Almitrina
Ações terapêuticas.
Anti-hipoxêmico.
Propriedades.
A almitrina, utilizada na forma de bismesilato, é uma molécula complexa contando 3 anéis aromáticos e um anel com 4 átomos de carbono e 2 de nitrogênio. Estimula os quimiorreceptores carotidianos e aórticos, age na relação ventilação/perfusão e melhora a ventilação alveolar, contribuindo para uma melhora global da hematose durante tratamento crônico. Devido a isso, aumenta a PaO2 e a saturação de oxigênio, bem como diminui a PaCO2, principalmente em pacientes portadores de DPOC. Esses efeitos são independentes da ventilação global, sendo que em doses até 100 mg/dia a almitrina não interfere no volume corrente nem na frequência respiratória. Administrada por via oral, a almitrina é rapidamente absorvida no trato digestivo, atingindo pico plasmático após 3 horas. É metabolizada no fígado e eliminada basicamente por via biliar e fecal, com discreta eliminação renal de metabólitos inativos; a almitrina possui meia-vida de eliminação entre 40 e 80 horas após administração única, sendo de 30 dias após administração repetida. Fixa-se fortemente às proteínas plasmáticas, na ordem de 99%.
Indicações.
Insuficiência respiratória com hipoxemia por bronquite crônica obstrutiva.
Posologia.
A posologia oral é de 50 a 100 mg/dia, dividida em 2 tomadas às refeições. Após os 3 meses iniciais, a terapia de manutenção é efetuada de modo sequencial: 1 mês de pausa a cada 2 meses de tratamento, devido à meia-vida longa da almitrina. Em pacientes com peso inferior a 50kg, a dose diária recomendada é de 50mg. A posologia deve ser adaptada em função dos parâmetros gasométricos e não necessita ser modificada em caso de insuficiência renal. A almitrina pode ser associada a oxigenoterapia.
Reações adversas.
São raras e compreendem: emagrecimento, paresterias em membros inferiores, náuseas, sensação de plenitude gástrica, alterações do sono, vertigens e consciência dos movimentos respiratórios.
Precauções.
Não ultrapassar a posologia recomendada e, a longo prazo, respeitar os meses de pausa no tratamento. Caso ocorra perda de peso superior a 5% ou sinais de neuropatia periférica (formigamentos ou parestesias persistentes em membros inferiores), interromper o tratamento.
Contraindicações.
Hepatopatia grave.