Fondaparinux sódico

Ações terapêuticas.

Antitrombótico.

Propriedades.

O fondaparinux sódico é um inibidor sintético e seletivo do fator de coagulação X ativado (Xa). O fármaco liga-se à antitrombina III (ATIII) e potencializa a neutralização endógena do fator Xa pela ATIII. Desta forma, a cascata da coagulação sanguínea é interrompida em virtude da inibição da formação de trombina e do desenvolvimento de trombos. O fondaparinux sódico não inativa a trombina (fator II ativado), nem exerce atividade sobre as plaquetas. Com a dose de 2,5 mg não há interferência sobre os testes plasmáticos rotineiros de coagulação, como o tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPA), tempo de coagulação ativado (TCA) ou o tempo de protrombina (TP)/razão internacional normalizada (INR), tampouco o tempo de sangramento ou a atividade fibrinolítica. Não causa reações cruzadas com soros de pacientes com trombocitopenia induzida por heparina. Após administração subcutânea o fármaco é absorvido rápida e completamente, com uma biodisponibilidade absoluta da ordem de 100%. O volume de distribuição é limitado (7 a 11 litros). O fondaparinux sódico não se liga significativamente a outras proteínas plasmáticas, incluído aqui o fator 4 plaquetário (FP4). Até o presente suas vias metabólicas são desconhecidas e, em particular, não há evidência de formação de metabólitos ativos. Não inibe in vitro o citocromo P450, incluindo as enzimas CYP1A2, CYP2A6, CYP2C9, CYP2C19, CYP2D6, CYP2E1 ou CYP3A4. A meia-vida de eliminação (t½) é de aproximadamente 17 horas em voluntários sadios jovens e 21 horas em voluntários sadios idosos. Entre 64% e 77% são eliminados por via renal na forma de composto inalterado. Sua segurança e eficácia não foram estudadas em pacientes pediátricos. A eliminação apresenta-se diminuída em pacientes idosos ( > 75 anos) e também naqueles com insuficiência renal leve, moderada ou grave. Sua farmacocinética em pacientes portadores de insuficiência hepática não foi estudada.

Indicações.

Prevenção de eventos tromboembólicos venosos (ETV) em pacientes submetidos a cirurgia ortopédica maior das extremidades inferiores, como fratura de bacia, cirurgia maior de joelho ou prótese de bacia.

Posologia.

A dose usual, por via subcutânea, é de 2,5 mg uma vez ao dia. A dose inicial deve ser administrada 6 horas após finalizada a intervenção cirúrgica, sempre após restabelecimento da hemostasia. Duração do tratamento: 5 a 9 dias. O período de tempo que deve transcorrer até a primeira administração de fondaparinux deve ser escrupulosamente respeitado em pacientes com idade superior a 75 anos, com peso corporal inferior a 50 kg e/ou com insuficiência renal moderada (ClCr = 30 a 50 ml/min).

Superdosagem.

Caso ocorra superdosagem, o sintoma mais importante é a hemorragia. As medidas de suporte compreendem hemostasia cirúrgica, transfusão sanguínea, transfusão de plasma fresco e plasmaferese.

Reações adversas.

As principais reações adversas compreendem anemia, edema, hemorragias (no sítio da cirurgia, ou gastrintestinais, hematúria, pulmonar, hematomas), trombocitopenia, púrpura. Com menos frequência pode-se observar vertigens, enjoos, cefaleia, hipotensão, náuseas, vômitos, dores abdominais, dispepsia, gastrite, obstipação, diarreia, rash eritematoso, rash cutâneo, prurido, reações no sítio da injeção, febre, edema periférico, exsudato da ferida cirúrgica e reação alérgica.

Precauções.

A única via de administração admitida é a subcutânea. Deve ser utilizado com precaução em pacientes com risco hemorrágico aumentado, como distúrbios hemorrágicos congênitos ou adquiridos (por exemplo, número de plaquetas < 50.000/mm3), patologia gastrintestinal ulcerativa ativa e hemorragia intracraniana recente ou pouco após cirurgia cerebral, raquidiana ou oftalmológica. Caso ocorra administração concomitante com anestesia raquidiana/epidural ou punção raquidiana, deve-se considerar a possível formação de hematomas epidurais ou espinais, os quais podem causar paralisia prolongada ou permanente. O risco para estes eventos raros pode aumentar com o uso pós-operatório de cateteres epidurais permanentes ou a administração concomitante de outros medicamentos que interfiram com a hemostasia. Recomenda-se administrar com precaução em pacientes idosos e/ou com insuficiência renal (clearance de creatinina < 50ml/min). Estes pacientes apresentam maior risco de hemorragias, visto que a diminuição da função renal acarreta aumento da concentração plasmática de fondaparinux. Os pacientes com peso corporal < 50kg apresentam aumento do risco de sangramento, visto que a eliminação do fármaco diminui juntamente com o peso. Recomenda-se administrar com precaução. Além disto, recomenda-se observar escrupulosamente o período de tempo que deve ser observado antes da primeira administração de fondaparinux em pacientes com idade igual ou superior a 75 anos, com peso corporal inferior a 50kg ou com insuficiência renal moderada. Recomenda-se administrar com precaução a pacientes com insuficiência hepática grave visto que a deficiência de fatores de coagulação acarreta maior risco de hemorragias. Recomenda-se realizar um monitoramento plaquetário basal e outro no final do tratamento; esta precaução é de especial importância quando se planeja realizar um tratamento de manutenção com heparina ou com heparinas de baixo peso molecular. Não há experiência clínica quanto ao uso de fondaparinux em pacientes com trombocitopenia induzida por heparina (HIT) do tipo II, razão pela qual recomenda-se não administrá-lo nesta circunstância. Não utilizar em mulheres grávidas a menos que os benefícios para a mãe superem os possíveis riscos para o feto. Recomenda-se evitar a amamentação durante o tratamento.

Interações.

A administração concomitante com substâncias que possam aumentar o risco de sangramento aumenta o risco hemorrágico. Dentro desta categoria, encontram-se a desirudina, agentes fibrinolíticos, antagonistas de receptores de glicoproteína GP IIb/IIIa, heparina, heparinoides ou heparinas de baixo peso molecular (HBPM). Os anticoagulantes orais (varfarina), os inibidores plaquetários (ácido acetilsalicílico), os anti-inflamatórios não-esteroidais (piroxicam) e a digoxina não modificam a farmacocinética do fondaparinux sódico. Da mesma forma, este não afeta a atividade INR de varfarina, ou o tempo de sangramento sob tratamento com ácido acetilsalicílico ou piroxicam, tampouco altera a farmacocinética da digoxina ao atingir o estado estacionário. Apesar disto, recomenda-se administrar com precaução e realizar um acompanhamento rigoroso do paciente. Se o tratamento preventivo deve continuar com heparina ou HBPM, a primeira injeção deve ser administrada, como norma geral, um dia após a última injeção de fondaparinux sódico. Caso seja necessário continuar o tratamento com um antagonista da vitamina K, o tratamento com fondaparinux sódico deve ser mantido até que o valor INR desejado seja alcançado.

Contraindicações.

Hipersensibilidade à substância e em pacientes com hemorragia significativa, clinicamente ativa, endocardite bacteriana aguda e insuficiência renal grave (ClCr < 30ml/min).

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