Adefovir dipivoxila
Ações terapêuticas.
Antiviral.
Propriedades.
Trata-se de um agente antiviral contra o vírus da hepatite B (HBV) que quimicamente corresponde ao diéster do adefovir. O adefovir dipivoxila é um pró-fármaco do adefovir administrado oralmente, um nucleotídeo fosfonato acíclico análogo ao monofosfato de adenosina, que é transportado em sua forma ativa para o interior das células de mamíferos, onde se converte enzimaticamente em difosfato de adefovir. O difosfato de adefovir inibe as polimerases virais por competição com a ligação direta ao substrato natural (trifosfato de deoxiadenosina) e, após incorporar-se ao DNA viral, produz a interrupção da cadeia de DNA. Estudos clínicos com o adefovir dipivoxila por via oral em doses de 10 a 30 mg em pacientes com hepatite B (Hbe Ag-positivos) e com HBV e DNA polimerase mutantes mostraram sensibilidade ao tratamento. Este pró-fármaco é um diéster que após sua administração por via oral mostrou uma biodisponibilidade da ordem de 59%, sua meia-vida de eliminação biexponencial foi de 7,48 horas (±1,65). Sua absorção entérica não é afetada pela ingestão de alimentos. Apresenta uma taxa de ligação com proteínas plasmáticas muito reduzida ( < 5%). Após sua administração é rapidamente convertido em adefovir, encontrando-se cerca de 45% na urina de 24 horas após sofrer filtração glomerular e secreção tubular. Em pacientes com insuficiência renal submetidos a diálise recomenda-se adequar a posologia. A hemodiálise elimina cerca de 35% da dose administrada em um período de 4 horas. Por outro lado, não é necessário modificar o tratamento em pacientes com hepatite B não crônica.
Indicações.
Hepatite B crônica com evidência de atividade viral (histológica, virológica, serológica).
Posologia.
A dose aconselhada é de 10 mg por dia em uma tomada única por via oral. A duração do tratamento não foi estabelecida. Em pacientes com insuficiência renal recomendam-se 10 mg cada 48 ou 72 horas, enquanto que em pacientes dialisados 10 mg cada 7 dias.
Superdosagem.
Dose elevadas: 500 mg diários ou mais associaram-se a transtornos gastrintestinais. Na eventualidade de ocorrer superdosagem, recomenda-se monitoramento do paciente e medidas de suporte. A hemodiálise pode remover cerca de 35% da dose administrada em uma sessão de 4 horas.
Reações adversas.
Relataram-se astenia, cefaleias, náuseas, dor abdominal, diarreia, flatulência, dispepsia. A incidência foi cerca de 2% em pacientes transplantados hepáticos tratados com adefovir. Humoralmente observou-se uma elevação da creatinina sérica da ordem de 16% dos pacientes após 48 semanas de tratamento. Registraram-se exacerbações da hepatite em pacientes após suspensão do tratamento porém sem provocar descompensação hepática como ocorreria naqueles com cirrose ou hepatopatias graves e avançadas.
Interações.
Dado que o adefovir é eliminado por via renal, as substâncias administradas concomitantemente e que compitam com a secreção tubular poderiam ter seus níveis séricos aumentados. Doses elevadas de ibuprofeno (2.400 mg/dia) causam aumento de cerca de 23% nas concentrações do antiviral.
Contraindicações.
Hipersensibilidade ao fármaco.