Exenatida
Ações terapêuticas.
Hipoglicemiante.
Propriedades.
As incretinas, tal como o peptídeo 1 glucagon-símile (GLP-1), aumentam a secreção de insulina dependente de glicose e possuem outros efeitos anti-hiperglicêmicos após sua liberação a partir do estômago até à circulação. Estruturalmente, a exenatida é um polipeptídeo cuja sequência de aminoácidos apresenta uma alta homologia com o GLP-1 humano. Trata-se de uma substância mimética da incretina, razão pela qual liga-se e estimula o receptor humano de GLP-1. Sua interação com o receptor induz, através de AMP cíclico, um aumento da síntese de glicose dependente da secreção de insulina nas células pancreáticas. A administração de exenatida diminui a absorção dos alimentos. Após sua administração por via subcutânea, a média do pico de concentrações plasmáticas de exenatida á alcançada em 2 h. A exenatida é eliminada principalmente por eliminação glomerular após sua degradação proteolítica. Em pacientes com insuficiência renal grave sob diálise, a depuração de exenatida sofre significativa redução.
Indicações.
Diabetes mellitus tipo 2 em pacientes em tratamento com metformina, sulfonilureias ou uma combinação de ambas com controle inadequado da glicemia.
Posologia.
Dose inicial: por via subcutânea, 5 mg duas vezes ao dia dentro de um período de 60 minutos antes das refeições da manhã ou da noite. Após um mês de tratamento, a dose pode ser aumentada para 10 mg duas vezes ao dia. Não administrar depois das refeições. Caso seja administrada conjuntamente com metformina, não é necessário ajuste de dose de ambas; porém com uma sulfonilureia a dose desta última deve ser redimensionada, devido a um possível risco de hipoglicemia.
Superdosagem.
Em caso de superdosagem, os efeitos incluem náuseas, vômitos graves e uma rápida hipoglicemia. Aplicar medidas de suporte conforme a sintomatologia do paciente.
Reações adversas.
Os principais efeitos adversos incluem náuseas, vômitos, cefaleia, dispepsia, diarreia, nervosismo e vertigens.
Precauções.
A exenatida não substitui a insulina nos pacientes insulino-dependentes. Não deve ser utilizada em pacientes com diabetes tipo 1 ou com cetoacidose. Não há estudos sobre o uso de exenatida juntamente com insulina, tiazolidinedionas, derivados da D-fenilalanina, meglitinida ou inibidores da alfa-glicosidase. Devido ao risco de hipoglicemia, recomenda-se diminuir a dose de sulfonilureia quando coadministrada com exenatida. Estudos em animais mostraram que a exenatida induz a ocorrência de adenomas benignos de células C da tireoide. Estudos em animais demonstraram que a exenatida produz diminuição do crescimento fetal e neonatal, bem como alterações ósseas.
Interações.
A administração com digoxina induz uma diminuição da concentração plasmática desta; não obstante, a farmacocinética geral não é alterada de forma significativa. O uso simultâneo com lovastatina produz alterações na farmacocinética desta última. A farmacocinética do paracetamol é modificada caso sua administração seja feita dentro de uma hora após o tratamento com exenatida.
Contraindicações.
Insuficiência renal grave (clearance de creatinina < 30 ml/min). Hipersensibilidade à substância. Gravidez. Amamentação. Diabetes tipo 1.