Halotano

Ações terapêuticas.

Anestésico geral por inalação.

Propriedades.

Embora não se conheça exatamente o mecanismo pelo qual o halotano provoca perda da percepção das sensações e inconsciência, um mecanismo proposto é a interferência com o funcionamento fisiológico das membranas dos neurônios do cérebro, mediante uma ação na matriz lipídica destas. É um anestésico que se absorve com rapidez através dos pulmões; a concentração alveolar mínima (CAM) é de 0,75% em oxigênio e de 0,29% em óxido nitroso a 70%; metaboliza-se no fígado; o tempo até o início da anestesia e o tempo de recuperação desta são rápidos. Elimina-se entre 60% e 80% sem alterações por exalação, e o resto por via renal. Atravessa a placenta e excreta-se com o leite materno. É o relaxante uterino mais potente.

Indicações.

Indução e manutenção da anestesia geral.

Posologia.

A dose usual em adultos para indução da anestesia deve ser determinada de forma individual; para manutenção da anestesia, é a inalação de 0,5% a 1,5%.

Reações adversas.

Apresenta uma hepatotoxicidade variável, desde icterícia leve a necrose hepática. Outras reações adversas são: confusão, alucinações, tremores, náuseas e vômitos.

Precauções.

Este anestésico deve ser utilizado com cuidado em arritmias cardíacas, traumatismo craniano ou aumento da pressão intracraniana pré-existente, miastenia grave e feocromocitoma. Não é recomendável seu uso em parto normal.

Interações.

O halotano sensibiliza o miocárdio às catecolaminas, razão pela qual aumenta o risco de arritmias ventriculares graves quando usado simultaneamente; a levodopa aumenta a concentração de dopamina endógena e deve ser suspensa de 6 a 8 horas antes da anestesia com halotano; o uso simultâneo com bloqueadores beta-adrenérgicos pode originar hipotensão grave prolongada; a associação com depressores do sistema nervoso central pode aumentar esse efeito e o de depressão respiratória do halotano; a administração simultânea com óxido nitroso reduz os requerimentos destes; as concentrações de halotano maiores que 1% produzem uma redução dependente da dose da resposta uterina aos oxitócicos; o uso crônico de indutores de enzimas hepáticas antes da anestesia, assim como o uso simultâneo com fenitoína, pode aumentar o risco de hepatotoxicidade; o halotano pode prolongar a meia-vida de eliminação da cetamina; a associação com xantinas podem aumentar o risco de arritmias cardíacas.

Contraindicações.

Doenças do trato biliar, disfunção ou doença hepática, hipertemia maligna.

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