Diritromicina
Ações terapêuticas.
Antibiótico macrolídico.
Propriedades.
É um macrolídico de última geração, semelhante à azitromicina, que se caracteriza por atingir elevadas concentrações nos diferentes tipos de tecidos, mas baixas e variáveis no plasma sanguíneo. Trata-se de um antibiótico bactericida ácido-lábil, que é rapidamente transformado por hidrólise enzimática no seu metabólito ativo, a eritromicilamina. Após a sua administração oral consegue uma baixa biodisponibilidade (10%); atinge seu pico sérico máximo no sangue após 2-4 horas e mantém níveis terapêuticos durante 24 horas com uma única dose oral diária. Uma característica a ser destacada é a sua elevada concentração nos diferentes tecidos (20-40 vezes superiores às plasmáticas) e sua penetração intracelular em macrófagos e polimorfonucleares, com destruição dos germes que se encontram no seu interior. Entre suas características farmacocinéticas encontra-se sua meia-vida longa: 44 horas (16-65 horas) e seu mínimo grau de ligação com as proteínas (15-30%), o que permite empregar um esquema de dose em cada 24 horas. A principal via de eliminação da dupla diritromicina-eritromicina é biliar por excreção fecal (81-97% da dose administrada), e somente 2% são excretados por via renal. Seu mecanismo de ação, como o de outros antibióticos macrolídicos (eritromicina, roxitromicina, claritromicina), é exercido sobre a síntese proteica bacteriana (proteinossíntese) a qual inibe quando se liga à subunidade 50S do ribossomo das diferentes células bacterianas Gram-positivas e Gram-negativas sensíveis, produzindo a lise dessas células. Possui um amplo espectro antimicrobiano que inclui a maioria das espécies Gram-positivas, Gram-negativas, produtoras de betalactamases e bactérias atípicas (Mycoplasma, Chlamydia, Legionella) conhecidas.
Indicações.
Infecções bacterianas por germes sensíveis das vias respiratórias superiores (amigdalite, otite, sinusite, faringite) ou inferiores (bronquite aguda ou crônica, intensificação da doença em pacientes bronquiais crônicos, pneumonia típica e atípica). Infecções cutâneo-mucosas ou de partes moles (celulite, abcessos, erisipela, foliculite). Em pacientes alérgicos a antibióticos betalactâmicos os macrolídicos são os fármacos de escolha.
Posologia.
A dose média é de 500 mg por via oral, uma vez por dia, administrada independentemente dos alimentos. Em infecções respiratórias superiores (faringite, amigdalite), causadas por estreptococos beta-hemolíticos do grupo A (S. pyogenes), a dose deve ser de 500 mg/dia durante 10 dias, pois existe o risco potencial de complicações tardias (febre reumática em crianças) se o esquema posológico não for completado. Não se requer uma adequação ou ajuste de dose em indivíduos idosos ou com insuficiência hepática ou renal, a diferença dos outros antibacterianos.
Reações adversas.
São poucas, de intensidade leve e se localizam a nível gastrintestinal: diarreias, vômitos, dispepsia, epigastralgia e flatulência. A nível geral: astenia, cefaleias, insônia, sonolência, vertigem. A nível hemático: eosinofilia, leucopenia e trombocitopenia. Nos controles humorais foram informados aumentos transitórios das diversas enzimas hepáticas (GOT, GPT, FA) e da uréia sérica.
Precauções.
Deve ser levada em consideração a possibilidade de aparecimento de microrganismos resistentes, que podem produzir uma sobrecarga bacteriana. Em indivíduos com insuficiência hepática grave pode-se considerar uma redução da dose ou um aumento dos intervalos de administração.
Interações.
A diritromicina não interage com o sistema citocromo P-450 e portanto não afeta a farmacocinética nem a biodisponibilidade de certos fármacos como a cimetidina, a teofilina, a terfenadina e a ciclosporina.
Contraindicações.
Hipersensibilidade aos macrolídicos. Não foi definitivamente estabelecida a sua inocuidade na gravidez e na lactação, razão pela qual fica a critério médico a relação risco/benefício, assim como em recém-nascidos e em crianças menores de 12 anos.