Dabigatrana etexilato

Ações terapêuticas.

Anticoagulante.

Propriedades.

O etexilato de dabigatrana é um pró-fármaco de molécula pequena desprovido de atividade farmacológica, que após sua administração oral, é rapidamente absorvido transformando-se em dabigatrana mediante hidrólise catalisada por esterases no plasma e no fígado. A dabigatrana é um inibidor direto competitivo e reversível da trombina e constitui o principal princípio ativo no plasma. Dado que a trombina (serina protease) permite a conversão de fibrinogênio a fibrina na cascada da coagulação, sua inibição impede a formação de trombos. A dabigatrana também inibe a trombina livre, a trombina unida a fibrina e a agregação plaquetária induzida por trombina. Os alimentos não afetam sua biodisponibilidade, porém retardam em 2 horas o tempo requerido para alcançar as concentrações plasmáticas máximas. A união de dabigatrana às proteínas plasmáticas humanas é baixa e independente da concentração (34%-35%), elimina-se principalmente pela urina (85%), enquanto que a eliminação por via fecal é de cerca de 6% da dose administrada. A dabigatrana é conjugada e forma acil-glicuronídeos farmacologicamente ativos. Existem quatro isômeros posicionais, 1-O, 2-O, 3-O, 4-O-acil-glicuronídeo e cada um constitui menos de 10% da dabigatrana total no plasma. A dabigatrana é eliminada principalmente em forma inalterada pela urina, a uma velocidade de aproximadamente 100 ml/min que se corresponde com a taxa de filtração glomerular. A exposição (AUC) a dabigatrana aumenta nos pacientes com insuficiência renal moderada a grave e em pacientes idosos.

Indicações.

Prevenção primária do tromboembolismo em pacientes adultos submetidos a cirurgia de substituição total de quadril ou de patela.

Posologia.

A administração é feita por via oral, 220 mg uma vez ao dia em duas tomadas de 110 mg. Recomenda-se começar a administração dentro das 1-4 horas posteriores à cirurgia da patela. Na prevenção do tromboembolismo venoso (TEV) após artroplastia de quadril, via oral 220 mg uma vez ao dia administrados em duas tomadas de 110 mg. Recomenda-se começar a administração dentro das 1-4 horas posteriores à cirurgia, continuando durante 28-35 dias. Em pacientes com insuficiência renal moderada (depuração de creatinina 30-50 ml/min) e em idosos, a dose recomendada é 150 mg uma vez ao dia, em duas tomadas de 75 mg.

Superdosagem.

Não existe um antídoto. A dabigatrana é dialisável.

Reações adversas.

As principais reações adversas incluem hemorragias em geral, anemia, hematomas.

Precauções.

Não administrar a pacientes com insuficiência hepática. Recomenda-se atenta monitoração clínica (em busca de sinais de sangramento ou anemia) durante o período de tratamento, especialmente em situações que podem aumentar o risco de hemorragia. Recomenda-se administrar com precaução e escrupulosa monitoração clínica (em busca de sinais de sangramento ou anemia) durante o tratamento, em pacientes com insuficiência renal moderada, ou com peso corporal inferior a 50 kg. Administrar com precaução a pacientes com risco de mortalidade cirúrgica alta e com fatores de risco intrínseco de tromboembolismo. Em pacientes submetidos a cirurgia ortopédica maior, não se pode excluir a aparição de hematomas epidurais ou espinais que podem produzir paralisia de longa duração ou mesmo permanente, ao utilizar de forma concomitante dabigatrana e anestesia raquidiana/epidural ou punção espinal. O risco de aparição destes efeitos adversos raros pode ser maior com o uso de cateteres epidurais permanentes após uma intervenção ou o uso concomitante de outros medicamentos que afetam a hemostasia. Assim, não se recomenda seu uso em pacientes a quem se administra anestesia mediante cateteres epidurais permanentes após uma intervenção. A administração da primeira dose de dabigatrana deve ser realizada no mínimo duas horas após retirar o cateter. Estes pacientes requerem explorações frequentes visando a sinais e sintomas neurológicos. Não se recomenda seu uso em pacientes submetidos a cirurgia de fratura de quadril.

Interações.

Não associar com heparinas não fracionadas e derivados de heparina, heparinas de baixo peso molecular (HBPM), fondaparinux, desirudina, trombolíticos, antagonistas dos receptores GPIIb/IIIa, clopidogrel, ticlopidina, dextrana, sulfimpirazona e antagonistas da vitamina K. Deve-se levar em consideração que a heparina não fracionada pode ser administrada nas doses necessárias para manter um cateter venoso central ou arterial desobstruído. Dado que o etexilato de dabigatrana e a dabigatrana não são metabolizados pelo sistema citocromo P450, não são esperadas interações medicamentosas com fármacos metabolizados por este sistema. Na eventualidade de administração simultânea com amiodarona recomenda-se diminuir a dose de dabigatrana a 150 mg ao dia, pois a concentração máxima de dabigatrana aumenta aproximadamente 50% quando estes fármacos são administrados conjuntamente. Recomenda-se administrar com precaução com inibidores da glicoproteína-P como verapamil, claritromicina e outros. Administrar com precaução com indutores potentes de glicoproteína-P como rifampicina ou erva de São João (Hypericum perforatum), pois estes fármacos podem diminuir a biodisponibilidade da dabigatrana.

Contraindicações.

Hipersensibilidade ao fármaco, insuficiência renal grave (depuração de creatinina inferior a 30 ml/min), hemorragia ativa, alteração espontânea ou farmacológica da hemostasia, insuficiência hepática, tratamento concomitante com quinidina. Gravidez. Amamentação. Pacientes com idade inferior a 18 anos.

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