Fenoterol

Ações terapêuticas.

Antiasmático.

Propriedades.

O bromidrato de fenoterol estimula os receptores b2-adrenérgicos ativando a adenilatociclase; favorece a transformação do ATP em AMPc; isto diminui a corrente de cálcio através da membrana celular, que por sua vez relaxa a fibra muscular lisa, que é a chave de sua ação broncodilatadora. Também inibe a degranulação dos granulócitos, o que lhe outorga uma ação antialérgica. Melhora a depuração mucociliar, facilitando a limpeza da árvore bronquial. A concentração máxima plasmática é observada em 1 ou 2 horas e seu efeito broncodilatador é mantido por 8 horas. Administrado por via inalatória (aerossol ou nebulização), atua de imediato e sua ação perdura também até 8 horas, sem correlação com seu nível plasmático, dado que exerce um efeito específico no nível local.

Indicações.

Tratamento e profilaxia da dispneia na asma brônquica, e outras doenças com componente obstrutivo. Esta droga é indicada em pacientes com obstrução brônquica ou com assistência respiratória mecânica. É utilizada no teste de broncodilatação em provas fracionais respiratórias e na profilaxia da asma induzida por exercício.

Posologia.

A dose pode ser aumentada ou reduzida segundo a resposta individual, mas em geral é mantida dentro do seguinte esquema: via oral <196> todas as formas orais devem ser administradas antes das refeições. Dose ponderada para crianças: 0,1 mg/kg/dose ou 0,3 mg/kg/dia; de 6 a 14 anos: comprimido a cada 8 horas ou 5 ml a cada 8 horas; de 2 a 6 anos: ½ comprimido a cada 8 horas ou 2,5 ml cada 8 horas; lactentes: 2,5 ml a cada 12 horas. Adultos: 1 a 2 comprimidos a cada 8 horas; via inalatória: adultos e crianças maiores de 6 anos: 1 a 2 inalações a cada 8 horas. No caso de crise de broncoconstrição pode ser administrada outra inalação após 5 minutos da primeira, com um máximo de 8 inalações diárias; de 2 a 6 anos: 1 inalação a cada 8 horas; nos casos agudos também podem ser administradas 2 pulverizações, com um intervalo de 5 minutos entre elas; não repetir novas doses antes de 2 horas. Profilaxia de asma por exercício: 1 a 2 inalações prévias ao exercício, com um máximo de 8 pulverizações diárias. Via inalatória por nebulização: é aconselhável o seguinte esquema, que o médico adaptará de forma individual para cada paciente <196> adultos: 0,5 a 1,25 ml até 4 vezes ao dia; dose máxima em crise grave: 2 ml. Profilaxia da asma induzida por exercício: 0,5 ml a cada administração, até 4 vezes ao dia; crianças de 6 a 14 anos: 0,25 a 0,5 ml até 4 vezes ao dia; dose máxima a pacientes graves: 1,5 ml; profilaxia da asma induzida por exercício: 0,5 ml até 4 vezes ao dia; de 2 a 6 anos: 0,05 mg/kg/dose até 3 vezes ao dia. Dose máxima única: 0,07 mg/kg. A solução não deve ser diluída em água destilada, somente com solução fisiológica a um volume final de 3 a 4 ml e nebulizar por 7 minutos, descartando qualquer resto de solução diluída.

Reações adversas.

A superdosagem pode produzir um ligeiro tremor distal das extremidades e inquietude. Podem aparecer palpitações, taquicardia, enjoos, cefaleias, especialmente em pacientes hipersensíveis aos betamiméticos. Em alguns casos foram observadas tosse ou broncoconstrição paradoxal.

Precauções.

Somente deve ser utilizada sob supervisão médica. Os pacientes com crise respiratória que não respondam ao tratamento com fenoterol deverão consultar o médico imediatamente. Pode produzir hipopotassemia acentuada, portanto deve-se levar em conta na asma grave, dado que seus efeitos cardíacos podem ser potencializados com o uso de xantinas, esteroides, diuréticos ou pela hipóxia; nesta situação deve ser monitorado o potássio sérico. Tomar precauções especiais no primeiro trimestre de gravidez e ter presente sua ação tocolítica prévia ao parto. Administrar com cuidado a pacientes diabéticos descompensados, dado que a hiperglicemia pode ser exacerbada. De preferência, deve ser usada segundo a demanda e em função dos sintomas, e não de forma regular. No caso de uso contínuo, considerar a associação de um anti-inflamatório para controlar a inflamação das vias aéreas e prevenir danos a longo prazo.

Interações.

Os corticoides, derivados das xantinas, potencializam a ação do fenoterol, anticolinérgicos e outros beta-adrenérgicos. Sua ação broncodilatadora poderá ser diminuída ao ser administrado de forma simultânea com betabloqueadores não cardiosseletivos. Seu uso com anestésicos halogenados e ciclopropano sensibiliza o miocárdio e pode gerar fibrilação auricular, razão pela qual sua utilização deve ser suspensa 48 horas antes do uso dos anestésicos mencionados. Pode interagir com barbitúricos e provocar taquicardias. O uso simultâneo com IMAO pode potencializar sua ação sobre o sistema ventricular.

Contraindicações.

Seu uso é contraindicado em pacientes com hipertireoidismo, taquiarritmias, insuficiência coronária, cardiopatia hipertrófica obstrutiva, enfarte do miocárdio recente, angina pectoris, hipertensão arterial aguda, Síndrome de Raynaud, hipersensibilidade ao fenoterol.

Princípios ativos que interagem com Fenoterol