Candesartana

Ações terapêuticas.

Anti-hipertensivo.

Propriedades.

A angiotensina II é o principal hormônio vasoativo do sistema renina-angiotensina-aldosterona, e seus principais efeitos fisiológicos incluem vasoconstrição, estimulação da secreção de aldosterona, regulação da homeostase do sódio e da água e estímulo do crescimento celular. Estes efeitos são mediados através do receptor tipo 1 (AT1). A candesartana é um antagonista da angiotensina II e também bloqueador específico e seletivo dos receptores AT1 assim como a losartana, a valsartana e a irbesartana. A candesartana não inibe a enzima conversora da angiotensina (ECA), que transforma a angiotensina I em angiotensina II; desta maneira, não aumentam os níveis de bradicinina ou de substância P, razão pela qual não induz o aparecimento de tosse. Sua ação anti-hipertensiva deve-se à diminuição da resistência periférica sistêmica, enquanto que a frequência cardíaca, o volume sistólico e o volume-minuto permanecem inalterados. Além disso, possui efeitos hemodinâmicos renais favoráveis, como aumento do fluxo sanguíneo renal, manutenção ou incremento da taxa de filtração glomerular e redução da resistência vascular renal e da fração de filtração. Não possui efeitos sobre a glicemia nem sobre o perfil lipídico. O efeito hipotensor da candesartana é dose-dependente, sem diferenças em função da idade ou do sexo do paciente. O início da ação é observado dentro de 2 horas após a administração do fármaco e pode ser utilizado em monoterapia ou em combinação com outros fármacos anti-hipertensivos tais como os diuréticos tiazídicos e os antagonistas de cálcio. A candesartana cilexetil é uma pró-droga que é rapidamente hidrolisada dando origem à droga ativa durante sua absorção no trato gastrintestinal. Apresenta alta taxa de ligação a proteínas plasmáticas (mais do que 99%) e sua meia-vida é de aproximadamente 9 horas. É eliminado principalmente por vias urinária e biliar, sem sofrer biotransformação hepática. Não requer ajuste de dose naqueles pacientes com alterações renais leves a moderadas, ou com alterações hepáticas. Além disto, pode ser ingerido com ou sem alimentos.

Indicações.

Hipertensão arterial.

Posologia.

Dose inicial e de manutenção: de 8 mg a 16 mg, uma vez ao dia. Em caso de disfunção renal grave (depuração de creatinina inferior a 30 ml/min por 1,73m2 de superfície corporal), a dose inicial deve ser de 4 mg.

Superdosagem.

Não se registraram casos de superdose. Contudo, considera-se que a principal manifestação seria a hipotensão. Em caso de superdose, deverá ser instituído tratamento sintomático e monitoração dos sinais vitais, deitar o paciente com as pernas elevadas, aumentar o volume plasmático e, caso estas medidas não forem suficientes, poderiam administrar-se fármacos simpatomiméticos.

Reações adversas.

São leves e transitórias e incluem cefaleia, infecção do trato respiratório superior e enjoos.

Precauções.

Recomenda-se administrar com precaução em pacientes com estenose arterial renal bilateral ou da artéria renal em um rim solitário, pois há a possibilidade de aumento dos valores de ureia e creatinina séricas, tal como ocorre com outros fármacos que afetam o sistema renina-angiotensina-aldosterona. Do mesmo modo, aconselha-se administrar doses menores ou corrigir a depleção severa do volume intravascular nos pacientes que podem sofrer hipotensão sintomática. Não administrar durante a gravidez, já que pode afetar o desenvolvimento do sistema renina-angiotensina-aldosterona do feto. Embora não se saiba se é eliminado através do leite materno, recomenda-se não administrar durante a lactação.

Interações.

Não foram observadas interações com hidroclorotiazida, varfarina, digoxina, anovulatórios orais (etinilestradiol/levonorgestrel), glibenclamida ou nifedipina.

Contraindicações.

Hipersensibilidade conhecida ao fármaco e durante a gravidez.