Rosiglitazona
Ações terapêuticas.
Antidiabético ou hipoglicemiante oral.
Propriedades.
Trata-se de um fármaco hipoglicemiante oral que corresponde a uma nova família de antidiabéticos denominados tiazolidinadionas (troglitazona), que não está relacionada química nem farmacologicamente com as sulfonilureias, biguanidas ou inibidores da alfaglicosidase. Seu emprego é feito em diabetes mellitus não insulino-dependente (tipo 2) já que aumenta a sensibilidade à insulina, diminuindo os níveis tanto da glicemia como de insulina circulante. A melhora da sensibilidade à insulina se desenvolve no nível muscular, no tecido adiposo e, além disso, ocorre inibição da gliconeogênese hepática. Trata-se de um potente agonista seletivo do receptor ativador gama proliferador de peroxissomos (PPARc). Estes receptores encontram-se nos tecidos-chave para a ação da insulina como são o tecido adiposo, o musculoesquelético e o fígado. A ativação destes receptores nucleares regula a transcrição dos genes que respondem à insulina e que estão envolvidos no controle da produção, transporte e utilização da glicose. Após sua administração oral a rosiglitazona é completamente absorvida, com uma biodisponibilidade de cerca de 99% e alcançando o pico plasmático (Cmáx) dentro de 1 hora após. Apresenta uma elevada taxa de ligação proteica (99,8%) e sofre uma metabolização extensa (desmetilação, hidroxilação, glicuronoconjugação). A meia-vida plasmática varia de 103 a 158 horas e é eliminada por vias fecal e renal.
Indicações.
Como monoterapia junto à dieta e o exercício em pacientes com diabetes do tipo 2. Pode associar-se com metformina quando a dieta, o exercício e a rosiglitazona não conseguem normalizar os níveis glicêmicos. Seu uso deverá sempre ser feito em associação com restrição calórica, perda de peso, exercício e dieta, devido a que todos estes fatores colaboram para melhorar a sensibilidade à insulina.
Posologia.
Como monoterapia: a dose inicial é de 4 mg por dia em uma tomada única ou em duas doses de 2 mg. Caso em 12 semanas não se tenha alcançado uma resposta satisfatória, a dose poderá ser aumentada para 8 mg por dia em tomada única ou em duas tomadas de 4 mg. Em associação com metformina: podem empregar-se 4 mg em uma tomada, podendo aumentar-se para 8 mg, caso necessário. Não é necessário modificar a posologia em indivíduos de idade avançada ou em portadores de insuficiência renal.
Superdosagem.
Não foram informados casos de superdosagem em humanos. Doses elevadas de até 20 mg diários foram bem toleradas.
Reações adversas.
Ocasionalmente foram relatados cefaleia, astenia, diarreia, hipoglicemia, edemas, anemia.
Precauções.
Este fármaco não deve ser empregado em pacientes com diabetes do tipo 1 ou em estados de cetoacidose. Devido à melhora da sensibilidade à insulina pode ocorrer um reinício de ovulação em mulheres premenopáusicas anovulatórias, inclusive com a possibilidade de gravidez caso não sejam empregados métodos contraceptivos. Recomenda-se efetuar hepatogramas a cada 2 meses durante o primeiro ano de tratamento.
Interações.
A rosiglitazona não inibe nenhuma das enzimas P450 visto que sua metabolização preferencial é realizada mediante os CYP 2C8 e 2C9. Não afeta a farmacocinética do nifedipino nem de contraceptivos orais (noretindrona, etinilestradiol). A associação com glibenclamida, metformina, acarbose, digoxina, varfarina e ranitidina não afetou a farmacocinética da rosiglitazona.
Contraindicações.
Hipersensibilidade ao fármaco. Insuficiência hepática. Pacientes com idade inferior a 18 anos.
Nota. Antes de prescrever produtos contendo rosiglitazona, é recomendável aconselhar e discutir com os pacientes os riscos e benefícios da terapia com rosiglitazona, considerando os riscos cardiovasculares associados à medicação.