SAXENDA
NOVO NORDISK
liraglutida
Agonista do receptor do GLP-1.
Apresentações.
Solução injetável de liraglutida 6 mg/mL, disponível em sistema de aplicação preenchido com 3 mL cada.
O sistema de aplicação Saxenda® pode dispensar doses de 0,6 mg, 1,2 mg, 1,8 mg, 2,4 mg ou 3,0 mg.
Cada embalagem contém: 3 sistemas de aplicação.
VIA SUBCUTÂNEA
USO ADULTO
Composição.
Cada mL de solução injetável contém 6 mg de liraglutida. Excipientes: fosfato de sódio dibásico di-hidratado, propilenoglicol, fenol, hidróxido de sódio (ajuste de pH), ácido clorídrico (ajuste de pH) e água para injetáveis. A liraglutida é um agonista do receptor de GLP-1 (peptídeo símile ao glucagon humano 1) produzido por tecnologia de DNA recombinante em Saccharomyces cerevisiae. Um sistema de aplicação preenchido contém 18 mg de liraglutida em 3 mL.
Informações técnicas.
1. INDICAÇÕES
Saxenda® é indicado em associação a uma dieta hipocalórica e aumento do exercício físico para controle crônico de peso em adultos com Índice de Massa Corporal (IMC) de:
• 30 kg/m2 ou maior (obesidade) ou,
• 27 kg/m2 ou maior (sobrepeso) na presença de pelo menos uma comorbidade relacionada ao peso, como disglicemia (pré-diabetes e diabetes mellitus tipo 2), hipertensão arterial, dislipidemia ou apneia obstrutiva do sono.
2. RESULTADOS DE EFICÁCIA
A eficácia e segurança de Saxenda® para controle crônico de peso juntamente com o consumo calórico reduzido e aumento na atividade física foram estudadas em quatro estudos clínicos randomizados, duplo-cegos, controlados por placebo (três estudos com 56 semanas de duração e um estudo com 32 semanas de duração), que incluíram um total de 5.358 pacientes. Em todos os estudos indivíduos foram instruídos a seguir uma dieta com redução calórica (déficit de 500kcal/dia) e um programa de exercícios físicos durante a duração dos estudos. Todos os estudos incluíram um período de quatro semanas de aumento da dose e avaliaram o efeito de Saxenda® uma vez ao dia. Os quatro estudos foram:
Estudo 1: controle do peso por 56 semanas em 3.731 pacientes com obesidade ou sobrepeso com ou sem pré-diabetes. Os pacientes foram estratificados de acordo com o estado pré-diabetes, sendo que 61% (correspondendo a 2.241 pacientes) apresentaram pré-diabetes no início do tratamento1.
Pré-diabetes foi definido como glicemia de jejum alterada: glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dL, ou tolerância à glicose diminuída: glicemia plasmática no teste oral de tolerância à glicose (TOTG) entre 140 e 199 mg/dL ou HbA1c 5,7-6,4% (inclusive ambos).
Estudo 2: controle do peso por 56 semanas em 846 pacientes com obesidade ou sobrepeso e diabetes mellitus tipo 2. Os pacientes no estudo 2 receberam metformina, uma sulfonilureia, uma glitazona como agente único ou em qualquer combinação no início do estudo e apresentavam controle glicêmico inadequado (HbA1c na faixa de 7-10%)2.
Estudo 3: controle do peso por 32 semanas em 359 pacientes com obesidade e apneia obstrutiva do sono moderada ou grave3.
Estudo 4: redução de peso adicional por 56 semanas em 422 pacientes com obesidade ou sobrepeso e pelo menos uma comorbidade após perda de peso inicial ≥ 5% com dieta hipocalórica. Este estudo avaliou a capacidade de Saxenda® em manter a perda de peso induzida por dieta e exercício isoladamente e a capacidade de Saxenda® induzir a perda de peso adicional como objetivo secundário4.
Nos estudos 1, 3 e 4 os pacientes com diabetes mellitus tipo 2 foram excluídos.
Saxenda® induziu perda de peso superior e estatisticamente significativa e maior redução nos parâmetros glicêmicos (por exemplo, HbA1c e glicemia de jejum) em comparação ao placebo em todos os estudos.
Definição geral de pacientes com obesidade e sobrepeso adotada nos estudos:
• obesidade IMC ≥ 30 kg/m2
• sobrepeso IMC ≥ 27kg/m² e < 30 kg/m2 com comorbidades (como dislipidemia ou hipertensão)
Perda de peso após 12 semanas de tratamento com Saxenda®
Paciente respondedores precoces foram definidos como aqueles que atingiram perda de peso ≥ 5% após 12 semanas de tratamento na dose de manutenção com Saxenda® (4 semanas na dose de titulação e 12 semanas na dose de manutenção). No estudo 1, 67,5% dos pacientes atingiram uma perda de peso ≥ 5% após 12 semanas de tratamento. No estudo 2, 50,4% dos pacientes atingiram uma perda de peso ≥ 5% após 12 semanas de tratamento. Com o tratamento contínuo com Saxenda®, 86,2% destes respondedores precoces atingiram uma perda de peso ≥ 5% e 51% atingiram uma perda de peso ≥ 10% após um ano de tratamento. A média da perda de peso em pacientes respondedores precoces que completaram um ano de tratamento foi de 11,2% do peso corporal inicial. Para pacientes que atingiram uma perda de peso < 5% após 12 semanas de tratamento na dose de manutenção e completaram um ano de tratamento, a média da perda de peso foi de 3,85 % após um ano.
Estudo 1
• Controle do peso em pacientes com obesidade ou sobrepeso com ou sem pré-diabetes
O efeito sobre o peso em um ano é apresentado na tabela 1. Foi atingida maior redução de peso com Saxenda® em comparação com placebo na semana 56. Uma proporção maior dos pacientes randomizados para Saxenda® do que para placebo atingiram perda de peso ≥ 5% e > 10% por volta da semana 56. O efeito na perda de peso foi semelhante nos pacientes com pré-diabetes em comparação com os pacientes sem pré-diabetes no basal.
A evolução da perda de peso (%) ao longo do tempo com Saxenda® e placebo até a semana 56 é ilustrada na figura 1 e a distribuição cumulativa empírica das alterações no peso corporal (%) após um ano de tratamento é apresentada na figura 2. A redução na HbA1c em um ano foi maior nos pacientes com pré-diabetes tratados com Saxenda® em comparação com placebo. Após um ano em Saxenda®, 69,2% dos pacientes com pré-diabetes no início do tratamento reverteram o pré-diabetes em comparação a 32,7% para os pacientes tratados com placebo. A proporção de pacientes que desenvolveram diabetes mellitus tipo 2 durante o período de um ano foi de 0,2% para pacientes com Saxenda®, comparado com 1,1% com placebo.
• Efeito de Saxenda® nos parâmetros cardiometabólicos e antropométricos
As alterações na HbA1c, glicemia de jejum, pressão arterial, frequência cardíaca e lipídios no tratamento com Saxenda® são demonstradas na tabela 2.
Estudo 2
• Controle do peso em pacientes com diabetes mellitus tipo 2, com obesidade ou sobrepeso
Redução de peso estatisticamente superior foi atingida nos pacientes com diabetes mellitus tipo 2 tratados com Saxenda® em comparação com placebo após 52 sem de tratamento, vide tabela 3. Uma proporção superior e estatisticamente significante dos pacientes randomizados para Saxenda® atingiu perda de peso ≥5% e > 10% após um ano em comparação ao grupo placebo. A evolução da perda de peso ao longo do tempo com Saxenda® e placebo em um ano é ilustrada na figura 3.
• Efeito de Saxenda® nos parâmetros cardiometabólicos e antropométricos em pacientes com diabetes mellitus tipo 2
As alterações na HbA1c, glicemia de jejum, pressão arterial, frequência cardíaca e lipídios no tratamento com Saxenda® são apresentadas na tabela 4. Dos pacientes com obesidade e diabetes mellitus tipo 2 tratados com Saxenda®, 69,2% atingiram a HbA1c < 7% (ADA) alvo comparado com 27,2% para placebo e 56,5% dos pacientes com obesidade e diabetes mellitus tipo 2 tratados com Saxenda® atingiram HbA1c ≤6,5% (IDF) alvo comparado com 15,0% para placebo.
Estudo 3
• Controle do peso em pacientes com obesidade e apneia obstrutiva do sono moderada ou grave
A tabela 5 fornece os resultados para a perda de peso em seis meses no Estudo 3. Perda de peso estatisticamente maior em pacientes com obesidade e apneia obstrutiva do sono moderada ou grave foi atingida com Saxenda® em comparação ao placebo após seis meses. Uma porção estatística e significativamente maior dos pacientes randomizados para Saxenda® do que para placebo atingiram perda de peso ≥5% e > 10% após seis meses.
Saxenda® reduziu a gravidade da apneia obstrutiva do sono conforme avaliado pela alteração em relação ao valor basal no índice de apneia-hipopneia em comparação com placebo, vide tabela 6.
Estudo 4
• Redução de peso em pacientes com obesidade ou com sobrepeso e pelo menos uma comorbidade após uma perda de peso inicial ≥5% induzida por dieta hipocalórica.
Durante o período de "run-in" de três meses, os pacientes atingiram uma perda de peso média de 6,0%, correspondendo a 6,3 kg em dieta hipocalórica antes do tratamento com Saxenda®. Após a randomização, uma perda de peso adicional de 6,1% (5,7 kg) foi atingida no grupo tratado com Saxenda® em comparação com uma perda de peso adicional de 0,1% (0,2 kg) para o grupo placebo. Perda de peso estatisticamente maior em pacientes com obesidade ou sobrepeso foi atingida com Saxenda® em comparação com placebo, após um ano em comparação com o valor basal (semana 0), vide tabela 7. Uma proporção estatística e significativamente maior de pacientes randomizados para Saxenda® do que para placebo atingiu perda de peso ≥5% e > 10% em um ano de tratamento. A porcentagem de pacientes que mantiveram a perda de peso corporal do "run-in" após um ano foi 81,4% e 48,9% para Saxenda® e placebo, respectivamente.
Antes da semana "0", os pacientes foram tratados apenas com uma dieta hipocalórica e exercícios. Na semana "0", os pacientes foram randomizados para receber Saxenda® ou placebo. A evolução da perda de peso com Saxenda® e placebo a partir da triagem (semana 12) e até um ano de tratamento é ilustrada na figura 4.
• Insulina em jejum
A média de insulina em jejum no valor basal variou de 65 a 117 pmol/L nos estudos 1 e 4 e foi ligeiramente maior no estudo 2 nos indivíduos com diabetes mellitus tipo 2 (125 pmol/L). A média de insulina em jejum foi reduzida com Saxenda® vs. placebo no estudo 1 e estudo 4 (p≤0,05) com diferença relativa do tratamento (Saxenda®/placebo) de -8,4% e -12,2%, respectivamente.
• Pacientes que atingiram perda de peso ≥5% após quatro meses
Pacientes que atingiram uma perda de peso de ≥5% após quatro meses (um mês de aumento da dose e três meses com a dose de tratamento) foram definidos como respondedores precoces. No Estudo 1, 67,5% atingiram perda de peso ≥5% após quatro meses. A alteração média em relação ao valor basal no peso corporal para os respondedores precoces foi de -11,5% após um ano de tratamento com Saxenda®1. No Estudo 2, 50,4% atingiram perda de peso ≥5% após quatro meses e a alteração média em relação ao valor basal no peso corporal para os respondedores precoces foi de -9,3% após um ano de tratamento com Saxenda®2.
• Imunogenicidade
Compatível com as propriedades potencialmente imunogênicas de proteínas e peptídeos farmacêuticos, os pacientes podem desenvolver anticorpos anti-liraglutida após o tratamento com Saxenda®. Nos estudos clínicos, 2,5% dos pacientes tratados com Saxenda® desenvolveram anticorpos anti-liraglutida. A formação de anticorpos não foi associada à eficácia reduzida de Saxenda®.
• Avaliação cardiovascular
Os eventos adversos cardiovasculares maiores (MACEs, do inglês, Major Adverse Cardiovascular Events) foram avaliados e definidos como infarto do miocárdio não fatal, acidente vascular cerebral não fatal e morte cardiovascular. A partir de 5 estudos clínicos de fase 2 e fase 3 duplo-cegos controlados com Saxenda® houve 6 MACEs para os pacientes tratados com Saxenda® e 10 MACEs para os pacientes tratados com placebo. A razão de risco (HR, do inglês, hazard ratio) e IC de 95% é 0,33 [0,12; 0,90] para Saxenda® versus placebo. Foi observado um aumento médio da frequência cardíaca a partir do basal de 2,5 batimentos por minuto (variando entre os estudos de 1,6 a 3,6 batimentos por minuto) com Saxenda® em estudos clínicos de fase 3 (vide seção "5. Advertências e Precauções"). A frequência cardíaca atingiu o pico após aproximadamente 6 semanas. A alteração na frequência cardíaca foi reversível após a descontinuação da liraglutida1, 2, 3, 4, 5.
O estudo do efeito e ação da liraglutida na avaliação dos desfechos cardiovasculares no diabetes (LEADER, do inglês, Liraglutide Effect and Action in Diabetes: Evaluation of cardiovascular Outcomes) incluiu 9.340 pacientes com diabetes mellitus tipo 2 inadequadamente controlados, sendo que a maioria desses pacientes apresentavam doença cardiovascular estabelecida. Os pacientes foram randomizados para liraglutida (4.668 pacientes) em uma dose diária de 1,8 mg ou placebo (4.672 pacientes), ambos em adição ao tratamento padrão6.
A exposição teve duração entre 3,5 e 5 anos. A idade média foi de 64 anos de idade e o IMC médio foi de 32,5 kg/m2. A média basal de HbA1c foi de 8,7 e houve melhora após 3 anos de 1,2% em pacientes expostos a liraglutida e 0,8% em pacientes expostos ao placebo. O desfecho primário foi
o tempo desde a randomização até a primeira ocorrência de qualquer evento adverso cardiovascular maior (MACE): morte cardiovascular, infarto do miocárdio não fatal ou acidente vascular cerebral não fatal6.
A liraglutida reduziu significativamente a taxa de eventos adversos cardiovasculares maiores (desfechos primários, MACEs) versus placebo (3,41 versus 3,90 por 100 pacientes-ano de observação nos grupos liraglutida e placebo, respectivamente) com uma redução de risco de 13%, HR 0,87, [0,78, 0,97] [95% IC]) (p=0,005) (vide figura 5)6.
A liraglutida também reduziu significativamente o risco de MACE expandido (MACE primário, angina pectoris instável levando a hospitalização, revascularização coronariana, ou hospitalização devido à insuficiência cardíaca) e outros desfechos secundários (vide figura 6).6
• Medicação concomitante
Saxenda® apresentou maior probabilidade do que o placebo de reduzir o uso de medicamentos antihipertensivos e hipolipemiantes após um ano de tratamento e, em pacientes com diabetes mellitus tipo 2, Saxenda® também apresentou maior probabilidade do que o placebo de reduzir o uso de medicamentos antidiabéticos orais após um ano de tratamento.
• Resultados de qualidade de vida relatados pelos pacientes
Saxenda® melhorou vários resultados relacionados à qualidade de vida relatados pelos pacientes, em comparação com o placebo. Foram observadas melhoras significativas na pontuação total de IWQoL-Lite (estudos 1 e 2) e em todos os domínios do SF-36 (estudo 1), indicando efeitos favoráveis na função física e saúde mental.
Referências
1. Pi-Sunyer, X., et al. A Randomized, Controlled Trial of 3.0 mg of Liraglutide in Weight Management. N Engl J Med 373(1): 11-22, 2015.
2. Davies, M.J., et al. Efficacy of Liraglutide for Weight Loss Among Patients With Type 2 Diabetes: The SCALE Diabetes Randomized Clinical Trial. JAMA 314(7): 687-699, 2015.
3. Blackman, A., et al. Effect of liraglutide 3.0 mg in individuals with obesity and moderate or severe obstructive sleep apnea: the SCALE Sleep Apnea randomized clinical trial. Int J Obes (Lond) 40(8): 1310-9, 2016.
4. Wadden, T.A., et al. Weight maintenance and additional weight loss with liraglutide after low-calorie-diet-induced weight loss: the SCALE Maintenance randomized study. Int J Obes (Lond) 37(11): 1443-1451, 2013.
5. Astrup, A., et al. Safety, tolerability and sustained weight loss over 2 years with the once-daily human GLP-1 analog, liraglutide. Int J Obes (Lond) 36(6): 843-854, 2012.
6. Marso, S.P., et al. Liraglutide and Cardiovascular Outcomes in Type 2 Diabetes. N Engl J Med 375(4): 311-22, 2016.
3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Propriedades Farmacodinâmicas
Mecanismo de ação
Liraglutida é um agonista do receptor do Peptídeo Glucagon símile 1 humano (GLP-1) acilado, com 97% de homologia na sequência de aminoácidos ao GLP-1 humano endógeno. A liraglutida se liga e ativa o receptor de GLP-1 (GLP-1R).
O GLP-1 é um regulador fisiológico do apetite e do consumo de calorias e o receptor de GLP-1 está presente em várias regiões do cérebro envolvidas na regulação do apetite. Os receptores de GLP-1 também são expressos em locais específicos no coração, na vasculatura, sistema imune e rins. Em modelos de camundongos com aterosclerose, a liraglutida preveniu a progressão de placa aórtica e reduziu a inflamação na placa. Adicionalmente, a liraglutida teve efeito benéfico nos lipídios plasmáticos. A liraglutida não reduziu o tamanho de placas previamente estabelecidas. O mecanismo de ação da liraglutida em humanos é reduzir o peso corporal principalmente através da perda de massa gorda. O peso corporal é reduzido devido à redução do consumo calórico. A liraglutida não aumenta o gasto energético em 24 horas. A liraglutida afeta os quatro principais componentes do apetite (plenitude, saciedade, fome e consumo prospectivo de alimento). A liraglutida regula o apetite através do aumento da sensação de saciedade e redução da sensação de fome, reduzindo consequentemente a ingestão alimentar. A liraglutida estimula a secreção de insulina, reduz a secreção inapropriadamente alta de glucagon e melhora a função das células beta de forma dependente de glicose, o que resulta em redução da glicemia de jejum e pós-prandial. O mecanismo de redução da glicemia também envolve uma diminuição da velocidade do esvaziamento gástrico.
Em estudos em animais, a administração periférica de liraglutida levou à absorção em regiões cerebrais específicas, incluindo o hipotálamo, onde a liraglutida, através da ativação específica do GLP-1R, aumentou a saciedade e diminuiu os sinais de fome, levando assim ao menor peso corporal.
Liraglutida é estável contra degradação metabólica e possui meia-vida plasmática de 13 horas após a administração subcutânea. O perfil farmacocinético de liraglutida, que a torna adequada para administração uma vez ao dia, é resultado de uma autoassociação que atrasa a absorção, ligação às proteínas plasmáticas e estabilidade contra degradação metabólica pela dipeptidil peptidase-4 (DPP-4) e endopeptidase neutra (NEP).
Efeitos Farmacodinâmicos
Em estudos clínicos de longo prazo envolvendo pacientes com obesidade e sobrepeso, Saxenda® em conjunto com o consumo calórico reduzido e aumento na atividade física diminuiu significativamente o peso corporal.
• Distribuição da perda de peso
Em um sub-estudo de 113 pacientes com obesidade (IMC 30-40kg/m2) e não diabéticos, a análise por DEXA e TC foram realizadas antes e após 20 semanas de tratamento em 15 pacientes em uso de Saxenda® e 14 pacientes em uso de placebo. Neste sub-estudo, a perda de peso foi predominantemente de massa gordurosa ao invés de massa corporal magra para ambos os grupos de tratamento. A área média de tecido adiposo visceral e subcutâneo foi reduzida após 20 semanas de tratamento em comparação com o valor basal. Além disso, as reduções relativas em gordura visceral foram maiores do que para a gordura subcutânea com liraglutida.
• Efeito nas sensações de apetite, consumo calórico e gasto energético, esvaziamento gástrico e glicemia de jejum e pós-prandial
Foi conduzido um estudo clínico farmacológico de cinco semanas com 49 pacientes com obesidade (IMC 30-40 kg/m2) não diabéticos para demonstrar a equivalência no esvaziamento gástrico entre Saxenda® e liraglutida 1,8mg e investigar outros efeitos farmacodinâmicos da liraglutida.
Sensações de apetite, consumo calórico e gasto energético
As sensações de apetite foram avaliadas antes e até cinco horas após uma refeição de desjejum padronizada e o consumo calórico "ad libitum" foi avaliado no almoço subsequente. Saxenda® aumentou as taxas de saciedade e plenitude pós-prandial, diminuiu as taxas de consumo prospectivo de alimento e diminuiu o consumo calórico "ad libitum" em comparação com placebo. Não foi observado aumento no gasto energético de 24 horas conforme avaliado em uma câmara respiratória. O efeito da indução de perda de peso da liraglutida é considerado mediado pela regulação do apetite e consumo calórico reduzido.
Esvaziamento gástrico
O efeito de Saxenda® na taxa de esvaziamento gástrico foi avaliado pelo método de absorção de paracetamol durante um teste de refeição de 5 horas. Saxenda® causou uma diminuição na velocidade do esvaziamento gástrico durante a primeira hora após a refeição, reduzindo assim a taxa e o nível total de glicose pós-prandial que surgiu na circulação.
Glicose, insulina e glucagon em jejum e pós-prandial
As concentrações de glicose, insulina e glucagon em jejum e pós-prandial foram avaliadas antes e até cinco horas após um teste de refeição padronizado. Em comparação com placebo, Saxenda® reduziu a glicose em jejum e glicose pós-prandial (AUC0-60 min) na primeira hora após a refeição e também reduziu a AUC da glicose em 5 horas e glicose incremental (AUC0-300 min). Além disso, Saxenda® diminuiu o glucagon pós-prandial (AUC0-300 min), insulina pós-prandial (AUC0-60 min) e insulina incremental (iAUC0-60 min) após a refeição em comparação com placebo.
As concentrações de glicose e insulina em jejum e incrementais também foram avaliadas durante um teste oral de tolerância à glicose de 75-g (TOTG) antes e depois de um ano de tratamento em 3.731 pacientes com sobrepeso ou obesidade com ou sem pré-diabetes. Em comparação com placebo, Saxenda® reduziu as concentrações de glicose em jejum e incremental. O efeito foi mais evidente em pacientes com pré-diabetes. Além disso, Saxenda® reduziu a insulina de jejum e aumentou as concentrações de insulina incremental em comparação com placebo.
• Efeitos no incremento de glicose em jejum e pós-prandial em pacientes com sobrepeso ou obesidade e diabetes mellitus tipo 2
Saxenda® reduziu a glicemia de jejum e incremento de glicose pós-prandial (90 minutos após a refeição, média de 3 refeições diárias), em comparação com placebo.
• Função das células beta
Estudos clínicos de até um ano com Saxenda® em pacientes com sobrepeso ou obesidade com e sem diabetes mellitus demonstraram melhora sustentada na função das células beta, utilizando-se medidas como o modelo de avaliação de homeostase para função de células beta (HOMA-B) e a proporção pró-insulina/insulina.
• Eletrofisiologia cardíaca (QTc)
O efeito de liraglutida na repolarização cardíaca foi testado em um estudo de QTc. Liraglutida nas concentrações em estado de equilíbrio com doses diárias de até 1,8 mg não produziu prolongamento do QTc. A exposição de liraglutida para pacientes com sobrepeso e obesidade tratados com Saxenda® é comparável à exposição avaliada no estudo de QTc com liraglutida 1,8mg/dia.
Propriedades Farmacocinéticas
Absorção:
A absorção de liraglutida após a administração subcutânea foi lenta, atingindo a concentração máxima aproximadamente 11 horas após a administração. A concentração média de liraglutida no estado de equilíbrio (AUCt/24) atingiu aproximadamente 31 nmol/L em indivíduos com obesidade (IMC 30-40 kg/m2) após a administração de Saxenda®. A exposição de liraglutida aumentou proporcionalmente à dose, na faixa de dose de 0,6 mg até 3,0 mg. A biodisponibilidade absoluta de liraglutida após a administração subcutânea é de aproximadamente 55%.
Distribuição:
O volume médio aparente de distribuição após a administração subcutânea é de 20-25L (para uma pessoa com peso aproximado de 100 kg). A liraglutida liga-se amplamente às proteínas plasmáticas ( > 98%).
Metabolismo/Biotransformação:
Durante 24 horas após a administração de uma dose única de [3H]-liraglutida a indivíduos saudáveis, o principal componente no plasma foi a liraglutida inalterada. Dois metabólitos plasmáticos secundários foram detectados (≤ 9% e ≤ 5% de exposição plasmática total ao radioisótopo).
Eliminação:
A liraglutida é metabolizada endogenamente de forma semelhante às proteínas grandes, sem que um órgão específico tenha sido identificado como via principal de eliminação. Após uma dose de [3H]-liraglutida, liraglutida intacta não foi detectada na urina ou fezes. Apenas uma pequena parte da radioatividade administrada foi excretada na forma de metabólitos relacionados à liraglutida na urina ou fezes (6% e 5%, respectivamente).
A radioatividade na urina e fezes foi excretada principalmente durante os primeiros 6-8 dias e correspondeu a três metabólitos menores, respectivamente. A depuração média após a administração subcutânea de Saxenda® é de aproximadamente 0,91,4 L/h com meia-vida de eliminação de aproximadamente 13 horas.
População Especial:
• Idosos: Não é necessário nenhum ajuste na dose com base na idade. A idade não apresentou efeito clinicamente relevante na farmacocinética de liraglutida, com base na análise farmacocinética de uma população de pacientes com sobrepeso ou obesidade (18 a 82 anos).
• Gênero: Com base nos resultados das análises farmacocinéticas populacionais, as mulheres apresentam depuração 24% menor de Saxenda® ajustada ao peso, em comparação aos homens. Com base nos dados de resposta à exposição, nenhum ajuste na dose é necessário.
• Etnia: A origem étnica não teve efeito clinicamente relevante na farmacocinética de liraglutida com base nos resultados da análise farmacocinética da população, que incluiu pacientes com sobrepeso ou obesidade de grupos de brancos, negros, asiáticos e hispânicos/não hispânicos.
• Peso corporal: A exposição de liraglutida diminui com um aumento no peso corporal basal. A dose diária de 3 mg de liraglutida forneceu exposição sistêmica adequada ao longo da faixa de peso corporal de 60-234 kg, avaliada para resposta à exposição no estudo clínico. A exposição à liraglutida não foi estudada em indivíduos com peso corporal > 234 kg.
• Pacientes com insuficiência hepática: A farmacocinética de liraglutida foi avaliada em pacientes com graus variados de comprometimento hepático em um estudo de dose única. A exposição à liraglutida foi reduzida em 23% e 13% nos pacientes com comprometimento hepático leve e moderado, respectivamente, em comparação com indivíduos saudáveis. A exposição foi significativamente menor (44%) nos pacientes com comprometimento hepático grave (pontuação de Child Pugh > 9).
• Pacientes com insuficiência renal: A exposição à liraglutida foi reduzida nos pacientes com comprometimento renal em comparação com os indivíduos com função renal normal. A exposição à liraglutida foi reduzida em 33%, 14%, 27% e 28%, respectivamente, em pacientes com comprometimento renal leve (depuração de creatinina, CrCl 50-80 mL/min), moderado (CrCl 3050 mL/min) e grave (CrCl < 30 mL/min) e em nefropatia em estágio terminal que requer diálise.
• Crianças: Saxenda® não foi estudado em pacientes pediátricos.
Dados de segurança pré-clínico
Os dados não clínicos não revelam riscos especiais aos humanos com base nos estudos convencionais de farmacologia de segurança, toxicidade de dose repetida ou genotoxicidade. Tumores de células C não letais na tireoide foram observados em estudos de carcinogenicidade de dois anos em ratos e camundongos. Em ratos, não foi observado um nível no qual não foram observados efeitos adversos (NOAEL). Estes tumores não foram observados em macacos tratados por 20 meses. Estes achados em roedores são causados por um mecanismo não genotóxico específico, mediado pelo receptor de GLP-1 ao qual os roedores são particularmente sensíveis. Não foi observado nenhum outro tumor relacionado ao tratamento.
Os estudos em animais não indicaram efeitos nocivos diretos em relação à fertilidade, mas um aumento discreto nas mortes embrionárias precoces, quando doses maiores foram administradas. A administração de liraglutida durante a gestação média causou redução no peso materno e crescimento fetal com efeitos equivocados nas costelas de ratos e variação esqueletal em coelhos. O crescimento neonatal foi reduzido em ratos durante a exposição à liraglutida e persistiu no período pós-desmame no grupo de dose elevada. Não se sabe se estes efeitos estão relacionados ao consumo reduzido de calorias das fêmeas prenhes ou se são um efeito direto de GLP-1 no recémnascido.
4. CONTRAINDICAÇÕES
Hipersensibilidade à liraglutida ou a qualquer excipiente (vide "Composição").
Este medicamento é contraindicado em casos de gravidez e, caso a paciente deseje engravidar
o mesmo deve ser descontinuado.
Estudos em animais tem mostrado toxicidade reprodutiva (vide seção 3 "Dados de segurança préclínicos"). O risco potencial em humanos é desconhecido.
5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Em pacientes com diabetes mellitus Saxenda® não deve ser utilizado como substituto da insulina. Não há experiência clínica em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva NYHA (New York Heart Association) classe IV, portanto não é recomendado o uso de Saxenda® nesses pacientes. A segurança e eficácia de liraglutida para controle de peso ainda não foi estabelecida nos seguintes pacientes:
- com 75 anos ou mais,
- tratados com outros medicamentos para controle de peso,
- com obesidade secundária a doença endócrina distúrbios alimentares ou em tratamento com outros medicamentos que podem causar ganho de peso,
- com insuficiência renal grave
- com insuficiência hepática grave
O uso de liraglutida não é recomendado nestes pacientes (vide seção "9. Reações Adversas"). A liraglutida para controle de peso não foi investigada em pacientes com insuficiência hepática leve a moderada, portanto deve ser usado com cautela nesses pacientes (vide seção "9. Reações Adversas" e "Propriedades farmacocinéticas").
A experiência em pacientes com doença inflamatória intestinal e gastroparesia diabética é limitada. O uso de liraglutida não é recomendado nestes pacientes uma vez que isto está associado a reações adversas gastrointestinais transitórias, incluindo náusea, vômito e diarreia.
Pancreatite
Foi observada pancreatite aguda com o uso de agonistas do receptor de GLP-1. Os pacientes devem ser informados dos sintomas característicos de pancreatite aguda. Se houver suspeita de pancreatite, Saxenda® deve ser descontinuado. Se a pancreatite aguda for confirmada, Saxenda® não deve ser reiniciado. Na ausência de outros sinais e sintomas de pancreatite aguda, a isolada elevação das enzimas pancreáticas não é preditiva de pancreatite aguda.
Colelitíase e Colecistite
Em estudos clínicos para controle de peso, foi observada uma taxa mais elevada de colelitíase e colecistite em pacientes tratados com liraglutida do que nos pacientes tratados com placebo. O fato de que a perda de peso substancial pode aumentar o risco de colelitíase e consequentemente colecistite, explicada apenas parcialmente a taxa mais elevada com liraglutida. Colelitíase e colecistite podem levar a hospitalização e colecistectomia. Os pacientes devem ser informados sobre os sintomas de colelitíase e colecistite.
Doenças da tiroide
Eventos adversos relacionados à tireoide, como bócio, foram relatados em estudos clínicos de diabetes tipo 2, particularmente em paciente com doença da tireoide pré-existente. Casos de aumento da concentração sanguínea de calcitonina foram também observados em estudos clínicos de controle de peso, portanto, liraglutida deve ser usada com cautela em pacientes com doenças da tiroide.
Frequência cardíaca
Um aumento na frequência cardíaca foi observado em estudo clínicos com liraglutida (vide "Propriedades Farmacodinâmicas"). A frequência cardíaca deve ser monitorada em intervalos regulares compatíveis com a prática clínica habitual. Os pacientes devem ser informados sobre os sintomas do aumento da frequência cardíaca (palpitações, sensação de frequência cardíaca acelerada durante o descanso). Em pacientes que apresentam frequência cardíaca aumentada em repouso, relevante e clinicamente sustentada, o tratamento com liraglutida deve ser interrompido.
Desidratação
Sinais e sintomas de desidratação, incluindo comprometimento renal e insuficiência renal aguda, foram relatados em pacientes tratados com agonistas do receptor de GLP-1. Os pacientes tratados com Saxenda® devem ser aconselhados sobre o risco potencial de desidratação em relação aos efeitos colaterais gastrointestinais e tomar precauções para evitar a depleção de líquido.
Hipoglicemia em pacientes com sobrepeso ou obesidade e diabetes mellitus tipo 2
Pacientes com diabetes tipo 2 que recebem Saxenda® em combinação com uma sulfonilureia podem apresentar aumento no risco de hipoglicemia. O risco de hipoglicemia pode ser reduzido através de uma redução na dose de sulfonilureia. A adição de Saxenda® em pacientes tratados com insulina não foi avaliada.
Excipientes
Saxenda® contém menos de 1 mmol de sódio (23 mg) por dose, portanto o medicamento é considerado livre de sódio.
Fertilidade, gravidez e amamentação
Este medicamento é contraindicado em mulheres grávidas ou que estejam amamentando.
Gravidez: Não há dados suficientes sobre o uso de Saxenda® em mulheres grávidas. Estudos em animais mostraram toxicidade reprodutiva. O risco potencial para humanos é desconhecido. Saxenda® não deve ser usado durante a gravidez. Se uma paciente desejar engravidar ou engravidar, o tratamento com Saxenda® deve ser interrompido.
Fertilidade: Além de uma ligeira diminuição no número de implantes vivos, estudos em animais não indicaram efeitos nocivos em relação a fertilidade (vide "dados de segurança pré-clínico").
Amamentação: Não é conhecido se liraglutida é excretada no leite materno humano. Estudos em animais mostraram que a transferência para o leite materno de liraglutida e metabólitos com relação estrutural parecida é baixa. Estudos não clínicos demonstraram uma redução, relacionada ao tratamento, do crescimento neonatal em filhotes de ratos em amamentação (vide "dados de segurança pré-clínico"). Devido à falta de experiência, Saxenda® não deve ser usado durante a amamentação.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e operar máquinas
Não foram realizados estudos para avaliar os efeitos de Saxenda® sobre a habilidade de dirigir veículos eoperar máquinas. É improvável que a habilidade de dirigir ou operar máquinas seja comprometida pelo Saxenda®. Pacientes com diabetes mellitus tipo 2 devem ser aconselhados a tomar precauções a fim de evitar hipoglicemia enquanto estiverem dirigindo ou utilizando máquinas, em particular quando Saxenda® estiver sendo utilizado em combinação com uma sulfonilureia.
6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Avaliação de interação medicamento-medicamento in vitro: Liraglutida mostrou um potencial muito baixo de envolvimento em interações farmacocinéticas com outras substâncias ativas relacionadas ao citocromo P450 e ligação a proteínas plasmáticas. Avaliação de interação medicamento-medicamento in vivo:
O pequeno prolongamento no esvaziamento gástrico com o uso de liraglutida pode influenciar na absorção de medicamentos orais administrados concomitantemente. Estudos de interação não demonstraram nenhum atraso clinicamente relevante na absorção e, portanto, nenhum ajuste de dose é necessário.
Estudos de interações medicamentosas foram realizados com 1,8 mg de liraglutida. O efeito na taxa de esvaziamento gástrico foi equivalente entre liraglutida 1,8 mg e 3 mg, (AUC0-300 min de paracetamol), vide "propriedades farmacodinâmicas". Poucos pacientes tratados com Saxenda® relataram pelo menos um episódio de diarreia grave. A diarrria pode afetar a absorção de medicamentos orais concomitantes.
Varfarina e derivados de cumarina
Não foram realizados estudos de interação. Uma interação clinicamente relevante com substâncias ativas com fraca solubilidade ou janelas terapêuticas estreitas como a varfarina não pode ser excluída. Após o início do tratamento com Saxenda® em paciente sob uso de varfarina ou outros derivados cumarínicos, é recomendado um monitoramento mais frequente da INR (Razão Normalizada Internacional).
Paracetamol
A liraglutida não alterou a exposição global do paracetamol após uma dose única de 1000 mg. A Cmax do paracetamol foi reduzida em 31% e o Tmax médio foi prolongado em até 15 min. Não é necessário ajuste da dose para o uso concomitante com paracetamol.
Atorvastatina
A liraglutida não alterou a exposição global da atorvastatina após administração de dose única de 40 mg de atorvastatina. Portanto, não é necessário ajuste da dose de atorvastatina quando administrada com liraglutida. A Cmax da atorvastatina foi reduzida em 38% e o Tmax mediano foi prolongado de 1 h para 3 h com liraglutida.
Griseofulvina
A liraglutida não alterou a exposição global da griseofulvina após administração de dose única de 500 mg de griseofulvina. A Cmax da griseofulvina aumentou em 37%, enquanto o Tmax médio não se alterou. Não é necessário ajuste da dose para griseofulvina e outros compostos com baixa solubilidade e alta permeabilidade.
Digoxina
A administração de uma dose única de 1 mg de digoxina com liraglutida resultou em uma redução na AUC da digoxina em 16%; a Cmax diminuiu em 31%. O Tmax médio da digoxina foi atrasado de 1 hora para 1,5 horas. Não é necessário nenhum ajuste na digoxina com base nestes resultados.
Lisinopril
A administração de uma dose única de 20 mg de lisinopril com liraglutida resultou em uma redução na AUC do lisinopril em 15%; a Cmax diminuiu em 27%. O tmax médio de lisinopril foi atrasado de 6 horas para 8 horas com liraglutida. Não é necessário nenhum ajuste na dose de lisinopril com base nestes resultados.
Con
Liraglutida diminuiu a Cmax do etinilestradiol e do levonorgestrel em 12% e 13%, respectivamente, após a administração de uma dose única de um contraceptivo oral. O Tmax foi atrasado em 1,5 hora com liraglutida para ambos os compostos. Não houve efeito clinicamente relevante na exposição global tanto do etinilestradiol quanto do levonorgestrel. Portanto, é previsto que o efeito contraceptivo não seja afetado quando administrado concomitantemente com liraglutida.
7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Antes do primeiro uso:
Armazenar sob refrigeração entre 2 °C e 8 °C. Mantenha distante do compartimento do congelador.
Não congelar. Este medicamento tem prazo de validade de 30 meses.
Assim que iniciar o uso:
Após o primeiro uso, válido por 1 mês, quando armazenado em temperatura ambiente abaixo de 30°C ou sob refrigeração (temperatura entre 2°C e 8°C), longe do compartimento do congelador. Não congelar.
Quando não estiver em uso, mantenha o sistema de aplicação tampado para proteger da luz.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
A data de validade se refere ao último dia do mês indicado.
Saxenda® é uma solução injetável límpida e incolor ou praticamente incolor.
Saxenda® é uma solução isotônica de pH = 8,15.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
8. POSOLOGIA E MODO DE USAR
Método de administração:
Saxenda® é administrado uma vez ao dia a qualquer horário, independentemente das refeições. Deve ser injetado por via subcutânea no abdome, coxa ou parte superior do braço. O local de injeção e o horário podem ser alterados sem ajuste da dose. Entretanto, é preferível que Saxenda® seja injetado na mesma hora do dia, quando a hora mais conveniente do dia for escolhida. Saxenda® não deve ser administrado por via intravenosa ou intramuscular.
Se uma dose for esquecida dentro de 12 horas a partir de quando é normalmente tomada, o paciente deve tomar a dose assim que possível. Se houver menos de 12 horas para a próxima dose, o paciente não deve tomar a dose perdida, apenas retomar o regime de uma vez por dia com a próxima dose programada. Uma dose adicional ou aumento na dose não deve ser feito para compensar a dose esquecida.
As instruções de uso do sistema de aplicação Saxenda® encontram-se ao final desta bula.
Precauções especiais para manuseio e descarte:
Saxenda® não deve ser usado se a solução não estiver límpida e incolor ou praticamente incolor. Saxenda® não deve ser usado se foi congelado.
Saxenda® pode ser administrado com agulhas com até 8mm de comprimento. O sistema de aplicação foi desenvolvido para ser utilizado com agulhas descartáveis NovoFine®. As agulhas de injeção não estão incluídas na embalagem de Saxenda®.
O paciente deve ser aconselhado a descartar a agulha após cada aplicação, de acordo com as exigências locais. O sistema de aplicação Saxenda® deve ser armazenado sem a agulha acoplada. Isto previne o entupimento das agulhas, contaminação, infecção e vazamento, além degarantir uma administração precisa da dose.
Incompatibilidades:
Substâncias adicionadas à solução de Saxenda® podem causar degradação de liraglutida. Devido à falta de estudos de compatibilidade, este produto não deve ser misturado com outros medicamentos.
Posologia:
A dose inicial para todos os pacientes é de 0,6 mg e deve ser aumentada para 3,0 mg em incrementos de 0,6 mg com intervalos de pelo menos uma semana (exemplo: 0,6, 1,2, 1,8, 2,4 e 3,0 mg). Doses diárias maiores que 3 mg não são recomendadas.
Para todos os pacientes que iniciarem a terapia com Saxenda®, o cronograma de escalonamento da dose listado na tabela 8 deve ser utilizado para melhorar a tolerância gastrointestinal. Se os pacientes não tolerarem uma dose maior durante o aumento da dose, o período de escalonamento da dose poderá ser estendido em até uma semana.
Saxenda® não deve ser misturado no mesmo dispositivo de aplicação com outros medicamentos injetáveis (exemplo: insulinas). A segurança e eficácia da coadministração com outros medicamentos utilizados para perda de peso não foram estabelecidos.
O tratamento com Saxenda® deve ser avaliado após pelo menos três meses na dose de 3,0 mg/dia para avaliar os efeitos do tratamento.
O tratamento com Saxenda® deve ser descontinuado após 12 semanas de tratamento na dose de 3.0 mg/dia se o paciente não apresentar perda ponderal ≥ 5% do peso inicial. A necessidade de continuar com o tratamento deve ser reavaliada anualmente.
Pacientes com diabetes mellitus tipo 2:
Saxenda® não deve ser utilizado em combinação com outro agonista do receptor de GLP-1. Ao iniciar o tratamento com Saxenda®, considerar reduzir a dose de insulina administrada concomitantemente ou secretagogos de insulina (como sulfonilureias) para reduzir o risco de hipoglicemia.
População especial:
• Pacientes idosos (≥ 65 anos): Não é necessário nenhum ajuste de dose com base na idade.
• Pacientes com insuficiência renal: Não é necessário nenhum ajuste de dose para pacientes com comprometimento renal leve ou moderado. Há experiência limitada em pacientes com comprometimento renal grave. Atualmente, Saxenda® não pode ser recomendado para pacientes com insuficiência renal grave, incluindo pacientes com doença renal terminal (vide "Propriedades Farmacocinéticas").
• Pacientes com insuficiência hepática: A experiência com pacientes com insuficiência hepática é limitada. Saxenda® deve ser utilizado com cautela nesta população, no entanto, não é necessário ajuste de dose em pacientes com insuficiência hepática (vide "Propriedades Farmacocinéticas").
• População pediátrica: Saxenda® não é recomendado para pacientes abaixo de 18 anos de idade devido à falta de dados.
9. REAÇÕES ADVERSAS
Saxenda® foi avaliado para segurança em 5 estudos duplo-cegos, placebo-controlados que recrutaram 5.813 pacientes com obesidade ou sobrepeso e pelo menos uma comorbidade relacionada ao peso. Em geral, as reações gastrointestinais foram as reações adversas mais frequentemente relatadas durante o tratamento com Saxenda®.
As reações adversas associadas à Saxenda® são apresentadas abaixo, listadas por sistema corporal e frequência. As frequências são definidas como: muito comum (≥ 1/10); comum (≥ 1/100 a < 1/10); incomum (≥ 1/1.000 a < 1/100); rara (≥ 1/10.000 a < 1/1.000); muito rara ( < 1/10.000).
Hipoglicemia em pacientes sem diabetes mellitus tipo 2
Em estudos clínicos em pacientes com sobrepeso ou obesidade sem diabetes mellitus tipo 2 tratados com Saxenda® em combinação com dieta e exercício, nenhum evento hipoglicêmico grave (exigindo assistência de terceiros) foi relatado. Sintomas de eventos hipoglicêmicos foram relatados por 1,6% dos pacientes tratados com Saxenda® e 1,1% dos pacientes tratados com placebo, entretanto, estes eventos não foram confirmados por medições glicêmicas. A maioria dos eventos foi leve.
Hipoglicemia em pacientes com diabetes mellitus tipo 2
Em um estudo clínico em pacientes com sobrepeso ou obesidade com diabetes mellitus tipo 2 tratados com Saxenda® em combinação com dieta e exercício, os eventos hipoglicêmicos foram acompanhados por medições da glicemia e classificados de acordo. Hipoglicemia grave (exigindo assistência de terceiros) foi relatada por 0,7% dos pacientes tratados com Saxenda® e apenas nos pacientes tratados concomitantemente com sulfonilureia. Nos pacientes tratados concomitantemente com sulfonilureia, a hipoglicemia sintomática documentada foi relatada por 43,6% dos pacientes tratados com Saxenda® e por 27,3% dos pacientes tratados com placebo. Entre os pacientes não tratados concomitantemente com sulfonilureia, 15,7% dos pacientes tratados com Saxenda® e 7,6% dos pacientes tratados com placebo relataram eventos hipoglicêmicos sintomáticos documentados (definidos como glicemia igual ou abaixo de 3,9 mmol/L acompanhada de sintomas).
Eventos adversos gastrointestinais
A maioria dos episódios de eventos gastrointestinais foi leve a moderado-e temporário-, e a maioria não levou à descontinuação da terapia. As reações normalmente ocorreram durante as primeiras semanas de tratamento e diminuíram dentro de alguns dias ou semanas no tratamento continuado.
Pacientes com ≥ 65 anos de idade podem apresentar mais efeitos gastrointestinais quando tratados com Saxenda®.
Pacientes com comprometimento renal leve (depuração de creatinina 60-90 mL/min) podem apresentar mais efeitos gastrointestinais quando tratados com liraglutida.
Colelitíase e colecistite
Casos de colelitíase e colecistite foram relatados com Saxenda® em estudos clínicos. Os pacientes devem ser informados sobre os sintomas de colelitíase ou colecistite: dor abdominal superior característica recorrente e outros sintomas que levam à suspeita de colelitíase ou colecistite.
Astenia, fadiga, mal-estar, disgeusia e tontura
Eventos de astenia, fadiga, mal-estar, disgeusia e tontura foram relatados principalmente nos primeiros três meses de tratamento com Saxenda® e frequentemente relatados concomitantemente com eventos gastrointestinais, como náusea, vômito e diarreia.
A maioria destes eventos foi leve a moderado e temporário, e não levaram à descontinuação do tratamento.
Reações alérgicas
Reações alérgicas incluindo urticária foram relatadas em estudos clínicos com Saxenda®. Poucos casos de reações anafiláticas com sintomas adicionais como hipotensão, palpitações, dispneia e edema foram relatados com o uso de liraglutida já comercializado. Reações anafiláticas podem ser potencialmente fatais.
Reações no local da injeção
Reações no local da injeção foram relatadas nos pacientes tratados com Saxenda®. Estas reações foram normalmente leves e temporárias, e a maioria desapareceu durante o tratamento continuado.
Taquicardia
Nos estudos clínicos, a taquicardia foi relatada em 0,6% dos pacientes tratados com Saxenda® e em 0,1% dos pacientes tratados com placebo. A maioria dos eventos foi leve ou moderado. Os eventos foram isolados e a maioria se resolveu durante o tratamento continuado com Saxenda®. O aumento médio na frequência cardíaca em relação ao valor basal de 2 a 3 batimentos por minuto foi observado com Saxenda® em estudos clínicos. Os efeitos clínicos de longo prazo deste aumento médio na frequência cardíaca não foram estabelecidos.
Enzimas pancreáticas
O uso de Saxenda® está associado ao aumento médio dos níveis de enzimas pancreáticas, lipase e amilase, em até 37% e 15% respectivamente (vide item 5. Advertências e Precauções). Na ausência de outros sinais e sintomas de pancreatite aguda, a isolada elevação das enzimas pancreáticas não é preditiva de pancreatite aguda.
Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema de Notificação de Eventos Adversos a Medicamentos -VIGIMED, disponível em http://portal.anvisa.gov.br/vigimed, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
10. SUPERDOSE
A partir de dados de estudos clínicos e do uso comercial de liraglutida, foram relatadas superdoses de até 24 vezes a dose recomendada (72 mg). Um caso de uma superdose de 6 vezes a dose recomendada (18 mg/dia) administrada por 7 meses foi reportado. Geralmente, os pacientes relatarem náusea grave, vômito e diarreia, mas recuperaram-se sem complicações. Nenhum dos relatos incluiu hipoglicemia grave. Em caso de superdose, tratamento de suporte apropriado deve ser iniciado de acordo com os sinais e sintomas clínicos do paciente.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Dizeres legais.
Registro MS 1.1766.0032
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
Esta bula foi aprovada pela ANVISA em 05/04/2019.