Isoniazida
Ações terapêuticas.
Antibacteriano.
Propriedades.
É uma hidrazida derivada do ácido isonicotínico. Antituberculoso bactericida sintético, age somente contra micobactérias, principalmente aquelas que se dividem ativamente. Seu mecanismo de ação não é conhecido, mas pode atuar por inibição da síntese do ácido micólico e ruptura da parede celular em organismos sensíveis. Absorve-se facilmente após a administração oral ou parenteral, distribui-se em todos os líquidos e tecidos e atravessa a placenta. Sua união às proteínas é baixa e metaboliza-se no fígado, principalmente por acetilação, a metabólitos inativos, alguns dos quais podem ser hepatotóxicos. Pode-se conjugar a isoniazida não-acetilada de forma parcial. A concentração máxima é conseguida em 1 a 2 horas, mas de 4 a 6 horas após a administração oral as concentrações séricas variam, o que depende do processo de acetilação. Elimina-se por via renal, 70% em 24 horas, na maioria como metabólitos inativos; 7% da isoniazida excretada na urina podem aparecer de forma livre ou conjugada nos acetiladores rápidos e 37% nos acetiladores lentos. Aparece no leite materno.
Indicações.
A isoniazida isolada é indicada na profilaxia da tuberculose (TBC) e associada com outros antituberculosos no tratamento da TBC. Meningite tuberculosa, infecções micobacterianas atípicas.
Posologia.
Geralmente administrada em 1 dose única diária. O tratamento pode durar de 6 meses a 2 anos, mesmo que tratamentos mais curtos tenham sido eficazes. Se a disfunção renal for grave ou se os pacientes forem acetiladores lentos da isoniazida, pode ser necessário reduzir a dose ou realizar determinações da concentração sérica. Em pacientes anúricos, será indicada a metade da dose de manutenção habitual. Se provocar irritação gastrintestinal, pode-se ingerir com refeições ou com antiácidos, sempre 1 hora antes destes. Dose usual para adultos <196> profilaxia da TBC: 300 mg 1 vez ao dia. Tratamento da TBC <196> associada com outros antituberculosos: 300 mg 1 vez ao dia. Doses pediátricas usuais: profilaxia da TBC: 10 mg/kg até 300 mg 1 vez ao dia. Tratamento da TBC <196> em associação com outros antituberculosos: 10 a 20 mg/kg até 300 mg 1 vez ao dia. Ampolas <196> adultos <196> profilaxia: 300 mg/dia. Tratamento da TBC: 5 mg/kg até 300 mg 1 vez ao dia. Crianças <196> profilaxia: 10 mg/kg até 300 mg 1 vez ao dia. Tratamento da TBC: 10 a 20 mg/kg até 500 mg 1 vez ao dia.
Reações adversas.
São de incidência mais frequente: instabilidade, torpor, intumescimento, quentura, dor nas mãos e pés (neurite periférica), icterícia (por hepatite; o risco aumenta em pacientes com mais de 35 anos). Anorexia, náuseas, vômitos. De rara incidência: visão turva ou qualquer perda da visão (neurite óptica).
Precauções.
Deve-se evitar a ingestão de bebidas alcoólicas durante o tratamento com o fármaco. Deve-se consultar o médico no caso de sinais prodrômicos de hepatite ou neurite periférica. A piridoxina deverá ser tomada de forma simultânea, para evitar ou minimizar os sintomas de neurite periférica, exceto em crianças se sua dieta for adequada. Atravessa a placenta, originando concentrações fetais superiores às concentrações séricas maternas; ainda que problemas a respeito não tenham sido descritos, deverá observar-se o neonato, pela possível aparição de efeitos adversos.
Interações.
Os corticoides e glicocorticoides podem aumentar o metabolismo hepático ou a excreção de isoniazida, com diminuição das concentrações plasmáticas. O consumo diário e simultâneo de álcool pode aumentar a incidência de hepatotoxicidade. Pode aumentar o efeito anticoagulante da cumarina e indandiona e inibir a eliminação de diazepam e triazolam aumentando suas concentrações plasmáticas. Diminui as concentrações séricas do cetoconazol; pode produzir deficiência de ácido nicotínico, inibindo sua incorporação no dinucleotídeo de adenina e nicotinamida. Inibe a paraidroxilação da fenitoína com aumento das concentrações séricas desta.
Contraindicações.
A relação risco-benefício deverá ser avaliada em pacientes com doenças convulsivas, disfunção hepática ou renal grave, alcoolismo ativo ou tratado.