Estanozolol
Ações terapêuticas.
Esteroide anabolizante.
Propriedades.
Trata-se de um anabolizante sintético derivado da testosterona; do ponto de vista químico, trata-se do 17-X hidroxi-17-X-metil androstano (3,2-c) pirazol, que possui efeito anabolizante e estimulante da síntese protéica. É eficaz tanto por via oral quanto parenteral. O efeito manifesta-se através de aumento do apetite e do peso corporal e, melhorando o aproveitamento protéico, de uma recuperação do estado geral.
Indicações.
Anorexia rebelde, convalescença. Enfermidades crônicas e debilitantes. Coadjuvante no tratamento de fraturas de consolidação lenta, osteoporose pré e pós-operatória. Retardos de crescimento em estatura e ponderal.
Posologia.
Adultos: via oral, 2 mg duas a três vezes ao dia, antes ou durante as refeições. Crianças até 2 anos: via oral, 1 mg uma vez ao dia: via intramuscular em formulações de liberação controlada, de 25 mg cada duas a três semanas. Crianças de 2 a 6 anos: via oral, 1 mg duas vezes ao dia, via intramuscular em formulações de liberação controlada, de 50 mg cada duas a três semanas.
Superdosagem.
A manifestação de sinais de toxicidade aguda é pouco provável com as doses terapêuticas indicadas.
Reações adversas.
Muito raramente podem ocorrer náuseas, vômitos, excitação, insônia, acne, dores ósseas, hemorragias não-habituais (mais provável em pacientes com tratamentos anticoagulantes), cansaço, sinais de virilização em mulheres sensíveis, produzidos em geral por doses elevadas, tratamentos prolongados ou administração demasiado frequente.
Precauções.
Em pacientes sensíveis a fenômenos colaterais endócrinos ou hidroeletrolíticos (tendência ao edema), recomenda-se realizar vigilância periódica durante os tratamentos prolongados. Em pacientes com hepatopatias, recomenda-se vigiar os índices de colestase. Como o estanozolol tem a capacidade de produzir efeitos virilizantes, recomenda-se vigilância estrita em meninas. Os tratamentos muito prolongados para favorecer o crescimento devem ser interrompidos quando a idade esquelética, sob controle radiológico semestral, aproxima-se da idade cronológica. Nos pacientes geriátricos, o risco de hipertrofia ou de carcinoma prostático pode aumentar. Controlar as doses em pacientes diabéticos, visto que o fármaco pode melhorar a tolerância à glicose e reduzir as necessidades de insulina ou hipoglicemiantes orais. Recomenda-se não administrar durante o período de amamentação. Até o presente não foram realizados estudos para avaliar o potencial mutagênico, porém sabe-se que seu uso prolongado pode conduzir ao aparecimento aparição de tumores, principalmente hepáticos.
Interações.
O uso simultâneo com glicocorticoides, mineralocorticoides ou medicamentos que contenham sódio pode aumentar a possibilidade de edema. Ao ser administrado juntamente com somatotropina, pode haver aceleração da maturação epifisária. O uso concomitante com anti-inflamatórios não-esteroidais e anticoagulantes derivados da cumarina ou indandiona, produz aumento do efeito anticoagulante. O mecanismo estaria relacionado com a diminuição da concentração do fator de coagulação por aumento do seu catabolismo ou alterações em sua síntese, e a um aumento da afinidade dos receptores para os anticoagulantes. Recomenda-se reduzir a dose do anticoagulante com a finalidade de obter o mesmo efeito terapêutico. A administração conjunta com fármacos hepatotóxicos, pode aumentar o risco de alterações hepáticas.
Contraindicações.
Hipersensibilidade ao fármaco, gravidez, carcinoma de próstata ou de mama metástases ósseas, insuficiência hepática grave. É necessário avaliar a relação risco/benefício na presença de insuficiência cardíaca, hepática ou renal, diabetes mellitus e hipertrofia prostática benigna.