Bumetanida

Ações terapêuticas.

Diurético, anti-hipertensivo.

Propriedades.

Atua principalmente no ramo ascendende da alça de Henle, onde inibe a reabsorção de eletrólitos. Pode ter uma pequena ação adicional na reabsorção de sódio no túbulo proximal, já que a reabsorção de fosfato se reduz; não parece ter efeito no túbulo distal. Absorve-se quase por completo no trato gastrintestinal; sua união às proteínas é muito elevada (96%), metabolizando-se no fígado e produzindo metabólitos inativos. A meia-vida é de 1 a 1½ hora. O início da ação evidencia-se aos 30 a 60 minutos por via oral e de forma imediata por via IV. A ação se mantém por 4 horas com doses habituais (via oral) e por via IV de 3½ a 4 horas. É eliminada por via renal 80% (em sua maior parte de forma inalterada).

Indicações.

Edema associado com insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática e doença renal. Coadjuvante no tratamento de edema agudo de pulmão.

Posologia.

Em uma só dose diária, 0,5 a 2 mg/dia. A dose pode ser aumentada, se necessário, adicionando-se uma segunda ou terceira dose diária com intervalos de 4 a 5 horas entre as doses. Dose máxima: até 10 mg diárias.

Reações adversas.

Enjoo ou sensação de enjoo ao levantar da posição deitado (hipotensão ortostática por uma diurese massiça), pulso fraco (por desequilíbrios eletrolíticos), visão turva, dor no peito, diarreia cefaleia, anorexia, cãibras, dor de estômago.

Precauções.

Ingerir com alimentos ou leite para diminuir a irritação gastrintestinal. Pode aumentar os valores de glicemia nos diabéticos. Em idosos, é mais comum que se produza hipotensão e hipopotassemia; estes pacientes têm mais riscos de aparição de colapsos circulatórios e episódios tromboembólicos por serem mais sensíveis aos efeitos hipotensores e eletrolíticos. Os pacientes que não toleram as sulfamidas podem não tolerar, também, a bumetanida. Recomenda-se avaliar a relação risco-benefício antes de sua administração durante a gravidez.

Interações.

Os corticoides e a ACTH podem diminuir os efeitos natriuréticos e diuréticos e aumentar o desequilíbrio eletrolítico e, em particular, a hipopotassemia. A ingestão de álcool potencializa os efeitos diuréticos e hipotensores. A bumetanida pode aumentar a concentração de ácido úrico no sangue, podendo, portanto, ser necessário o ajuste da dose dos fármacos antigotosos (alopurinol, colchicina, probenecida). A amiodarona pode dar lugar a um aumento do risco de arritmias associadas com hipopotassemia. Deve ser evitada a administração simultânea ou sequencial com anfotericina-B parenteral pelo possível aumento do potencial de ototoxicidade e nefrotoxicidade, especialmente com disfunção renal. Pode diminuir os efeitos dos anticoagulantes derivados da cumarina, heparina, estreptoquinase ou uroquinase. Os glicosídeos digitálicos podem potencializar a toxicidade digitálica associada com hipopotassemia. A dopamina pode aumentar os efeitos diuréticos da bumetanida ou da dopamina.

Contraindicações.

A relação risco-benefício deverá ser avaliada na presença de anúria ou disfunção renal grave, diabetes mellitus, antecedentes de gota ou hiperuricemia, disfunção auditiva, disfunção hepática, infarto agudo do miocárdio e antecedentes de pancreatite.