, incontinência, disfunção renal. Transtornos hematológicos.

Precauções.

Não se recomenda sua utilização em crianças. Na gravidez seu uso não está indicado, e seu emprego deverá ocorrer exclusivamente após uma exaustiva avaliação que determine que o potencial benefício para a mãe justifica o risco potencial para o feto (icterícia fetal ou neonatal, trombocitopenia, entre outros). Se uma mãe em período de amamentação deve receber o medicamento porque foi considerado indispensável, o aleitamento deve ser suspenso, pois os tiazídicos passam para o leite materno. Deve-se evitar o uso de suplementos de potássio ou outros fármacos poupadores de potássio, exceto em casos de hipopotassemia grave e/ou refratária. Os pacientes de idade avançada, com cirrose hepática, edema cardíaco ou com alterações renais comprovadas devem ser escrupulosamente controlados para detectar sinais de hipercalemia, posto que estes pacientes são mais suscetíveis.

Interações.

Amilorida: quando administrada concomitantemente com um inibidor da enzima conversora da angiotensina, o risco de hiperpotassemia pode ser agravado. Portanto, se for indicado o emprego concomitante destes agentes devido a hipopotassemia, devem usar-se com precaução e executar-se monitoramento frequente do potássio sérico. Se forem empregados concomitantemente com um diurético tiazídico, os seguintes fármacos podem interagir com este último e potencializar a hipotensão ortostática: álcool, barbitúricos, narcóticos. Antidiabéticos orais: insulina: pode ser necessário ajustar a posologia do antidiabético. Outros anti-hipertensivos: potencialização da ação. Corticosteroides, ACTH: pode haver aumento do déficit de eletrólitos, em especial a hipocalemia. Aminas pressoras: pode ocorrer diminuição da resposta a estas últimas, porém não o suficiente para impedir seu uso. Relaxantes musculares não despolarizantes: pode aumentar a sensibilidade a estes. Lítio: aumenta o risco de toxicidade do lítio caso este seja administrado juntamente com agentes diuréticos, pois estes diminuem a depuração (clearance) renal do lítio. Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs): os AINE podem diminuir os efeitos diurético, natriurético e anti-hipertensivo dos diuréticos. O uso concomitante com tacrolimo está contraindicado, dado o alto risco de potencializar o efeito hipercalêmico deste último. Clorpropamida: o uso concomitante com clorpropamida pode aumentar o risco de hiponatremia por efeito sinérgico.

Contraindicações.

Hipercalemia (acima de 5,5 mEq/l). Tratamento com outros agentes poupadores de potássio ou com suplementos de potássio. Anúria. A relação risco-benefício deverá ser avaliada em pacientes com comprometimento da função renal ou nefropatia diabética. Hipersensibilidade a qualquer dos componentes deste produto ou a outros medicamentos sulfonamídicos. Gravidez. Amamentação. Crianças.