Moclobemida
Ações terapêuticas.
Antidepressivo.
Propriedades.
A moclobemida é o primeiro antidepressivo derivado da benzamida. Portanto, não está relacionada por sua estrutura química com nenhum outro antidepressivo existente. A moclobemida é relativamente lipofílica, mas também é altamente solúvel em água em um pH baixo. Portanto, a absorção pelo intestino é rápida e completa, e a passagem através da barreira hematoencefálica é eficiente. Tem ação inibidora seletiva da MAO-A, reversível e de meia-vida curta. A MAO-A desamina com preferência a norepinefrina, dopamina e serotonina; de outro lado, a MAO-B desamina a tiramina e a feniletilamina. Por seu efeito reversível (na presença de tiramina), este fármaco possui melhor tolerância e ausência do "efeito queijo". A moclobemida pode substituir ou ser substituída por alguns antidepressivos de estrutura cíclica, como a amitriptilina, sem necessidade de intervalo livre entre a administração de uma e outra. Após sua administração por via oral, a moclobemida é absorvida completamente no tubo digestivo e passa à circulação portal. Devido à primeira passagem pelo fígado, a fração sistematicamente biodisponível da dose é reduzida (biodisponibilidade F). Esta diminuição é mais acusada com doses únicas (F: 60%) do que após a administração de doses múltiplas (F:
Indicações.
Depressão em que predomina o componente distímico ou a inibição.
Posologia.
A dose inicial, de 300 a 450 mg de moclobemida ao dia, deve ser administrada desde o início e sem período de espera. A posologia não pode ser ajustada antes da 2ª semana de tratamento. Uma dose de 600 mg/dia deve ser administrada nos casos graves. A exemplo de todos os antidepressivos existentes, a dose deve ser ajustada individualmente, conforme o requerimento clínico do paciente. A quantidade total diária deve ser ingerida em doses divididas, 2 a 3 vezes ao dia. Os comprimidos devem ser ingeridos ao final de uma refeição. Os pacientes idosos e aqueles com função renal diminuída não requerem um ajuste especial da dose de moclobemida. Nos pacientes com metabolismo hepático gravemente danificado, a dose diária de moclobemida deve ser reduzida à metade ou a um terço.
Reações adversas.
Seu efeito colateral mais frequente é a cefaleia.
Precauções.
Aos pacientes depressivos, nos quais predominem os sintomas clínicos de excitação ou agitação, moclobemida não deve ser administrada; é recomendável em combinação com um sedativo (por exemplo, uma benzodiazepina). Como ocorre com outros antidepressivos, pode causar uma exacerbação dos sintomas esquizofrênicos ao se tratar de pacientes depressivos com psicoses esquizofrênicas ou esquizoafetivas. A medicação a longo prazo com neurolépticos nestes pacientes deve ser prosseguida sempre que possível. É recomendado aos pacientes hipertensos abster-se de ingerir grandes quantidades de alimentos ricos em tiramina. Geralmente, não diminui o rendimento nas atividades que requerem uma atenção especial (por exemplo, dirigir veículos). Contudo, na fase inicial do tratamento, deve-se vigiar a reação de cada paciente.
Interações.
Nos pacientes hipertensos, a moclobemida potencializa o efeito hipotensor do metoprolol, mas não o do nifedipino ou da hidroclorotiazida. Entretanto, esta reação recíproca não conduz à hipotensão, reações posturais ou incidência aumentada de outros efeitos colaterais. Nas pessoas normotensas, a moclobemida não tem efeito sobre a pressão sanguínea. Não é provável que as doses terapêuticas de fenilefrina (por via parenteral, intranasal ou intraocular) causem reações hipertensivas clinicamente relevantes com doses terapêuticas de moclobemida. Pela breve duração da ação da moclobemida, não é necessário nenhum intervalo livre de drogas antes da intervenção cirúrgica de um paciente. Os efeitos nocivos do álcool sobre os testes psicométricos não são exacerbados pela moclobemida.
Contraindicações.
Hipersensibilidade à droga. Alterações circulatórias no SNC. Quadros psicóticos latentes ou em evolução.