Cefetamete pivoxila

Ações terapêuticas.

Antibiótico.

Propriedades.

É uma moderna cefalosporina oral que contém um grupo básico cefem e quimicamente é a imino-metoxi-amino-tiazolil. O cefetamete pivoxila é um pró-fármaco <196> éster pivaloiloximetil <196> extremamente solúvel e estável, que após ser administrado por via oral sofre rapidamente um fenômeno de primeira passagem biometabólica <196> desesterificação <196> no nível da mucosa digestiva e do fígado, transformando-se assim em cefetamete, que é a fração terapeuticamente ativa. O cefetamete administrado por via oral quase não é absorvido pela mucosa digestiva, e por isso recorre-se ao emprego do seu precursor sob a forma de éster pivaloiloximetil. Esta nova cefalosporina desenvolve sua atividade bactericida, como os outros antibióticos do seu grupo, quando se liga aos receptores parietais (PBP) da célula bacteriana, na qual provoca o choque osmótico e sua lise. Possui um amplo espectro bacteriano sobre a biota aeróbia Gram-positiva e Gram-negativa, e pelas suas concentrações séricas e tissulares atinge níveis superiores à CIM 90 ( < 2mg/ml) da maioria das enterobactérias, Haemophilus influenzae, Neisseria spp., Proteus spp., Branhanela catarrhalis; espécies de Streptococcus e não-estreptococos inclusive S. pneumoniae resistente à penicilina e Neisseria gonorrhoeae. Após uma dose oral única de 500 mg ou 1.000 mg absorve-se bem, especialmente quando administrada com alimentos; atinge concentrações séricas máximas (Cmáx) de 3,2 a 11,6 mg/ml, respectivamente, e difunde-se facilmente até os diferentes tecidos e líquidos biológicos. Possui uma ampla difusibilidade, um baixo grau de ligação a proteínas (22%) e uma meia-vida longa (T½) de 2,2 horas. Sua eliminação é realizada por via renal, mediante um processo de filtração glomerular, é excretada sem modificações em 38% a 51%. Possui certa afinidade pelo tecido respiratório, pois com uma dose de 1.000 mg atinge uma concentração elevada no pulmão: 0,54 a 2,24 mg entre 5 e 8 horas depois da administração oral.

Posologia.

Adultos e crianças maiores de 12 anos: 500 mg, 2 vezes ao dia; crianças até 12 anos: 10 mg/kg, 2 vezes ao dia. Nas infecções severas ou nas causadas por patógenos menos suscetíveis, a dose pode ser duplicada (por exemplo, 1.000 mg, 2 vezes por dia em adultos, ou 20 mg/kg, 2 vezes por dia, em crianças). As infecções produzidas por estreptococos beta-hemolíticos e as infecções complicadas do trato urinário ou infecções mais graves poderão ser tratadas durante 10 dias, e a pielonefrite durante 14 dias. Nas infecções complicadas do trato urinário, a dose diária total pode ser administrada como aplicação única, 1 hora antes ou depois do jantar. Na uretite gonocóccica no homem e na cistite não complicada da mulher, uma única dose de 1.500 a 2.000 mg depois da refeição (na cistite, preferentemente à noite), é suficiente para erradicar o patógeno. Nos idosos serão utilizadas as mesmas doses que em adultos e nas crianças a dose-padrão é de 10 mg/kg. Em crianças até 12 anos, a dose não ultrapassará 1.000 mg, 2 vezes ao dia.

Efeitos secundários.

Os efeitos indesejáveis observados foram de gravidade média a moderada e de curta duração. No trato gastrintestinal, foram reportadas diarreias, náuseas ou vômitos. Como com outros antibióticos da mesma classe, o tratamento pode induzir a um maior crescimento de Clostridium difficile. Foi reportada colite pseudomembranosa em menos de 1.000 pacientes (1.000 mg 2 vezes por dia). Outros distúrbios gastrintestinais relatados foram dor abdominal, mal-estar abdominial, gastralgia, flatulência, acidez gástrica. Observaram-se os seguintes efeitos colaterais com uma incidência menor do que 1%. Reações hepáticas: aumento da bilirrubina, aumento transitório de transaminases. Reações cutâneas: prurido, urticária, edema localizado, exantema, púrpura. Reações do sistema nervoso central: debilidade, fadiga, cefaleia, tonturas. Reações hemáticas: leucopenia ou eosinofilia transitória, aumento transitório de plaquetas. Outras reações observadas em menos de 1 caso em 1.000: gengivite, proctite, vaginite, conjuntivite, tendinose, febre.

Precauções.

Foram reportadas diarreia grave, colite e raramente colite pseudomenbranosa em adultos tratados com antibióticos de diferentes grupos, devido a uma modificação da microbiota colorretal. O Clostridium difficile toxigênico é a causa mais frequente dessas complicações, que podem ocorrer durante ou no final do tratamento. A suspensão da antibioticoterapia ajuda a restabelecer a microbiota normal do cólon e a função intestinal. Em casos de reincidência, considera-se a vancomicina oral como tratamento de eleição. Gravidez e lactação: as investigações pré-clínicas relevantes não revelaram efeitos mutagênicos, embriotóxicos ou teratogênicos. Tampouco espera-se observar tais efeitos em seres humanos. Mesmo assim, na ausência de dados clínicos relacionados a riscos fetais em seres humanos, não é recomendado, por enquanto, seu uso durante a gravidez. Em caso de infecções graves causadas por microrganismos suscetíveis ao fármaco e menos suscetíveis ou resistentes a outros antibióticos, o risco eventual deverá ser comparado com o risco terapêutico potencial. Ainda não foi investigada a excreção de cefetamete no leite materno. Neonatos: não estão disponíveis dados clínicos quanto a segurança e a eficácia do fármaco em neonatos. Insuficiência renal: em pacientes com insuficiência renal, que estejam ou não submetidos a diálise ou hemodiálise peritoneal ambulatória, a dose deverá ser ajustada segundo a gravidade da insuficiência renal. Insuficiência hepática: não é necessário um ajuste da dose em pacientes sem ascite.

Interações.

Não foram relatados sinais ou sintomas clinicamente evidentes de interações durante o tratamento de pacientes com afecções graves, que recebiam medicações múltiplas de diferentes tipos (idosos, pacientes com bronquite crônica exacerbada). Até a presente data não foram observadas dificuldades na função renal após o tratamento simultâneo com diuréticos (por exemplo furosemida). Os antiácidos ou os antagonistas H2 não exercem efeitos sobre seu perfil farmacológico.

Contraindicações.

Pacientes com hipersensibilidade conhecida às cefalosporinas ou penicilinas. Nestas últimas não pode ser descartada a possibilidade de reações alérgicas cruzadas. As reações anafiláticas graves requerem um tratamento de emergência imediato.