Desflurano

Ações terapêuticas.

Anestésico geral.

Propriedades.

O desflurano possui baixo coeficiente de partição sangue/gás, e tanto a distribuição como a eliminação após a inalação realizam-se mais velozmente que o observado para outros anestésicos gerais (isoflurano, halotano). A eliminação é feita principalmente pelo pulmão em sua forma nativa; apenas cerca de 0,02% da dose administrada é metabolizada no fígado, e o metabólito produzido encontra-se no sangue e na urina dos pacientes anestesiados com desflurano.

Indicações.

Indução e manutenção da anestesia em adultos.

Posologia.

Indução de anestesia: concentrações iniciais de 3% que são incrementadas gradualmente (0,5% a 1% de incremento a cada 2 a 3 respirações) até a perda da consciência; em adultos, para a manutenção da anestesia recomendam-se concentrações de 2,5% a 8,5%. Devido ao seu ponto de ebulição (22,8°C), deve ser administrado com um vaporizador especial com calefação e pressurização.

Reações adversas.

Compreendem depressão respiratória, hipotensão, arritmias, hipertermia maligna em indivíduos suscetíveis, aumento da sensibilidade a fármacos simpatomiméticos e náuseas e vômitos no período pós-operatório. Em função de sua ação irritante sobre as vias respiratórias, o desflurano produz apneia, hipersecreção salivar, laringospasmo, tosse.

Precauções.

Não se recomenda seu uso em pacientes pediátricos ou naqueles pacientes com suscetibilidade conhecida a hipertermia maligna. Administrar com precaução a pessoas em risco de aumento da pressão intracraniana.

Interações.

Tubocurarina, mivacúrio, cisatracúrio, pancurônio, bloqueadores neuromuscualres não-despolarizantes: os anestésicos inalatórios como o desflurano podem prolongar o bloqueio neuromuscular induzido por esses fármacos. Reajustar a dose do bloqueador neuromuscular se necessário; em alguns casos é necessário reduzi-la em cerca de 30% a 40%; o efeito é devido a um sinergismo de ação neural e mioneural. Succinilcolina; potencialização do bloqueio neuromuscular; administrar com suma precaução, monitorar a duração do bloqueio neuromuscular; caso este se prolongue demasiadamente, pode-se administrar neostigmina (1 mg a 3 mg) com atropina (0,6 mg a 12 mg) como antídoto. Benzodiazepínicos, opioides: produzem redução da CAM do desflurano.

Contraindicações.

Hipersensibilidade ao desflurano. Suscetibilidade genética suspeita ou antecedentes de hipertermia maligna.