Fluspirileno

Ações terapêuticas.

Neuroléptico.

Propriedades.

É um antipsicótico pertencente à família das difenilbutilpiperidinas, de estrutura similar às butirofenonas (haloperidol). Utiliza-se em geral por via parenteral (via intramuscular). A injeção é uma solução microcristalina que libera o fármaco solúvel muito lentamente; os níveis sanguíneos de fluspirileno fazem-se detectáveis 4 horas após a aplicação. Metaboliza-se com rapidez e seu principal metabólito (por N-desalquilação) é o ácido 4,4-bis(4-fluorofenil) butírico, que é excretado pela urina.

Indicações.

Ansiedade, insônia, abulia e transtornos psicossomáticos. Regime de manutenção de psicóticos.

Posologia.

Via intramuscular exclusiva. Tratamento de sintomas neuróticos e psicossomáticos: 1,5 mg/semana, durante 2 meses e meio. No final desse período deve-se avaliar a necessidade de repetir o esquema. Manutenção de psicóticos: a dose semanal oscila entre 1 e 4 mg para pacientes ambulatoriais e de 2 a 8 mg para internados. Dose máxima: 20 mg/semana. Seu acúmulo e seus efeitos de superdose podem ser manejados eliminando uma aplicação a cada 4 ou 5 doses semanais.

Superdosagem.

Síndrome parkinsoniana grave, coma. Tratamento: suporte sintomático.

Reações adversas.

Pode produzir sintomas extrapiramidais leves ou moderados dentro das primeiras 48 horas de cada administração. O resto dos efeitos adversos é similar aos das fenotiazinas: visão turva, movimentos de torção do corpo por efeitos parkinsonianos, extrapiramidais distônicos, hipotensão, constipação, tonturas, sonolência, secura de boca, congestão nasal; raramente discinesia tardia, micção difícil (por efeito antimuscarínico), erupção cutânea, transtornos do ciclo menstrual, hipersensibilidade à luz solar, galactorreia, náuseas, vômitos. Informou-se o aparecimento de indurações e necroses no local da injeção, talvez devido à precipitação de cristais do fármaco.

Precauções.

As medicações antipsicóticas elevam as concentrações de prolactina, que persistem durante a administração crônica. Em recém-nascidos cujas mães receberam fenotiazinas no final da gravidez foram descritos icterícia prolongada, hiporeflexia ou hiper-reflexia e efeitos extrapiramidais. Durante a lactância observa-se sonolência no lactente. Os pacientes geriátricos necessitam de uma dose inicial mais baixa, pois tendem a desenvolver concentrações plasmáticas mais elevadas, são mais propensos à hipotensão ortostática e mostram uma sensibilidade aumentada aos efeitos antimuscarínicos e sedativos das fenotiazinas. Também são mais propensos a desenvolver efeitos secundários extrapiramidais, como discinesia tardia e parkinsonismo. Em pacientes idosos sugere-se administrar a metade da dose habitual do adulto. Por seu efeito antimuscarínico pode diminuir e inibir o fluxo salivar e contribuir ao desenvolvimento de cáries, doença periodontal e candidíase oral. Os efeitos leucopênicos e trombocitopênicos das fenotiazinas podem aumentar a incidência de infecção microbiana, retardamento na cicatrização e hemorragia gengival.

Contraindicações.

Hipersensibilidade ao fluspirileno. Doença de Parkinson, depressão endógena, gravidez.

Princípios ativos que interagem com Fluspirileno