Darifenacina
Ações terapêuticas.
Antimuscarínico.
Propriedades.
A estimulação parassimpática induz a contração da bexiga urinária devido à interação do neurotransmissor acetilcolina com os receptores muscarínicos presentes na musculatura lisa vesical. Os receptores muscarínicos são classificados farmacologicamente em cinco subtipos: M1 a M5; na bexiga, os subtipos predominantes são o M2 e M3. A união da acetilcolina a M3 produz a contração da bexiga, e além disso, participa na contração da musculatura lisa do trato gastrintestinal, na produção de saliva, e na função do esfíncter da íris. A darifenacina é um antagonista seletivo do receptor muscarínico M3 que inibe a contração do músculo detrusor da bexiga. Após a administração por via oral, a concentração plasmática máxima é alcançada em aproximadamente 7 horas e os níveis séricos mantêm-se constantes por 6 dias. Liga-se em cerca de 98% às proteínas plasmáticas, principalmente à glicoproteína ácida. A darifenacina é extensamente metabolizada no fígado pelas enzimas do citocromo P450 CYP2D6 e CYP3A4. Os metabólitos obtidos não contribuem significativamente para seus efeitos clínicos. Cerca de 60% do fármaco são eliminados por via urinária, enquanto os 40% restantes da substância administrada são encontrados nas fezes. Apenas uma pequena fração é eliminada inalterada. A meia-vida de eliminação é de aproximadamente 13-19 horas.
Indicações.
Bexiga hiperativa.
Posologia.
Dose usual: por via oral, 7,5 mg ao dia. Dose máxima: 15 mg ao dia.
Superdosagem.
Em caso de superdosagem, recomenda-se instaurar tratamento sintomático e de suporte.
Reações adversas.
Os principais efeitos adversos incluem constipação, boca seca, dispepsia, dor abdominal, náuseas, diarreias, infecção do trato urinário, astenia, olhos secos, cefaleia e vertigens.
Precauções.
Administrar com precaução a pacientes com obstrução do meato urinário devido a um risco maior de retenção urinária. Administrar com precaução a pacientes com patologias gastrintestinais de tipo obstrutivo, pois a darifenacina, assim como outros anticolinérgicos, pode diminuir a contratilidade gastrintestinal. Administrar com precaução a pacientes com constipação grave, colite ulcerosa e miastenia gravis. Administrar com precaução a pacientes com glaucoma de ângulo fechado e apenas quando os benefícios superem os potenciais riscos. Caso ocorra insuficiência hepática moderada, a dose não deve superar os 7.5 mg ao dia. Dada a ausência de estudos em pacientes com insuficiência hepática grave, recomenda-se não administrar este fármaco. A darifenacina não se revelou uma substância mutagênica, clastogênica ou teratogênica em estudos in vitro. Não administrar durante a gravidez e a amamentação exceto quando os benefícios para a mãe superem o risco potencial para o feto.
Interações.
Não administrar doses superiores a 7,5 mg quando se coadministra com substâncias inibidoras da enzima CYP3A4, tais como cetoconazol, itraconazol, ritonavir, nelfinavir, claritromicina e nefazodona. Administrar com precaução conjuntamente com substâncias metabolizadas pelo CYP2D6, tais como flecainida, tioridazina, antidepressivos tricíclicos. O uso concomitante com outras substâncias, anticolinérgicas aumenta o risco de aparição de efeitos adversos (boca seca, constipação, visão turva). A darifenacina pode alterar a absorção de outras substâncias, pois tem a propriedade de diminuir a motilidade gastrintestinal. A darifenacina não altera a farmacocinética dos contraceptivos orais à base de levonorgestrel e etinilestradiol e não modifica significativamente o tempo de protrombina quando administrada concomitantemente com varfarina.
Contraindicações.
Pacientes com retenção urinária, retenção gástrica, glaucoma de ângulo fechado, e hipersensibilidade à substância.